sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Hoje, 31 de Dezembro! Enquanto todo mundo sai por aí em busca da roupa perfeita para passar a virada, outros ensaiam textos de renovação, simpatias, deixo claro que nem pretendo pular as sete ondinhas e nem depositar todas as minhas expectativas no coitado do 2011, espero que ele seja doce, suave e bonito. Simples assim!

Eu até pensei em fazer um texto de retrospectiva ou falar das minhas esperanças femininas para 2011, mas decidi que o último post de 2010 tinha que ser sobre e para você. Quero dedicar tudo para seu sorriso e a tranqüilidade excessiva que ele tem, antes que o ano acabe.

Pouca gente entende os motivos de eu te dar tanta importância. Nem eu entendia bem, pois eu passo muito bem sem a tua presença por longos dias. Então, qual seria o motivo de não ser antipática quando você mereceu? Simples, por mais louco que isso seja, você chegou no tempo certo, com sua aparência perfeitinha para mim e me mostrou que eu podia assumir outros papéis em 2010. Já podia voltar a acreditar em sedução, destino e outros blablablás tão essenciais para a vida, mas que eu andei evitando.

Quantas vezes me vi inquieta esperando chegar as 22h30, horário que você chega do trabalho e ligava para dizer que chegou, apesar de ter certeza que você não entendia por que diabos estava ligando para dar satisfação. Quando você ligava, eu ia dormir. A gente se acostuma rápido com algumas rotinas, não é mesmo?
 Foi muito rápido isso, mas você foi o personagem que eu mais falei neste ano e foi também o que eu mais quis que estivesse perto de mim. Eu me interessava, de verdade, pelos passeios de moto. Gosto de sentir o vento na cara, de te abraçar por medo de cair, te sentir mais perto e também para que você pense que só me sinto segura por ser você que me leva para casa (é, isso é realmente verdade).

Gosto do teu sorriso e da forma como pergunta: "e de mim, o que você achou quando me viu pela primeira vez?" . Gosto muito das pequenas delicadezas que você me fez até sem querer. O ano acabou e até agora não sei exatamente se você vai ou se fica, não sei o que você quer, não sei o que você pensa. Eu gosto de você e realmente não queria te deixar sozinho em 2010. E por mais que não queira planejar muito para 2011, mesmo sem querer admitir, eu te queria por perto. Feliz ano novo, belo A!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Em 2010 foi assim...

Entra ano e sai ano e o papo sempre é o mesmo. Nem adianta dizer que você não faz planos e que não se ouriça todo nas expectativas, porque é natural. Crianças mudam de série, fazemos aniversários, mudamos os cabelos, conhecemos novas pessoas, nos encantamos por muitas delas, nos afastamos de outras, nos apaixonamos e sonhamos novamente sobre e com esses amores. Muita coisa acontece em 365 dias e quando esse ciclo se fecha, não zeramos esses novos contextos, vamos dando continuidade, mais amadurecidos.
Em 2010, fiz muita coisa, apesar de não ter finalizando algumas pendências de 2009, ano dificil, atribulado, cheio de dores e poucos amores. 2010 foi diferente, mais dinâmico, mas afetuoso, mais cumplicidade e muitas histórias para contar.
Se eu tivesse que fazer uma retrospectiva detalhada não ia conseguir explicar tantos acontecimentos. Porres, sim, muitos porres e muitos risos também. Coragem etílica de ligar para um desconhecido bonito e motoqueiro em uma noite de julho, ato que deu uma balançada e tanto na minha vida. Pode ter sido efêmero, mas teve uma importância simbólica que eu jamais conseguirei explicar nem para os mais íntimos.
Não posso esquecer das edições de "Roberto Recebe" sempre cheios de alegria e risos até perder a hora de ir embora
E as viagens...acalmaram meu coração, me tiraram do olho do furacão e me fizeram descobrir que o mundo lá fora não vai me devorar em um segundo. Lá fora existem pessoas afetuosas, amigos valorosos que ficaram com parte de mim nas minhas idas e vindas por aí. Trouxe lembranças delas, muitas e uma gravei na pele.
Aprendi que as pessoas realmente interessantes podem não ficar diante dos teus olhos e nem morar na sua cidade, mas podem te abordar em um domingo a noite pelo Twitter, quando você tá em casa, meio puta com o peguete e morrendo de TPM, e de repente começam a fazer parte importante da tua vida. Aprendi também que distância, às vezes, é apenas um detalhe...
E que você tem amigos que nem sabia que tinha, como aquele que você liga à noite e obriga a te ciceronear em Brasília e ele chega em 20 minutos, todo disposto a te levar onde você queira se divertir.Além de te preparar almoço no outro dia.
Aprendi que posso gostar de samba, posso dançar até o chão e não perder a dignidade, posso experimentar bebidas e ficar péssima, desde que consiga ligar para Caetano. E que me estressar por causa das dificuldades nem sempre vai levar a nada e, por mais clichê que seja, sorrir é sempre importante.
Em 2011, quero mais de tudo isso e novas descobertas. Que seja doce. Vamos lá!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Etapas do fim

1ª semana: Eu sinto tanto a sua falta (litros e litros de lágrimas no travesseiro, desejo incontrolável de ligar, choro, lamentações e ranger de dentes)

2ª semana: Eu estou com ódio de você ( lista de todos os defeitos de quem até outro dia era amado. Vontade de encher de porrada, cuspir na cara e muito desejo de vingança)

3ª semana: Eu me odeio por sentir sua falta (vontade imensa de não se importar mais com a criatura, mas vez ou outra lembra de alguma coisa que era boa)

4ª semana: Quem era mesmo você? ( a dor passa e vem uma leveza inexplicável, o ódio passa, o amor também e de vez em quando pode até sobrar um singelo afeto)

Claro que os prazos demoram de pessoa para pessoa, mas as fases são essas aí mesmo

domingo, 19 de dezembro de 2010

A.B

Foi em uma noite como essa e tantas outras


Eu percebi algo que não queria entender

Os olhos de Ab não diziam nada

Na verdade, confundiam-se com o sorriso, orelha e nariz

Do misturado de Ab não achei nada

Não trazia respostas, nem novidades

A não ser uma dúvida imensa

Aumenta a minha vontade de descobrir

Desvendar o mistério

O problema é que não há mistério algum

Não existe nada

Acho que nunca existiu

Surgiu da minha vontade

Da minha tristeza

Da ansiedade

De não esperar nada

Revirei as entranhas

E mal pude agüentar a falta de novidade

A ausência de querer doeu na minha pele

Enlouquece e frustra a falta de vida

Quis injetar um pouco do meu próprio ânimo

Não deu tempo

Ele agonizava bem na minha frente

Segurei nos braços, tentei protegê-lo

Era culpa minha exigir perfeição

A quem não conseguiu sequer ter defeitos

A quem falhou na sua imperfeição

A quem sorrir daquilo que não conhece

A quem mora na Vila do século XVIII

Vai

Siga bonito em sua ignorância

Seja muito (in) feliz!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Bruno


"É claro que eu não gosto dele. Não conheço, mas eu o odeio. É impossível gostar de alguem que faz quem a gente ama sofrer..."

