quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Escrevo para você, mas não sei bem se é a ti que eu quero atingir. Sei que nada por aqui mudará o sentido daquilo que passou. Tudo passou.
Em mim, uma lembrança invade os sete buracos da minha cabeça, e por ela, às vezes sou feliz o dia inteiro, ou fico calada boa parte do tempo. Tenho até vontade de fechar os olhos pra, quem sabe, compreender o motivo desta lembrança ainda pairar por aí.
Revi filmes, li livros, ouvi músicas, revisitei lugares, quebrei mitologias pessoais. Não tenho mais 20 anos e nem medo de avião. Já bebi até vomitar, soube assim por alto que você fuma quando bebe. Eu agora gosto de dançar, parece que você também andou arriscando alguns passos. Não gostamos mais das mesmas músicas e nosso gosto musical já não deve nem combinar.
Não somos mais os mesmos (em alguns momentos somos até bem mais ou menos), nos tornamos tão frágeis e em alguns momentos, não te reconheço mais, "suas roupas são outras, soltas em mim, as palavras da tua boca". Eu escrevo é para mim, é por mim, para pintar com novas tintas, as paredes de minha alma. Não conta pra ninguém, mas tem mais de um ano que eu não leio mais o seu signo e nem penso em te ligar quando olho na livraria aquele livro mega fodástico, pois não sei se você ainda se interessa por algumas coisas.
Li uma dedicatória sua em um livro que sempre me dói. "Sou um filho da puta, mas eu te amo", frase que deve ter sido repetida por tantas vezes para outros ouvidos, e como eu devia ter acreditado somente na primeira parte da declaração.
Esquecer é reaprender caminhos, é voltar e sentir toda a dor novamente para saber como lidar com ela daqui pra frente. Esquecer é entender os sinais de adeus, é se distanciar aos poucos, até que a cola vá saindo devagar e todos  possam partir

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