terça-feira, 27 de julho de 2010

Calminha

Como é que a alma

Entra nessa história
Afinal o amor
É tão carnal...

Eu bem que tento

Tento entender
Mas a minha alma
Não quer nem saber
Só quer entrar em você
Como tantas vezes
Já me viu fazer...

E eu digo

Calma alma minha
Calminha!
Você tem muito
Que aprender...

É aquela velha cena de te vê demais, de patins e vindo na contramão...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Jogos...


“Eu sei....jogos de amor são pra se jogar...”. Era década de 80, eu era uma simples pirralha e Herbert Viana usou de toda a sua influência na música pop para cantar os tais jogos de amor com suas regras e juízes (ou não) e também fez o favor de divulgar a expectativa da ligação . “Se quiser lembrar, se quiser jogar, me liga...”

E não é que as pessoas levaram mesmo a sério isso? Os relacionamentos são jogos tão complexos e que só se tornaram mais complicados com a quantidade de redes de relacionamentos virtuais. Você pode ficar com uma pessoa e o dilema não é mais só ligar no dia seguinte. Assim era no tempo da nossa mãe, hoje, temos que nos perguntar se fica chato adicionar no Orkut, seguir no Twitter ou MSN. Claro que esses mesmos espaços servem pra você dar uma checadinha nos gostos do cara, se ele escreve corretamente, como se o que estivessem ali também fossem determinantes para você ficar ou não.

Acontece, meu caro Herbert, que eu perdi todas as aulas que ensinavam como jogar com os nossos sentimentos e com os alheios, não tive essa aula na pré-escola, por isso que até a adolescência os garotos pisavam bastante no meu coração relativamente inexperiente. Tudo bem que tenho as minhas regras, mas geralmente não sei como agir. Se ligo ou se não ligo, se “vou ou se fico”...são tantas coisas para decidir ( figurinos, comportamento, demonstração de grau de interesse) que fico pensando como eram bons os tempos da minha avó.

Pelo que ela me contava ( um pouco antes dela partir), minha vó era do samba, adorava as festas e quando meu avô demonstrou interesse, ela demorou a se decidir pois afinal “existiam mil garotos a fim de passear com ela”, mas ele gostou, demonstrou interesse e a pequena de seios fartos e cabelos negros na cintura ( minha avó era uma mulher linda, sinceramente não sei pra quem eu puxei), decidiu que Adelino seria seu marido. Simples assim, tudo ali às claras e eu, aos 11 anos, achava que tudo era muito fácil, mas aí cresci e vi que as coisas nem sempre são tão simples para as moças. Antes se demonstrasse interesse demais era fácil, hoje em dia já é excessivamente carente. Se demonstra de menos, ganha fama de esquisita ou chata.

É, para resolver esse problema, eu sempre tenho teoremas banais e por isso vou terminar essa prosa do jeito que comecei, com música. O jeito é pedir apoio dos profissionais como Tom Jobim. Afinal “Pra quê dividir sem raciocionar? Na vida é sempre bom multiplicar e, por A+B eu quero demonstrar que gosto imensamente de você. Por uma fração infinitesimal, você criou um caso de cálculo integral e para resolver esse problema, eu tenho um teorema banal: Quando dois meios se encontram, desaparece a fração e se achamos a unidade está resolvida a questão...”

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Você precisa de alguém..

Bem mais que te dê segurança, mas que te respeite. Não te exponha ao máximo do rídiculo e que você possa até ficar triste ao lado dela, sem medo que ela lance no ar uma gargalhada estridente e idiota.
Você precisa de alguém que não te violente com papos bobos e nem te leve pra lugares que não parecem em nada com você.
Precisa de alguém que não te deixe constrangido por você preferir ficar em casa, lendo bons livros ( e também desejo profundamente que ela leia, nem que seja a gloss, pra aprender a citar os produtos de beleza com segurança). É isso!