Diante do que li, mesmo com os olhos quase fechados de tanta dor, percebi que dali para frente não tinha jeito, nossa amizade seria para sempre. Aceitei que meu coração já tinha um grande proprietário, ele  me fazia pequenas e grandes delicadezas. E assim vamos entre tapas e beijos (tapas dele, beijos meus) vamos construíndo as nossas vidas. Não precisamos ficar tão perto para saber que estamos indo de mãos dadas.

Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
(Mãos Dadas-Carlos Drumond de Andrade)

Post para o meu amado amigo Bruno (@geobruno)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Então é natal...

Antes de Simone começar a me questionar o que eu fiz porque o ano termina e nasce outra vez, e eu tento equilibrar minhas sacolas, bolsa, óculos para enfrentar uma multidão nas compras de última hora, vou me adiantar em responder. Se 2010 não foi um ano excelente, foi pelo menos um ano cheio de movimentos. Se eu comparar com 2009, acho que não consigo lembrar nem metade do ano, por isso, este que se vai já leva vantagem e boas histórias para contar.


Em janeiro, quase passo meu aniversário no aeroporto. Vôo cancelado no dia anterior me fez chegar correndo para abraçar meus queridos que sempre estão aqui em reuniões que a cada ano tornam-se mais seletivas.
Faltava animar meu coração, batendo parado em uma estação tinha tempo. Um dia resolvi pegá-lo no colo e levá-lo para passear. Foi o bastante para que dali a uma semana ele tinha se encantado por uns olhos verdes, peixe tatuado no braço e tinha se machucado. Juntar o que sobrou e se recolher por um ano? Não, em 2010, tive a sensação de ser imortal. Dizem que as pessoas feridas são perigosas, pois sabem que podem sobreviver e deve ser mesmo. Um coração partido, no meu caso, hoje dói, mas não mata. Segui minha vida, com meus amigos, festas divertidas, braço arranhado sem saber nem o motivo, até aquela tarde de fim de julho, quando vi o pôr-do-sol da sacada do apartamento do meu amigo Roberto (paisagem que ainda irei contemplar por várias vezes), resolvemos sair e lá se foi meu coração se animar e se perder.
Vi daqui ele abraçado, ainda com medo de cair, de capacete na cabeça, sentindo o vento na cara, acenando para mim e dizendo que era pra eu ir também. Tentei correr atrás e dizer que era perigoso, ele podia cair, mas desisti. Era a primeira vez que percebia meu coração estava tão bonito, tão feliz, tão independente e intenso.
Deu vontade de saudá-lo pela entrada na vida adulta, deu vontade de pesquisar todos os detalhes, de saber se essa felicidade iria durar por muito tempo. Eu não queria que meu coração se partisse de novo, mas ele não me consultou, antes de pegar aquela carona. Se tivesse me perguntado, com certeza eu não deixaria, minha mãe sempre disse que é perigoso.
Diante de tanto entusiasmo, segurei no braço do meu coração e saímos juntos correndo e felizes por aí, eu nem me importei com os pingos de chuva. A velocidade vem de vez em quando e vai sem explicação, mas e daí? Meu coração aprendeu a lidar com isso e para 2011, deseja outras emoções...Quem sabe, ele pule de pára-quedas e me olhe sorrindo, me convidando para o samba. Em 2011, “quero a vida sempre assim....”
 

Romance

"Não vamos fuçar nossos defeitos

Cravar sobre o peito as unhas do rancor
Lutemos mas só pelo direito
Ao nosso estranho amor..."

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Saudade

A cidade não chora por mim
Nada mais me comove (assim de tão perto)
Em uma terça-feira de calor
Esperar Godot nunca é fácil
Beijo os seus olhos
Ato de delicadeza essencial
Você não entenderia
Viver cansa demais
E isso distrái a cidade
Eu amo sempre e mais
Para distrair a saudade
( e saudade sempre passa)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Erotismo a flor da pele

Espero por você na biblioteca. Em qualquer uma ou em todas elas...


Outro dia escrevi um poema que postei aqui no blog e dediquei ao amigo Marcio Pombo, músico, ator e todas as outras possibilidades artísticas que ele pode desempenhar. Conheci pelas voltas que esta Internet dá e desde então, disse que um dia mostraria um dos meus poemas que sempre escondia. Não mostrei nenhum antigo, criei um novo para ele logo depois que assisti ao filme "O Livro de Cabeceira", de 1996 quando eu era uma teen boba e banal. Em resumo o filme fala sobre uma moça que se torna escritora, mas as coisas não são só isso.
Nagiko cresceu em uma tradicional família japonesa, sua mãe morreu, e seu pai (Ken Ogata), escritor, a cria com a ajuda da tia (Hideko Yoshida). A cada ano, em seu aniversário, seu pai escreve de forma ritualística uma saudação em seu rosto e nuca. Com o tempo, Nagiko passa a aguardar ansiosamente tais momentos. Sua tia a presenteia com um livro de uma escritora japonesa do final do século dez, chamada Sei Shonagon, o Livro de Cabeceira.
Parece simples o resumo, mas a força poética deste filme é muito intensa, principalmente, quando Nagiko ao invés de só esperar as escritas passa a escrever também nos corpos de seus muitos amantes. A relação com um tradutor bissexual interpretado por Ewan McGregor  apimenta ainda mais cada um desses rituais, mas não vou contar os detalhes do filme, o que me impressionou foi o roteiro com linguagem absolutamente poética, sedutora e que te prende do começo ao fim e não te deixa passar impune. Em várias cenas eu quis rever, anotar trechos e ainda completamente apaixonada pelo filme, escrevi o poema. Se minhas recomendaçoes são válidas, acho que vale muito à pena procurar.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pelo sabor



Mas se eu ousar amar pelo sabor do gesto

Te empresto da maçã, vai junto o coração
Esquece o que eu não fiz
Te sirvo o bom da festa
De um jeito mais feliz


(Pelo Sabor do Gesto-versão Zélia Duncan)

domingo, 21 de novembro de 2010

Cortar

Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.

A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.

