segunda-feira, 24 de setembro de 2007

AGENDA

Emílio Santiago hoje, 20 h no Centro de Convenções Pedro Neiva ( Sebrae- Jaracati) vamos?

Verdade Chinesa
Gilson / Carlos Colla

Era só isso que eu queria da vida

Uma cerveja, uma ilusão atrevida

Que me dissesse uma verdade chinesa
Com uma intenção de um beijo doce na boca
A tarde cai, noite levanta a magia
Quem sabe a gente vai se ver outro dia
Quem sabe o sonho vai ficar na conversa
Quem sabe até a vida pague essa promessa
Muita coisa a gente faz
Seguindo o caminho que o mundo traçou
Seguindo a cartilha que alguém ensinou
Seguindo a receita da vida normal
Mas o que é vida afinal?
Será que é fazer o que o mestre mandou?
É comer o pão que o diabo amassou
Perdendo da vida o que tem de melhor
Senta, se acomoda, à vontade, tá em casa
Toma um copo, dá um tempo, que a tristeza vai passar
Deixa, pra amanhã tem muito tempo
O que vale é o sentimento,
E o amor que a gente tem no coração

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Festa do Teatro Nordestino



Matéria Publicada em O Estado do Maranhão edição de 18/09/2007


Teatro agita Guaramiranga
Festival Nordestino de Teatro acontece até sábado, no Ceará, reunindo grupos de toda a região


Bruna Castelo Branco

enviada especial


Guaramiranga - Com tradição de teatro popular, a cidade de Guaramiranga, no Ceará, desde sexta-feira última transformou-se na capital da arte com a realização do Festival Nordestino de Teatro, que prossegue até sábado, 22. O evento, que este ano completa 14 edições, já se transformou em uma referência para apreciadores das artes cênicas. Durante os dias do festival, a cidade que tem um pouco mais de cinco mil habitantes, atrai um público que chega a mais de 10 mil pessoas. No evento, o Maranhão está representado pela Cia. Tapete Criações Cênicas.

A partir deste ano, o festival não tem caráter competitivo. Todos recebem prêmio de participação e a única votação mantida foi a de júri popular. Dos 27 grupos que se apresentam, 12 serão escolhidos para participar da Mostra Nordeste do ano que vem. Mesmo não sendo competitivo, os espetáculos são avaliados em ciclos de debates, coordenados pela secretária de Cultura e Turismo de Sobral, Rejane Reinaldo, com participação do ator e diretor Luiz Carlos Vasconcelos; da professora de teatro da Universidade Federal da Bahia, Hebe Alves; e do membro do Conselho Estadual, Augusto Pontes.

Os espetáculos foram escolhidos a partir de seleções feitas por curadores em cada estado nordestino. Cada curador indicou três peças que foram avaliadas pela organização do espetáculo. O Maranhão está representado pela Cia. Tapete Criações Cênicas, que apresenta hoje, em duas sessões, o espetáculo Medeia In Mortal. Além disso, o diretor da peça, Urias de Oliveira e a atriz Claudiana Cotrim são responsáveis pela oficina Corpo, Expressão e Movimento que será realizada quinta-feira.


Cortejo

Além das oficinas, espetáculos e laboratório para crianças, adolescentes e jovens que integram grupos de arte mantidos pela Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga (Agua), um dos pontos altos do festival é o cortejo teatral que acontece nas ruas de Guaramiranga e é realizado sempre no segundo dia do evento.

O cortejo é organizado pelos moradores da cidade e reúne, principalmente, os grupos de teatro local que aproveitam o momento para fazer pequenas performances durante o desfile que é embalado pela percussão do Grupo Batuqueiros, que integra o projeto Caravana Cultural, e cujo repertório é uma pesquisa de várias manifestações culturais e reúne elementos do maracatu cearense, balancê e afoxé.

Do Maranhão os ritmos do bumba-meu-boi de zabumba, matraca, orquestra e costa de mão, o tambor de crioula e o cacuriá foram escolhidos para representar as manifestações culturais do estado. Durante o cortejo, um dos destaques foi quanto o grupo, ao som dos tambores, cantou a toada Urrou do Boi, do Boi de Pindaré, que foi composta cantador Bartolomeu dos Santos, o Coxinho. A toada de 1972 é, desde 1991, o Hino Cultural e Folclórico do Maranhão. O fim do cortejo é com uma grande ciranda feita na praça principal da cidade.

O Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga conta com o patrocínio da Oi e será encerrado sábado com o show, no Teatro Municipal Rachel de Queiroz, do grupo paulista Teatro Mágico.
Iniciativa que rendeu frutos


Criado em um momento em que a economia da cidade estava estagnada por causa do declínio do ciclo de café que movimentava a economia local, o Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga foi uma saída encontrada para atrair turismo para a região aproveitando uma das tradições populares que era o teatro de rua, os chamados dramas, organizados pelas trabalhadoras rurais. O sucesso do festival, além de estimular a rede hoteleira da cidade, abriu caminho para outros eventos culturais, como o Festival de Blues e Jazz, que acontece durante o período carnavalesco, ou o Festival de Gastronomia.

