terça-feira, 17 de julho de 2012

Liberdade, amor e realidade



 Faz tempo que não volto ao blog, faz tempo que não escrevo textos açucarados. Não me falta amor, pelo contrário, ele encontra-se cada dia mais latente, mas não vi necessidade de me expor em tempos que nossa vida é tão exposta. Porém, estou aqui pronta para comentar o que ainda não vi que é o tão badalado On The Road. Gosto do Walter Salles desde a época de Central do Brasil, passando pelo duvidoso Água Negra e o primoroso Abril Despedaçado. A forma do Waltinho conduzir as cenas me transmite uma sensibilidade única e olha que nem entendo tanto de cinema assim.
Bem, não é sobre o Salles que quero falar, mas talvez da essência da adaptação do Kerouac. Li esse livro bem cedo, aos 18, logo depois de Perto do Coração Selvagem( e olha que na época eu nem conhecia os pseudos intelectuais da vida). Depois vi Sem Destino que tem inspiração na tal obra do Kerouac.
 Claro que como toda jovenzinha quis sair por aí sem rumo, com o vento na cara e pirando todas. (quem nunca?). No entanto, até a minha irresponsabilidade tem que, vez ou outra, esperar um pouquinho até que eu me sinta inteiramente responsável para aguentar as consequências. Em outras palavras, para eu ir, vir, sair por aí mochilando, eu preciso ter um norte, preciso ter uma base para onde voltar ou seguir em frente por um território sólido ( me formar, ter guardado uma boa grana, saber fazer alguma coisa além de sonhar, pode ser uma boa).
Seguir sem destino é muito legal, nos filmes, nos livros e nas viagens de férias ( com a passagem comprada para a volta e cama quentinha todos os dias), tem uma hora que é preciso pousar os pés no chão e perceber que nem tudo é festa.
Em 2009 conheci um malabarista de sinal argentino que ficava por aí mulambento conhecendo o mundo. Antes de chegar ao Brasil, tinha ido a Colômbia e no Brasil já tinha ido no Pará, Rio, Bahia e tantos outros lugares que não lembro.  Bem, o tal malabarista tinha formação em cênicas, fez alguns trabalhos no cinema e na propaganda hermana e quanto cansou de brincar de cigano, voltou para o seu lá (foi proposital) e hoje continua fazendo trabalhos de modelos, claro que com bem mais experiência do seu momento “Na Estrada”. Sonhar que vai sair sem rumo por aí, achando linda  a irresponsabilidade de não se prender a nada e a ninguém, acho que só fica bonito mesmo nos filmes e na literatura. Na vida real...sei não.

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