(A Moça Tecelã-Marina Colasanti)



"Escrever é cortar palavras..." a frase é quase uma máxima do jornalismo, principalmente, para quem vezenquando precisa assumir a edição de uma página e precisa cortar, escolher palavras mais curtas, transformar parágrafos para que o texto fique sucinto e que não perca o sentido.
Essas mudanças também fazemos na vida, mudamos de caminho, abreviamos relações, vivemos histórias mais curtas, haicais, contos de uma página (ou uma noite) e nas viradasde páginas nem percebemos que não temos apenas um livro. Temos uma biblioteca inteira com livros de tamanhos e capas bem diferentes, histórias bem feitas, romances polêmicos, bobos, diferentes, com trilhas sonoras exclusivas ou dotadas de um empréstimo barato da história quase principal.
Tenho eu, alguns livros que, de vez em quando, trancada na minha biblioteca afetiva começo a pensar como seria se eu reescrevesse hoje. Algumas cenas me fazem rir bastante, outras ainda conseguem me trazer algumas mágoas. Só que tinha um livro em especial que me incomodava muito, não pela história ter tido vários desdobramentos que eu não queria e desconheço até hoje porque se encaminharam desta forma, nem era mais isso que me incomodava e sim o fato de não ter um final.
Nem todas as histórias possuem finais felizes e eu não estava em busca de um, mas de alguma frase de efeito, um acontecimento novo, algo que motivasse a finalizar em grande estilo aquela história. Tem algumas semanas que venho observando como seria possível colocar o ponto final. Procurava, avaliava elementos, rememorava grandes mágoas e ainda assim faltava alguma coisa.
Mas hoje, enquanto relia os últimos capítulos que foram escritos por nós dois, percebi que não faltava mais nada e que qualquer parágrafo a mais ia deixar esse livro sem sentido, sem condições de virar roteiro para novelas ou filmes e, então tal qual a moça no bastidor que bordava a bela paisagem no conto de Marina Colasanti, eu bordei a fita em meus cabelos, arrematei o ponto e, com muito cuidado, cortei a linha.




quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Troca

Uso
Parece conveniente
Uso o seu corpo
Quando eu quero
Não é roubo
Em troca
Ofereço o meu
E outros elementos que você não conhece
Não tem acesso rotineiramente
Sua oferta é menor
É apenas física
É o que eu quero naquele momento
Fast Food de sentimentos
Consigo aproveitar a oferta
Não te deixo feliz
Nossa troca não e justa
Eu sempre saio ganhando

Corpo


Conheça primeiro o meu corpo

Para depois entender como ele funciona
Como ele te olha
E te sente

Você tem uma noite
Enquanto arrumamos as malas
Estude a anatomia
Nem sempre se tem uma mulher tão perto
Que não se deve tocar
Apenas olhe
Se possível chegue mais perto
Sinta a respiração
O cheiro
Toque devagar (sem que eu perceba)
E guarde boas lembranças
Não é uma despedida
É apenas o primeiro encontro

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Não

Não

Eu não vou
Escrever pra você
Não pode ser
Porque não te conheço de fato
Não sei o cheiro
Não sei o tato

Apenas rebato o desejo
No espelho da canção
Disfarço o sim
Cantando o não
Tudo por abstração
Tudo pura abstração
Não, é pra você essa canção
Não, Não, Não

(Não- Paulinho Moska)
Sim, postei pra você

Amor?!

Minhas canções não são mais sagradas
Tudo tem dois lados
Melhor aproveitar
Reciclagem de sentimentos
Economia de imaginação
Poemas sem nomes
Que podem term vários  ao mesmo tempo
"cherie" pode ser você
como pode ser a outra
Eu te amo
Isso nunca foi tão banal
Eu te amo hoje
Amo aquela amanhã
Depois...nunca se sabe
Os beijos
As bocas
São as mesmas
Ou são diferentes
Não importa
Importa somente a vontade de se grudar em alguem
Foda-se quem!
Sentimentos? Em falta no mercado livre
Tente mais tarde

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Poema bobo

Você já me pediu poemas
Sou de prosa
Na sua frente eu não sei o que escrever
Sinto-me nua apesar das roupas
Sem toques, sinto-me abraçada
Já te pedi poemas
Peço que escreva
Use meu corpo como páginas do seu livro
Já sei o bastante
Já escrevi muito
Cansei de ser apenas a caneta
Tenho em mim uma lista de coisas que fazem meu coração pulsar mais forte
Ofereço a minha pele para que escreva o seu livro de cabeceira

Texto dedicado a Márcio Pombo para quem sempre devo poemas

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ao físico

Já sofri recentemente por causa de judiarias com meu coraçãozinho, mas nunca me senti tão à vontade para escrever sobre estas desventuras. Acho que "um dia ainda vou rir disso tudo" talvez ainda não tenha chegado, enquanto isso, volto alguns anos no meu histórico amoroso
Eu tinha 17 anos,  não era ingênua ou pouco informada. Desde criança ouvia boa música e gostava de toda a literatura obrigatória da escola. Era tímida, não era bonita e isso facilitava a minha concentração, ganhei gosto pela coisa,  antes dos 18 já conhecia Rubem Fonseca, tinha preferência por Lígia Fagundes Telles, Caio Fernando Abreu e não conhecia apenas trechos de Clarice Lispector (eu  li Perto do Coração Selvagem, aos 17), mas tinha dificuldade com Física. Em Matemática, química, eu ia muito bem, mas com Física rolava um bloqueio natural.
Resolvi ter a minha primeira paixão platônica e tinha que ser, justamente, o mais irritante de todos os seres que eu já conheci. Eu, 17 anos, com beleza adolescente e simpatia por tudo. Ele, 25, menor que eu, muitas marcas de espinhas no rosto e uma antipatia capaz de despertar a fúria de todos os alunos da sala...menos a minha. Quanto mais cínico, mais despertava minha atenção. Eu era dedicada e logo as boas notas chamaram atenção dele que passou a me tratar com carinho, me chamava de "bruninha". E isso aumentava a minha empolgação juvenil.
As aulas acabaram, eu ia sair da escola. No último dia de aula, quando a noite chegou, Nando Reis bem que podia ter cantarolado " Você pode ter certeza de que seu telefone irá tocar" e assim foi. Eu atendi e, do outro lado da linha: "Desculpe o tardar das horas, a Bruna se encontra?". Horas de conversas, ele tentava me impressionar com os conhecimentos prevísiveis de literatura e eu, empolgada como ainda sou, mostrava todo o meu conhecimento de autores, papo bem superior a média das meninas da minha idade.  Li o livro da Lígia e decidi que o conto "A estrutura da bolha de sabão" era dele, achava que ia agradar, mas acho que ele ficou meio chateado por não conhecer)  a conversa evoluiu, fui a formatura dele, mas a paquera da época, hoje eu chamaria de "frescura em grau maior", pois evoluía pouco, tudo bem, na época eu tinha tempo a perder.
Foi aí que teve o show de Ana Carolina, ele ligou e pediu que eu o esperasse. Lá fui eu, com minhas irmãs, prima e o coração cheio de expectativa. Mal pude acreditar quando eu o avistei com as minhas retinas tão fatigadas. Ele se aproximava, mas não estava sozinho. Do seu lado, uma jovem senhora (volto a dizer, eu era muito novinha e qualquer trintona era adulta demais pra mim), muito feia (aos meus olhos, claro) e ela tinha uma rosa na mão. Sim, ele marcou comigo e foi com ela, acho que meu coração relativamente inexperiente não precisava passar por isso. Meses depois, ele casou e escolheu para o enlace, dois dias antes do meu aniversário.
Soube que ainda continua dando aulas na mesma escola, continua antipático, parece que ainda casado. Em uma véspera de Natal, de um ano qualquer, eu o encontrei no shopping. Ele disse: Bruna, vc se tornou uma mulher muito interessante.
Agradeci com um sorriso que qualquer Monalisa iria ficar morta de inveja e segui em frente. Não olhei para trás e não senti nada