“A nossa primeira atração foi o Festival de Teatro por causa desse traço cultural muito forte que era o teatro de drama e potencializamos o desenvolvimento da cultura local”, explica Luciano Bezerra, presidente da Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga (Agua), entidade que idealizou o evento.

Para os representantes do teatro popular, o crescimento e o reconhecimento das artes cênicas em Guaramiranga é motivo de felicidade e orgulho. Como é o caso de Dona Zilda Eduardo, 84 anos, que começou a criar os dramas aos 16. “Eu tenho umas 75 peças escritas em um caderno, mas eu vou mudando as cantigas a cada apresentação e acho muito bonito o festival. Eu gosto muito”, conta.

Hoje, os dramas que ela escreveu foram catalogados e devem ser lançados ainda este ano. A intenção é que os espetáculos não se percam da história das manifestações teatrais da cidade. A pesquisa demorou três anos para ser concluída e reúne os dramas escritos por quatro senhoras da região.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Marina Lima


Ela não tem mais uma voz rouca tão sexy...parece que o tempo transformou esse charme em um filete que mesmo fraco ainda consegue chamar atenção, pelo menos a minha. Pois bem, dia 22 a moça que foi ícone do rock na década de 80, apresenta aqui o show Topo Todas que mescla sucessos mais recentes com músicas que marcaram a sua carreira. Aqueles antigos como Nosso Estranho Amor, À Francesa e outros. A apresentação vai ser no Centro de Convenções, ali no Multicenter Sebrae
Já critiquei muito Marina Lima na minha vida, mas confesso que adoooro e quase com toda certeza antes das 22 horas do dia 22, horário previsto para o início do show, estarei lá, colocando minha calça apertada e pintando olhos com sombra preta ( elementos indispensáveis na minha produção noturna)
Tive uma infância boa musicalmente. Sempre gostei muito de rádio e sou filha mais nova e sempre fuçava os vinis dos meus irmãos e Marina fazia parte do meu repertório obrigatório. Lembro que quando eu tinha 14 anos, eu ouvia um CD coletânea que depois sumiu sem deixar pistas aqui de casa. Ela me traz boas lembranças e tem gravações primorosas compostas em parceria com o irmão Antônio Cícero. Ela é bem mais que a música da novela talvez seja realmente uma Gata todo dia

Gata todo dia
(Léo Jaime, Tavinho Paes e Marina Lima)

Eu sou uma gata
E não gosto de água fria
Pega logo no meu pêlo
Seu carinho me arrepia
Não quero água
Tomo banho é de lambida
Tiro o gosto desse corpo
E ainda tenho sete vidas
Então se toque
Porque o amor não é
Só distração
A vida arranha
E se eu faço rock
Eu faço manha
Meu bem me dê sua atenção
Não faço nada
E ainda morro de preguiça
Tenho sono o dia inteiro
Madrugada é que me atiça
Não tenho dono
Mando na minha cabeça
Um dia desses eu me mando
Enquanto isso não se esqueça
Tome cuidado
Porque o amor não é
Só distração
A vida arranha
E se eu faço rock
Eu faço manha
Meu bem me dê sua atenção

sábado, 8 de setembro de 2007

A margarida enlatada

(...)


Margarida já era, amizade.
Saca esta transa,
O barato é avenca.

Não demorou muito para que tudo desmoronasse. A margarida foi desmoralizada. Tripudiada. Desprestigiada. Não houve grandes problemas. Para ele, pelo menos. Mesmo os empregados tiveram apenas o trabalho de mudar de firma passando-se para a concorrente. O quente era a avenca. Ele já havia assegurado o seu futuro, comprara sítios, apartamentos, fazendas, tinha depósitos bancários na Suíça. Arrasou com napalm as plantações deficitárias e precisou liquidar todo o estoque do produto a preços baixíssimos e, como ninguém comprasse, retirou-o de circulação e incinerou-o. Só depois da incineração total é que lembrou que havia comprado todas as sementes de todas as margaridas. E que margarida era uma flor extinta. Foi no mesmo dia que pegou a mania de caminhar a pé pelo aterro, as mãos para trás, rugas na testa. Uma manhã, bem de repente, uma manhã bem cedo, tão de repente quanto aquela outra vez, divisou um vulto em meio ao verde. O vulto veio se aproximando. Quando chegou bem perto ele reconheceu sua ex- esposa.
Ele perguntou:
- Procura margaridas?
Ela respondeu:
- Já era.
Ele perguntou:
- Avencas?
Ela respondeu:
- Falou.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Eu preciso te dizer quê


Quando completei 18 anos entrei em contato tardio com a obra de Caio Fernando Abreu, apesar de já ter visto o curta Sargento Garcia não ligava o autor a obra, mas aí li o conto Aqueles Dois que é uma história delicada de uma relação de amor entre dois homens. É simplesmente lindo.
Anos depois tive contato com outros contos do autor e dos que eu conheço. A grande maioria é perfeita, mas quero destacar Para uma Avenca Partindo que eu me apaixonei na primeira leitura. É quase um roteiro perfeito de um filme ( e já foi adaptado para um curta). Simplesmente magnífico!
Transcrevo um trecho abaixo

[...] deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso [...]