Vamos fazer uma coisa:
escreva cartas doces e azedas
Abre a boca, deusa
Aquela solenidade destransando leve
Linhas cruzando: as mulheres gostam
de provocação
Saboreando o privilégio
seu livro solta as folhas
Aí então ela percebeu que seu olho corria
veloz pelo museu e só parava em três,
desprezando como uma ignorante os outros
grandes. E ficou feliz e muito certa com a
volúpia da sua ignorância. Só e sempre procura
essas frases soltas no seu livro que conta história
que não pode ser contada.
Só tem caprichos
É mais e mais diária
– e não se perde no meio de tanta e tamanha
companhia.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sobre Meninos e Lobos

É o título de um filme que eu gostei, apesar de falar de longas amizades e de violência sofridas na infância que podem modificar o resto da vida. Não vou contar o filme, pois eu prefiro deixar isso para Sean Penn, se você se interessar...acho que vale à pena, pelo bom roteiro,pelas boas atuações e talvez pela angústia que a história contada oferece a quem assiste, mas o que eu quero falar não está no filme, mas tem a mesma dor da ficção.
O que há de errado no mundo? Crianças violentadas, seduzidas, mantidas em cárcere privado pelo pai, aquele que devia proteger da queda e pegar nos braços para consolar das desilusões da rua, nos casos de hoje é o mesmo que faz chorar e sofrer.Não, não estou falando das "palmadas educativas", estou falando de espancamento, de estupro, de uma geração de crianças que não tem pai e sim um pai-avô.
Basta olhar os jornais todos os dias, daqui a pouco, na página policial terá uma seção para "Pedofilia". Sim, gente, no Maranhão acontece todos os dias. Um pescador teve oito filhos com a filha dele que ficou trancada por anos, isolada do mundo. Um pastor engravidou duas garotas alegando obra divina, idosos estupram crianças de sete anos e nos revelam detalhes sórdidos, dolorosos.
Sei que meu texto pode não mudar em nada, mas eu senti a necessidade de falar com vocês sobre isso...talvez seja apenas um desabafo que vai se perder por aqui mesmo, mas eu queria falar

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Samba- Canção

Tantos poemas que perdi.
Tantos que ouvi, de graça, pelo telefone – taí,
eu fiz tudo pra você gostar,
fui mulher vulgar,
meia-bruxa,meia-fera,
risinho modernista arranhando na garganta,
malandra,bicha,
bem viada,vândala,talvez maquiavélica,
e um dia emburrei-me,vali-me de mesuras
(era comércio, avara, embora um pouco burra,
porque inteligente me punha logo rubra,
ou ao contrário,cara pálida que desconhece o
próprio cor-de-rosa, e tantas fiz,
talvez querendo a glória,
a outra cena à luz de spots,
talvez apenas teu carinho,
mas tantas, tantas fiz...


(Ana Cristina Cesar)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Delicadeza

Em dias tão atribulados e com muita rispidez deixo aqui uma das coisas mais bonitas que li recentemente. A delicadeza sutil da poesia de Roberto Sampaio. Beto, tu sabes que gosto de quase tudo que escreves, mas o post de hoje revela tanto e significa tanto nesses dias que vou te pedir emprestado para dizer o que sinto

Peixinhos

Tua estadia entre meus pedaços

É tão simples quanto a ilusão.


Roberto Sampaio
 
PS: Apesar de você já ter um, para ti...também dedico os meus peixinhos

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ronaldinho

Sabe quando você tem uma lesão muito séria que te obriga a ficar fora de combate, descansando e tentando se recuperar? Aí, como todo machucado sério vai recuperando aos poucos, com o tempo você já consegue fazer alguns movimentos, comer um pouco mais e ficar acordado até mais tarde.
Um belo dia te convidam para jogar uma partida e como, aparentemente, a ferida se fechou e não será o fim de um campeonato, mas apenas um jogo quase amistoso, ninguém vê nada de errado em te escalar como atacante do time.
A partida começa...você parece que  recuperou a forma, até marcou um gol e saiu pra comemorar com a galera, mas...de repente, como quem surge do nada, vem um jogador do time adversário e que joga na defesa. Ele te marca, tá na tua direção e te aplica um belo de um "carrinho". Meus amigos, vocês conhecem a sensação de levar uma nova rasteira? Pois é...

sábado, 10 de julho de 2010

Esquecimento

Eu preciso não lembrar que aquele dia foi bom e que em pouco tempo a sua voz meio rouca e meio tímida invadiu os meus ouvidos e conquistou uma parte de mim. Também é melhor esquecer das tintas no seu braço, aliás,para o meu bem, nem é bom lembrar que você tem braços,  nem entrar em detalhes da sua anatomia tão trabalhada, exaustivamente trabalhada...
Prefiro não detalhar o quanto tudo foi bom e também da minha sensação com pequenos gestos, como o jeito que você tocava a ponta do meu nariz.
 Quero esquecer sua cara de sono de manhã, com seus imensos olhos insuportavelmente verdes. Ah! Guardei aqueles sapatos vermelhos, não quis que eles estragassem, afinal, ninguém pode me ajudar, na minha distração, a desviar dos buracos.
Por esquecer de tudo, este texto tem o seu nome. Para você, por tudo vivido com pressa e aproveitado de menos. É para ti, mesmo que você nunca leia, mesmo que você nem mereça que mais de 23h eu esteja aqui tentando, sem sucesso, te escrever coisas bonitas. Quero te  guardar  em um lugar que por mim mesma não se perca. 
Não, eu não quero vê-lo  vestido de azul.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A gostosa do google