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sonho de padaria

E depois de ter sido tratada como qualquer coisa no msn, sigo sem medo até a janela de Sr. Macarrone que demora a responder. Eu, indignada, começo a fazer drama
Bruna diz: "Antigamente tu falavas mais comigo. Hoje, tu nem nada,não quer mais saber do Nordeste...meu croissant é frágil"
Bruna diz: meu croissant sofre. Croissant sofre por ti,meu pequeno croissant

Macarrone diz: corissant, hahahahahahaha
cuoresant
coracao santo

cuoresanto
croix saint
cruz santa...
eh uma cruz

Bruna diz: Vc trata meu croissant pior q um sonho de padaria e meu croissant sofre por ti

Macarrone: eh pq teu croissant eh meu sonho

Bobinha que sou, fui dormir feliz. Tem como não amar a Internet?



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Das contradições do amor

Eu poderia muito bem te ligar e falar um monte de coisinhas melosas, tendo a certeza que você atenderia meu pedido, como tantas vezes eu já fiz. É, eu sei falar essas coisas bobas capazes de amolecer os corações mais simples.
Acontece, meu caro, meu coração é bruto e por mais que eu saiba ser dócil, em mim existe uma aspereza e mecanimos de defesa que nem eu mesma sei administrar, possivelmente, você iria ficar assustado.
Sabe, não é só eu que tenho uma aspereza. Você tem muitas águas sombrias e é possível perceber nos seus olhos. No início, isso não me assustou nenhum pouco, mas depois eu percebi que nem com todo o meu repertório intelectual eu conseguiria desvendar por completo e, meio inconsciente, deixei que você fosse. Um ato covarde, mas talvez maduro. Sei quando a qualidade fica inferior e diferente de certas garotas sonhadoras eu não tenho a síndrome de Peter Pan. Sei como é impossível se recusar a crescer, mas quando a gente cresce, infelizmente tem que ser dura até com os nossos sentimentos ou o nosso conforto. Você se foi, baby, deixei que fosse assim, não fiz nada, nada de verdade,  para que isso fosse mudado. Hoje sinto uma certa saudade, contra todas as realidades que a vida insiste em colocar na minha cara.
É, ele não era para mim, mas talvez eu que não era para ele...
Dizem que a gente não consegue amar quem a gente não admira. Eu acho que a gente não ama quem não admira, mas não consegue amar direito quem se admira demais. Acho que consegui te admirar na medida certa, sabia teus defeitos, mas conseguia perceber a beleza dos teus pequenos gestos. Sinto saudade, mas não sei se quero que as coisas voltem a ser como antes.

PS: Texto de ficção com elementos da realidade, se você foi capaz de se identificar, talvez eu esteja falando de você mesmo.

domingo, 17 de outubro de 2010

“Tropa 2” retrata realidade a ferro, fogo e carne viva

Com uma trama questionadora e com uma visão mais geral a respeito do problema da violência no Brasil aliada a boas interpretações, bom roteiro e jogos de cenas cheio de agilidade, o filme Tropa de Elite 2, que estreou na sexta-feira nos cinemas, chega às telonas como a produção mais esperada do ano e merece.

O filme do Capitão Nascimento (na nova película, agora ele é Coronel) não decepciona em nada e tem tudo para repetir o sucesso do primeiro, lançado em 2007. Apesar de ter menos cenas de ação, não deixa de ser tão violento, pois transporta o público a uma realidade até então pouco comentada na imprensa. José Padilha enfoca a criação de milícias nos morros do Rio de Janeiro, ou seja, grupo de policiais militares que “libertam” a comunidade dos traficantes em troca de mensalidades para a manutenção da paz. No entanto, o preço custa mais alto que se possa imaginar, serve de interesse político e piora o já crônico sistema de segurança A produção ainda retrata como o tráfico pode sustentar a violência ou mascarar uma falsa imagem de tranqüilidade.
Para contar essa história nada melhor que a narração precisa, direta e agressiva do Coronel Nascimento, interpretado pelo sempre excelente Wagner Moura. No enredo, Nascimento deixa o BOPE para assumir um serviço administrativo como subsecretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Enquanto elimina o tráfico, acaba sem intenção, beneficiando a milícia, uma violência burocratizada, velada e tão repugnante quanto os traficantes.
Padilha desvela uma realidade do Brasil, “a ferro, fogo e carne viva”, como bem define Chico Buarque na canção “Tatuagem”. É, o problema parece gravado no Brasil feito uma pintura que não parece largar tão facilmente, e como diz o Nascimento “isso ainda vai custar o sofrimento de muita gente”. Por essa reflexão, o filme já vale (e muito!) à pena, mas, além disso, tem mais. Muito mais! É impossível falar de Tropa de Elite 2, sem dar as devidas honrarias a interpretação de Wagner Moura, que consegue passar tão bem um personagem complexo que acabou conquistando o Brasil. Durão no trabalho, máquina de matar, é um cara solitário, sem amigos e cheio de dilemas. Um macho ‘alfa’, que mesmo bruto, desperta lágrimas e suspiros das mocinhas mais sonhadoras e é admirado pelos homens pela macheza sem limites. Sem dúvida, o Nascimento é o herói que o Brasil sempre quis e Wagner Moura é o ator que todo diretor deve desejar.
Outra atuação que não pode passar despercebida é a de Seu Jorge, o cantor chama a câmera para si e, nas suas cenas, recebe todas as atenções do público. É uma produção brasileira que merece ser vista, comentada, elogiada. Como diz a música do filme “Tropa de Elite, pega um, pega geral, também vai pegar você”.


