domingo, 29 de abril de 2012

Já foi

Eu não preciso mais do Neruda que você me tomou e nunca leu. Na verdade, pouco me importa se você o queria para colocar na mesinha de centro. Toma, ele é seu. Deixe que eu compro outros livros, pode até ser o mesmo, mas terei outras interpretações, outras leituras que você deixou de ter valor para permanecer nelas
Meu coração subiu de preço e isso já faz tempo, mas eu  cismava em colocar em liquidação. Tantas águas rolaram e sim, já me amaram bem melhor que você. Amadureci, aprendi a beber, aprendi a me reconhecer, fiz o que eu quis. O que na verdade, sempre foi o melhor a fazer.
Soube por aí que na minha biografia consta um pseudo adultério e uma roubada de futuro alheio. Já fui vista como escrota, cínica,  piranha, já usei o tal batom vermelho que me deixava com cara de puta em dias de sol e há quem diga que até hoje sofro por amor e que me dei mal. Sobre tudo isso, eu nunca disse nada, mas fiquem à vontade. Espaços para comentários da vida alheia também podem ser feitos no blog