terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Músicas para ouvir ( antes mesmo de nascer)

Já pararam para pensar como é linda a música popular brasileira. Hoje, assim de memória, fiz uma listinha de músicas que não podemos passar a vida sem conhecer. Alguns compositores são indispensáveis, fazem um bem ...
Bem, na minha listinha, algumas canções já são previsivéis para quem me conhece. Na verdade, são tantas...
Antes de começar a escrever eu tinha uma lista enorme pra postar no blog. Penso mesmo em escrever sobre cada uma que eu gosto tanto, mas antes preciso organizá-las...
Por hora, vou colocar a letra de Catavento e Girassol. Essa música é primorosa, gosto desde os meus 16 anos...lembro que escrevi a letra em uma agenda rosa ( sim, eu sou rídicula). Enfim, a letra do Blanc eu gostaria de ter escrito e a melodia do Guinga e a interpretação de Leila Pinheiro ( versão mais conhecida), ficou perfeita!
Essa letra do Aldir foi feita para o Guinga para ilustrar a relação dele com a esposa. O Guinga me disse em entrevista, eu sempre quis saber o que motivou uma letra tão bonita. Perguntei para matar minha curiosidade mesmo

Catavento e girassol
(Guinga e Aldir Blanc)
Meu catavento tem dentro
O que há do lado de fora do teu girassol
Entre o escancaro e o contido
Eu te pedi sustenido
E você riu bemol
Você só pensa no espaço
Eu exigi duração
Eu sou um gato de subúrbio
Você é litorânea
Quando eu respeito os sinais
Vejo você de patins
Vindo na contra-mão
Mas, quando ataco de macho
Você se faz de capacho
E não quer confusão
Nenhum dos dois se entrega
Nós não ouvimos conselho:Eu sou você que se vai
No sumidouro do espelho
Eu sou do Engenho de Dentro
E você vive no vento do Arpoador
Eu tenho um jeito arredio
E você é expansiva(o inseto e a flor)
Um torce pra Mia Farrow
O outro é Woody Allen...
Quando assovio uma seresta
Você dança, havaiana
Eu vou de tênis e jeans
Encontro você demais:Scarpin, soirée
Quando o pau quebra na esquina
Você ataca de fina
E me ofende em inglês:É fuck you, bate-bronha
E ninguém mete o bedelho:Você sou eu que me vou
No sumidouro do espelho
A paz é feita no motel
De alma lavada e passada
Pra descobrir logo depois
Que não serviu pra nada
Nos dias de carnaval
Aumentam os desenganos:Você vai pra Parati
E eu pro Cacique de Ramos
Meu catavento tem dentro
O vento escancarado do Arpoador
Teu girassol tem de fora
O escondido do Engenho de Dentro da flor
Eu sinto muita saudade
Você é contemporânea
Eu penso em tudo quanto faço
Você é tão espontânea!
Sei que um depende do outro
Só pra ser diferente
Pra se completar
Sei que um se afasta do outro
No sufoco somente pra se aproximar
Cê tem um jeito verde de ser
E eu sou mais vermelho
Mas os dois juntos se vão
No sumidouro do espelho

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