Publicada originalmente no jornal O Estado do Maranhão, no dia 12.10.2010

domingo, 10 de outubro de 2010

Ódio

Nunca pensei que ia te amar pra sempre
Assim como também sei que nem por toda a minha vida guardarei raiva por você
Por enquanto, quando o "observe não me importar" não vem
Vou por aí, parafraseando a canção: "As vezes te amo por quase um segundo...depois te odeio mais"

sábado, 9 de outubro de 2010

Minha fúria odiosa já tá na agulha 
(Esperança Cansa-Karina Buhr)



Embora eu saiba que preciso cuidar da saúde, faço exames quando é o jeito. Se esse exame for de sangue...Sempre piora! Não gosto de olhar meu sangue quente deixando meu corpo assim, lindo e vermelho. No entanto, o ato de não gostar não tem ligação com nenhum bloqueio em não conseguir olhar o próprio sangue. Diferente do resto de mim, minhas veias são muito tímidas e bailarinas (vejam só, e eu, não danço nada) elas insistem em se esconder da agulha. Funciona assim: alguém fura meu braço, minha veia foge e eu grito de dor.


Pois bem, ontem foi dia de sangue, lágrimas e pânico. Enfim, nos exames periódicos sabia muito que as coisas não iriam acabar bem, quando a moça da coleta, depois de olhar um braço, o outro, tentar a mão decetou: “Você tem veias fujonas, elas dançam muito, vai ser difícil pegar”.
Neste momento, comecei a sacar o que aconteceria:  eu e minhas veias bailarinas iríamos dançar bem bonito. Na recomendação da moça, enquanto ela apertava meus braços, dava pequenas pancadas na veia com os dedos, eu fechava e abria a mão para quem sabe em mim aparecessem traços de que em mim há circulação sanguínea e, neste momento, lembrava do senhorzinho simpático de um laboratório que tira meu sangue desde criança e nunca, nunca errou, nem tendo veias que gostam de samba, afinal, um bom cavalheiro sempre sabe chamar uma moça pra dançar e, assim, minhas veias seduzidas pela leveza  sabiam dançar bem devagar, para acompanhar o meu sangue.
Aí, meus pensamentos de infância foram quebrados pela primeira agulhada, a segunda, a terceira, a quarta e...ufa, finalmente, ela acertou o alvo.
Eu, de olhos fechados, tenho que ouvir da moça a justificativa: “Você fica muito tensa, por isso que sua veia dança”
Eu: “Se você tivesse sido furada tantas vezes...também ficaria tensa”
Saldo da carnificina: quatro furos no braço, um imenso hematoma e a certeza que o Conde Drácula sugaria com mais delicadeza o calor de dentro do meu sangue vermelho.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Nunca é por mal

É saudade, então e mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três
Trabalhei você em luz e sombra
E era sempre, Não foi por mal

Eu juro que nunca quis deixar você tão triste
Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras...Quase nunca são

E era sempre, Não foi por mal

Eu juro que não foi por mal
Eu não queria machucar você
Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez
E era sempre, sempre o mesmo novamente
A mesma traição

(Acrilic On Canvas-Legião Urbana)

Carapuças? Disponíveis no Mercado Livre

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vingança

"E a vergonha/ É a herança maior que meu pai me deixou;
Mas, enquanto houver força em meu peito/Eu nao quero mais nada
Só vingança, vingança, vingança"

(Vingança- Lupicínio Rodrigues)
 
Não sei se é bom ou ruim, mas não tenho vocação lupiciniana para gostar da vingança. Só me resta ter cuidado na hora de abrir as gavetas dos sentimentos de outras pessoas, em algumas eu posso me perder, em outras, as gavetas estão tão vazias que nem tem mais como preencher.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O que você precisa saber sobre moda

Entre os dias 21 e 23 aqui no Maranhão, acontece o SLZ Fashion, um dos maiores eventos fashion de nosso estado. Como eu sempre gostei de moda, já acompanhei e fiz cobertura de eventos como o SPFW  e do Minas Trend e, desde a adolescência, pirava nos editoriais de moda ( nessa época que conheci e me apaixonei perdidamente pelas camisetas do Alexandre Herchcovitch), selecionei aqui alguns temas que podem ajudar na hora de escolher o figurino diário e também na hora de entender um pouco que os estilistas  buscam no conceito dos desfiles. Esse post é mais feminino, mas os homens devem perder algum tempinho passando os olhos nestas linhas, para ajudar as namoradas, irmãs e amigas a se vestirem melhor.

Adaptação: Tudo bem que, a cada ano, surgem no mercado tendências maravilhosas que, a vontade é de sair usando tudo, mas....como tudo na vida tem um "mas", é importante perceber qual estilo combina com você (falo da personalidade e do tipo físico). Por exemplo, se você for gordinha, evite (Corra Lola, Corra) as calças de lurex. Ok, elas podem ser uma beleza nesta onda retrô, mas dão volume ao corpo e se você estiver acima do peso, vai aparentar ter engordado, pelo menos, uns três quilos.
Agora se você for pequena, acho que deve evitar também as calças de saruel, pois elas achatam a silhueta e você vai ficar mais baixa ainda. Se você gostar muito, use um scarpin alto, pois eles são poderosos em qualquer figurino e deixam a pessoa com o visual mais elegante.


Colorido: Desde o ano passado, os estilistas tanto nacionais como os internacionais estão batendo com força na tecla das roupas fluorescentes, foi aquilo que mais rolou no último SPFW. Acho ótimo, pois eu adoro colorido, mas creio que deva ser usada com moderação. Por exemplo, se for usar um vestido colorido tenha cuidado em mesclar com acessórios com mais sobriedade, pois o vestido já fala por si só. No caso de blusas, aí você pode ficar mais à vontade de usar um sapato mais descolados e outros elementos mais marcantes. Só tenha cuidado em não chocar com um visual meio poluído, de brincos grandes, blusa com cor muito vibrante, sapatos e bolsas coloridas. Uma sugestão: Use uma maquiagem mais sóbria e, se for sair durante o dia, escolha um óculos de sol de atitude, eles sempre levantam qualquer visual.

