(...)
Margarida já era, amizade.
Saca esta transa,
O barato é avenca.
Não demorou muito para que tudo desmoronasse. A margarida foi desmoralizada. Tripudiada. Desprestigiada. Não houve grandes problemas. Para ele, pelo menos. Mesmo os empregados tiveram apenas o trabalho de mudar de firma passando-se para a concorrente. O quente era a avenca. Ele já havia assegurado o seu futuro, comprara sítios, apartamentos, fazendas, tinha depósitos bancários na Suíça. Arrasou com napalm as plantações deficitárias e precisou liquidar todo o estoque do produto a preços baixíssimos e, como ninguém comprasse, retirou-o de circulação e incinerou-o. Só depois da incineração total é que lembrou que havia comprado todas as sementes de todas as margaridas. E que margarida era uma flor extinta. Foi no mesmo dia que pegou a mania de caminhar a pé pelo aterro, as mãos para trás, rugas na testa. Uma manhã, bem de repente, uma manhã bem cedo, tão de repente quanto aquela outra vez, divisou um vulto em meio ao verde. O vulto veio se aproximando. Quando chegou bem perto ele reconheceu sua ex- esposa.
Ele perguntou:
- Procura margaridas?
Ela respondeu:
- Já era.
Ele perguntou:
- Avencas?
Ela respondeu:
- Falou.
sábado, 8 de setembro de 2007
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2 sobrou pra você!:
more caio learn caio live caio
há tempos nao passo aqui...
bjos!
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