Querido, tudo bem que não estou namorando, mas não estou carente. Fico imensamente feliz que alguém queira saber um pouco mais sobre mim e procura sobre a Bruna Jornalista. Agora, onde você quer chegar  com  esse "gostosa"?
Lamento informar, mas eu nunca fiz um filme pornô e nem fotos sensuais, portanto, você realmente vai se cansar de fazer esse tipo de busca...não acho que vai encontrar nem fotos minhas de biquini...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A primeira vez...

Poucas vezes usei meu blog pra falar sobre sexo, não é que eu não goste do tema, mas por ter tido uma criação conservadora tinha um certo receio de tratar sobre o tema. No entanto, uma adolescente veio perguntar para mim se eu achava que estava na hora dela transar. Já tem um namoradinho e talz, mas não sabe se está preparada. Não soube o que responder, pois não acho que o início da vida sexual tem uma data para acontecer, mas também não acho que tenha que ser uma decisão motivada apenas por tesão.
Tenho mais de vinte anos e talvez isso justifique um certo romantismo na hora de tratar do assunto. Sexo para mim é entrega, é confiança e não necessita ter um prazo para rolar. Não tenho vergonha de dizer que minha primeira experiência sexual, já estava na faculdade e em um relacionamento que eu julgava que ia ser para a vida toda.
E como foi bom! Não estou falando do sexo em si, mas do vínculo, da intimidade que se gerou a partir daí, foram bons os anos de convivência e depois que o namoro acabou, parte importante do meu afeto foi com ele e também ficou em mim. Nas minhas lembranças...mas o que eu quero dizer é que tudo foi sendo construído com a convivência e isso que para mim significa ficar pronta para o sexo. Afinal, compartilhar o prazer com outra pessoa exige  um pouco de maturidade, mesmo você tendo 16, 18 ou 21 anos.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Como é que faz pra chegar?

Perguntaram como me encontrar, eu disse que não sabia, talvez por não me sentir sumida ou desencontrada.
Não tem caminho, nem estrada...tá tudo bem. Não existe mapa, porque chegar a mim nunca foi e nunca será uma aventura selvagem. Odeio admitir, mas é um caminho delicado e cheio de armadilhas que, ouso dizer, são inteligentes.
Pode esquecer o mapa, às vezes, existe mesmo uma imensa vontade de sumir, só para conseguir ficar a sós...

Meu amor

E eu tenho esperança...


Eu tenho muita esperança....


Que um dia eu o encontre

num dia qualquer

de chuva ou não

talvez num dia nublado

Atravessando a rua com seu andar inconfundível

entre as buzinas dos carros

E um ônibus imenso o atropele

Bem na minha frente.

Cairá uma gota de sangue no meu rosto

E eu, calmo limparei

Depois

cuspirei de nojo

(Edgar Zimber- extraído do blog www.fisionomia.blogspot.com ,do meu amigo Roberto Sampaio)

sábado, 3 de julho de 2010

Aproveite o seu silêncio

Cada dia tenho mais certeza que as pessoas deixam passar boas oportunidades de valorizar o silêncio, de cantadinhas baratas que já ouvi a coisas que eu podia ter silenciado para não estragar boas relações, acabei descobrindo que o carinha que gosta de malhar e tem nome composto estava certo em ficar calado só observando (sim, a possibilidade da gente se ferrar e se perder pela língua quando a outra pessoa fica mais tempo em silêncio é potencializada e assim que eu me ferrei).
Eu não queria ter falado tanto e dado pouca importância a seu silêncio que nem de longe significa falta de conteúdo para conversar, é apenas o seu jeito de ficar mais perto de lembranças que talvez outras pessoas preferem esquecer. É, eu sempre troco os móveis e as lembranças de lugar...e fico falando para me distanciar de um monte de coisas. Enfim, hoje eu só queria aproveitar um pouco do não ouvir tua voz, afinal, a "voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas". Neste caso só me resta dizer, com toda a minha sinceridade. Te cuida!