Seja Básico: Se você faz a linha mais clean e morre de vontade de acompanhar as tendências, mas seu estilo é bem básico. Minha querida, nunca se desanime, você é altamente fashion, ou você nunca ouviu a máxima do "menos é mais"? E você pode sim, abusar da moda, mesmo sendo  básico, apostando com força nos acessórios. Colares coloridos, bolsas diferentes, um jeans mais bacana, óculos de sol e sapatos bem legais, levantam qualquer visual. Eu, como adepta do básico, fujo de grandes novidades, por achar que não combina comigo, mas gosto muito de sapatos coloridos, já as bolsas eu tenho certa preguiça de mudar todos os dias. A dica é cuidar de detalhes, um penteado bacana, uma maquiagem interessante (hoje em dia, você pode usar lindamente um batom vermelho durante o dia e vai ficar ótimo).
Contexto: Eu sempre achei e hoje tenho certeza que moda é uma forma de arte. Para entender de moda e saber porque aquelas tendências estão cheia de pompa nas passarelas e invadindo às ruas , é preciso saber de algumas coisas que estão muito além de agulhas e tesouras. Por exemplo, o desfile da Agua de Coco deste ano era inspirado nas cidades que são patrimônio histórico, da mesma forma, Ronaldo Fraga,. Amapô e Maria Bonita apostaram em elementos da cultura do Nordeste para as suas criações. Já Alexandre Herchcovitch adora usar o cinema como inspiração. No desfile da coleção Outono e Inverno  (foto ao lado),  o que inspirou o estilista foi o filme O Sétimo Selo, de Ingman Bergman e na coleção Primavera/ Verão a aposta foi mais urbana inspirada no filme Laranja Mecânica e na composição da figura de Charlie Chaplin.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Dicas de Moda

Árvores e flores formam o cenário das novas imagens da campanha primavera - verão 2010/2011 da Le Postiche.  A beleza da natureza não foi aproveitada apenas pelos cliques de Rodrigo Marques.]Sobre a coleção. Com inspiração na natureza, a Le Postiche aposta em peças super femininas, traz materiais de toque macio e modelos que remetem praticidade e conforto. Na cartela de cores, tons pastéis como o creme e o branco estão presentes nas bolsas e acessórios, assim como cores mais fortes como o laranja, verde, pink e amarelo, que são a cara da estação mais quente do ano.
As bolsas contam com modelagens bem variadas e diferentes formatos, como as acinturadas, bolsa-saco e a tira-colo pequena, que promete ser um hit da estação. Os detalhes são outro diferencial: desenhos talhados, correntes, ferragens, fivelas, ilhoses e amarrações estão presentes nos acessórios, com destaque para materiais como o croco opaco, o phíton print e o trançado.
Os acessórios trazem as tendências da estação. Bom exemplo são os cintos de duas voltas, peças-chave da estação e que realçam qualquer look, com cores fortes e detalhes em tachas. Já as carteiras, mais clássicas, aparecem nas cores bege e creme.

Roberto




"Meu catavento tem dentro o vento escancarado do Arpoador. Teu girassol tem de fora o escondido do Engenho de Dentro da flor (...). Cê tem um jeito verde de ser e eu sou meio vermelho, mas os dois juntos se vão no sumidouro do espelho"
(Catavento e Girassol- Aldir Blanc e Guinga)

E a gente se emociona com as mesmas canções, apesar de histórias diferentes. Por isso, essa música sempre será nossa.

domingo, 12 de setembro de 2010

Papo de bar

Desconhecida: Você é de São Paulo?
Eu: Sou não, daqui mesmo!
Desconhecida: nossa, não parece. Você parece paulista
Eu: puxa que pena, eu amo ser maranhense
(Pausa)
Desconhecida: você só curte homem?
EU:  SÓ?! Tu ainda achas pouco?

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Quase amor

E eu era complexa demais pra ele. Que pena! Ele era simples demais pra mim.

É...esses são os desafios enfrentados por quem não quer passar essa vida apenas como uma pessoa banal.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Você tem medo de quê?


Não sei se vocês já repararam que alguns medos são pontuais na vida da gente. Existem aqueles da infância, da adolescência e da idade adulta. Quando criança tinha medo de arrancar os dentes, medo de fantasma, medo de morrer ou que alguém morresse. Tinha medo de dormir com todas as luzes apagadas (um trauma inexplicável que me acompanhou até ano passado).
Adolescente, os medos mudam...medo de ficar feia  ou de nunca ficar bonita e se livrar daquela quantidade exagerada de acnes,  de nunca arrumar um namorado, medo das cólicas mensais, de apaixonar ou de nunca  apaixonar, medo da mudança na escola, de ser rejeitada pelo garoto popular, de não conseguir ter boas notas, pois com os hormônios em ebulição não tem atenção que consiga ser o máximo. Quando já estamos quase deixando a adolescência de lado surge um outro medo, aquele de não passar no vestibular. Pior: de nunca passar no vestibular e todos os teus amigos se formarem antes de ti.
Passada esta etapa, vem a insegurança acadêmica de achar que não vai conseguir se formar, de não ser uma boa profissional, não ter um estágio legal ou de não ter um emprego.
Adultos, empregados, formados e independentes financeiramente seria hora de deixar aquele namoro mais sério? Noivar, casar e ter filhos? Seria a hora ou você ainda tem medo?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Moda nas ruas

No lançamento das tendências de Primavera/Verão durante o SPFW, muita gente se pergunta o que realmente das passarelas estaria pronto para chegar nas ruas, seja fazendo um visual mais jovem , mais romântico ou urbano. Em comum, as coleções apostaram na leveza dos tecidos que trazem conforto para a estação mais quente. Como essas peças já estão fazendo parte das coleções que chegam nas lojas, agradando ou não o consumidor, ouso aqui deixar algumas observações, sobre as grifes que achei mais interessantes durante os desfiles que aconteceram no mês de junho.
Alexandre Herchcovitch
Desfile AH masculino
Quem me conhece sabe que eu sou completamente apaixonada pelas criações de Alexandre Herchcovitch e muito das suas criações, eu super usaria. Desta vez, não é diferente, mas se engana quem pensa que eu vou escolher os vestidos em tons intensos e estruturados que marcaram presença na coleção feminina, o que me encantou mesmo foram os modelitos dos rapazes. Com  um conceito estabelecido em símbolos como Charlie Chaplin e a ultra violência presente no filme Laranja Mecânica ( quem viu o filme, entende o bastão na mão do rapaz), Alexandre criou uma coleção para o homem urbano, que curte desde as camisetas práticas (aliás, amei essa marca) e peças de alfaiataria e, para as mulheres não se rasgarem, a Top Model Shirley Malmann também esteve no desfile e mostrou que, sim, as peças desde que bem dosadas podem muito bem se incorporar ao vestuário das mulheres.Ah, a coleção teve muito dourado. É um homem de atitude, eu diria!
Shirley em desfile masculino


Quanto ao que poderia ser usado, gostei da composição dos óculos, acho que a camiseta ficaria linda com um short ou uma calça feminina. Do visual da Shirley, acho melhor dosar, ou a camisa ou a calça, os dois juntos ficam lindo na passarela, mas a vida real é diferente. Ok, eu acho que o bastão pode ficar em casa.

Cavalera


Querida dos alternativos, a grife comemora 15 anos e a coleção misturou essa pegada meio rock, meio festa e, principalmente, muito jovem. Pernas de fora, calças justas, shorts curtissimos e saias também saltos em plataformas gigantes e sobreposições combinando camisetas básicas com brilhos. Destaque para as saias mega-volumosas (admito, é preciso coragem) e para as camisetas com estampas de celebridade que faz parte do figurino da última moça na foto ( a de sapato rosa).

Maria Bonita

Sempre um arraso em todas as apresentações, contando desde a trilha sonora até os mínimos detalhes para explicar a coleção, a grife se inspirou na região Nordeste, mas especificamente, os municípios menores e mais carentes de recursos, com suas casas simples de barro e cores neutras. Nas roupas não é diferente, os tons neutros deram a cara do desfile, mas o melhor é que o efeito ficou bem a cara da estação, sandálias rasteiras, vestidos confortáveis, tops com calças. Muitas peças, com certeza podem ser aproveitadas e sem fazer feio.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cães

Hoje não faz mais sentido
Percebo que os cães estão latindo
Sim, sem graça alguma, eles continuam a latir
Estão aí, em volta da cama
Daqui do meu conforto, escuto os seus latidos
Mas estão cada dia  mais fracos
Estão distantes
Decido que eles podem continuar
Podem latir aqui do lado ou naquele bairro distante
Mesmo cansada, mesmo ouvindo outros barulhos
Eles vão latir aí fora, não aqui!
Aqui, não mais

Outros Olhos e armadilhas

As coisas não precisam de você

Quem disse que eu
Tinha que precisar
As luzes brilham no Vidigal
E não precisam de você
Os dois irmãos
Também não precisam

O Hotel Marina quando acende
Não é por nós dois
Nem lembra o nosso amor
Os inocentes do Leblon
Esses nem sabem de você...(e nem vão querer saber)

(Virgem-Antônio Cícero e Marina Lima)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Só o místico salva

Que pedra é essa?
É uma pedra mística
Ela significa o quê?
É uma pedra mística que traz muitas coisas místicas para as pessoas
(pseudo cigano tentando me engabelar quando eu tinha 12 anos )




Tenho um amigo que, assim como eu, tem certa curiosidade por astrologia, vidência, cartas e tudo que possa te dar uma adiantadinha no futuro e não precise de tantas análises e ele diz: Bruna, eu preciso ouvir coisa boa, mesmo que elas sejam mentiras.
Pois bem, de vez em quanto, invisto algumas realidades para entrar em contato com o irreal. Sempre fui curiosa, ansiosa demais e gosto de adiantar o que eu posso, passo horas interpretando, pensando no futuro, como diz Cazuza: "fechando e abrindo a geladeira a noite inteira..." É pensando assim...talvez seja mais fácil gastar três dinheiros pra uma espiada lá adiante.
Pois bem, certa vez em um desses rituais mágicos aconteceu a seguinte situação que eu narro em seguida:
Vidente: Acho que vou olhar na bola de cristal...
Eu ( muito curiosa): pode olhar
Vidente: Estou vendo...você e seu namorado (?) ele tem o rosto fino, cabeleira farta. Vocês estão juntos (voz doce)
Eu (em pensamento): que namorado é esse? eu não tenho um
Vidente: Espere ( voz de pânico). Vejo alguém querendo afastar vocês
Eu:  qqquem (pensamento: como assim, alguém quer afastar o namorado que eu não tenho?)
Vidente: É alguém da sua família. Sua mãe não gosta dele?
Eu: bem...minha mãe, se depender dela, já passou a conta faz tempo
Vidente: solta uma boa gargalhada

Mais uma vez...ela riu daquilo que não viu...

domingo, 22 de agosto de 2010

Olá, como vai?

Nunca vou esconder de ninguém que sou romântica, às vezes incorrígivel e em uma tarde reflexiva de um agosto que sempre é tenso decido falar sobre conquista. Na verdade, quero falar sobre a complexidade do primeiro encontro, diversas situações causadas, algumas que provocam risos e outras, até uma certa tristeza de estar saindo com o cara errado.
Pessoalmente tive eu poucos encontros com fins amorosos na vida e que deram certo. Meu namoro mais sério, a gente se conheceu na faculdade e a coisa foi evoluindo, evoluindo e virou namoro que durou cinco anos e durante esse tempo fiquei livre do constrangimento de "garota solteira procura", porém, depois do fim e da pausa necessária que toda pessoa precisa ter para recomeçar e me deparei com algumas situações típicas do primeiro encontro que bem que poderiam ser abreviadas e pular só para a parte boa de um relacionamento, pois esse ritual todo acaba dificultando ainda mais as coisas.
Primeiro problema: você nunca sabe exatamente que roupa vestir!
Segundo problema: Vai ter sempre aquela hora que o assunto vai acabar e se você mora em São Luís nem pode  falar com ar de surpresa do clima, pois o calor é constante e nem adianta puxar esse papo, ele tá falido.
Terceiro Problema: Eu de tão tímida, fico meio surda quando conheço alguém. Nem é culpa da música alta ou de problema de dicção alheio, o problema é comigo. Não, não estou fazendo charminho, só que nao escuto mesmo.
Quarto Problema: Nasci com alguma resistência para o comportamento de conquista pré-dança do acasalamento.Não sei ficar rindo o tempo todo, nem encantada com o que o outro fala. Pode ser no primeiro encontro, mas se eu não gostar daquilo que você disse, esteja certo que eu vou falar alguma coisa e isso não é exatamente bom (pelo menos pra mim)
Quinto Problema: Cardápio! Nunca sei o que comer no primeiro encontro. Já sai com um garoto que teve a ousadia de sugerir um hambúrguer deesses enooormes, enquanto ele falava como se não houvesse amanhã e eu lá com medo de abrir a boca e ter um pedaço de alface grudado no dente da frente. (Nem precisa dizer que não evoluiu, não ia ter tanta disposição de beijar alguém que tem cheiro de catchup no rosto).
Outra situação é com a bebida. Por favor, se você deseja me chamar para um encontro implicitamente romântico não me ofereça bebida, porque eu não fico alegrinha, eu fico sincera e posso sem nenhum constrangimento criticar a sua roupa e querer impor minha opinião.

Resumindo: eu odeio os preparativos para o primeiro encontro. Tenho dito!

Saudades

Outro dia li em algum lugar que sentir saudade era bom, porque mostrava o quanto estávamos vivos e que temos sentimentos e boas lembranças para recordar. Sendo assim, sei que sou bem viva, mas nem sempre na minha vida sentir saudade foi tão positivo assim. Pelo contrário, muitas vezes chegou a doer bastante.
Das boas, tenho da minha infância, dos amigos do colégio e de muitas descobertas durante a vida.
De você, aí as coisas são um pouco diferente.Mistura o lado bom e o mau de ter esse sentimento. É bom lembrar de tudo que era bonito, mas ao mesmo tempo dói tanto por tanta coisa ter se perdido, se transformado, de ter lembranças transforma da em mágoas e de tantas noites de solidão.
Não queria, nunca quis, mas acho que já acostumei a sentir saudade de você mesmo que você esteja aqui em frente, há em nós muita coisa ausente.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Moça católica e o MSN

Horas já um pouco adiantadas, na televisão rolava um humorístico meio barato e no computador ela alternava a atenção entre terminar um texto e o MSN, no qual conversava com os dois de seus verdadeiros amores fraternos. De repente a janelinha sobe e é um dos carinhas que já demonstrou certo interesse por ela, mas nada tanto assim. Segue o papo:

Ele: Oi totosa

Ela: Vai à merda ( é católica, mas não tanto assim a ponto de não reagir com um palavrão a tal  grosseria)

Ele: Você tá muito nervosa vou "ti" dar uns pegas esse fim de semana. É disso que você precisa

Ela( Sem acreditar naquelas palavras na sua frente); Oi? Você vai fazer o quê?

Ele: Te dar uns pegas

Ela: Olha, dá licença, meu pai tá aqui perto e para ele não será agradável saber que uma pessoa oferece uns pegas pra filha dele sem mais nem menos

Ele: Meu ex-futuro sogro

Ela: (silêncio absoluto)

Depois  alguns homens não entendem o porquê de serem deixado de lado. Na boa, esse papo aí de "Totosa" e de "dar uns pegas" não é coisa que se diz para as mulheres. Daqui a pouco vai acreditar que é Nelson Rodrigues e dizer que toda mulher gosta mesmo é de apanhar, só não as neuróticas. Não sei vocês, mas comigo as coisas não funcionam assim

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Baleiro em novos projetos


Premiado na categoria melhor disco com " O Coração do Homem-Bomba Ao Vivo Mesmo", no Prêmio da Música Brasileira que aconteceu semana passada no Theatro Municipal, o cantor e compositor Zeca Baleiro concedeu entrevista a O Estado sobre a premiação e novos projetos. A matéria que traz também Rita Ribeiro ( vencedora na categoria melhor cantora) você vê hoje no jornal e aqui, a versão na íntegra da entrevista feita por e-mail
1- Zeca, em 2008, você lançou o Coração do Homem-Bomba volume 1 e volume 2 que deu origem um pouco depois ao O Coração do Homem Bomba Ao Vivo ao vivo mesmo que reúne canções dos dois últimos álbuns e outras da carreira. Hoje, passado o processo de produção e de turnê como você define este último trabalho? Se possível fosse você acrescentaria outras canções, modificaria algum arranjo?


Não, todo trabalho lançado tem a ver com o momento que o artista vive. Quando fiz esse disco, fiz exatamente como queria fazer. Não acrescentaria ou excluiria nada.


2- O DVD não teve regravações e correções digitais para retirar imperfeições comuns de gravações ao vivo, isso aproximou um pouco mais da atmosfera do show.  Em sua opinião, as pequenas interferências para atingir a perfeição técnica acabam dando um tom artificial à produção?

 É um recurso que se tem hoje. Mas é algo pra se usar com sabedoria, bom senso. Nesse caso, eu queria que o trabalho soasse o mais espontâneo possível. Por isso resolvi assumir as "falhas" - não há nada grotesco, eu garanto rs.

3- No DVD há duas partes, a primeira do show com canções do Volume 1 e alguns sucessos da carreira e a segunda parte, em estúdio e em preto e branco, as canções do Volume 2 que, na minha opinião são mais intimistas...
Era pra dar essa distinção das atmosferas dos dois discos de estúdio. O volume 1 é mais solar, mais festivo, e o 2 é mais instrospectivo. Essas facetas opostas estão lá no dvd também.

4- Seria banal uma pergunta do tipo “Como Você recebeu este prêmio”, pois teríamos uma resposta óbvia, mas gostaria que você falasse um pouco da importância da premiação para o contexto musical de hoje.
Olha, nunca fui muito afeito a premiações e festas do gênero. É delicado responder a isso, porque você pode tanto parecer blasé como deslumbrado rs. Não sou nem um nem outro. Fico feliz, mas não supervalorizo, porque acho que o grande prêmio do artista da música popular é ter um público cativo. E nesse sentido, me sinto já bastante premiado. Ah, e houve uma homenagem linda, comovente mesmo, a Dona Ivone Lara, isso foi o melhor.

5- Há  alguma outra premiação que você considera importante para a sua carreira?

Ah, um Oscar tava de bom tamanho rs.


6- Atualmente, quais os projetos que você está envolvido? Já algum novo CD em vista? Parcerias?

 Semana que vem lanço 2 cds - "Concerto" e "Trilhas". Em setembro lanço 2 livros, um de artigos sobre temas vários e outro com letras de canções. Em fim de agosto estréia um musical que escrevi quando ainda morava em São Luís, há 22 anos. Chama-se "Quem tem Medo de Curupira?" e é uma fábula sobre as criaturas fantásticas da mata.

7- E quanto ao calendário de shows, há alguma perspectiva de shows em São Luís?

Sim, até outubro devo ir aí com o novo show. Ainda não sei onde. Tô com saudades de tocar aí.

domingo, 15 de agosto de 2010

Quase amores

E eu passei o dia tão raivosa que deixei para noite o post do "Dia do Solteiro". Vi tantas manifestações de solteironas e solteirões convictos batendo no peito dizendo que o bom é ficar solteiro. Vi até um namoradeiro convicto falando que homens felizes são os solteiros (fiquei surpresa com a revelação do moço, mas vou preservar a identidade pra não dar confusão, inclusive para mim). Eu, honestamente, não vejo a data com grandes badalações, talvez pelo mesmo motivo que não consigo me sentir tão emocionada com o Dia dos Namorados.
Acho ótimo namorar, ter agendinha fofa com o cara e também acho maravilhoso ser solteira, sair com as amigas, ficar horas na casa do amigo solteiro que mora sozinho, viajar pra visitar o outro melhor amigo carioca. Eu gosto das duas condições, de namorar e de ser solteira. Seria ótimo poder ter a parte boa das duas formas de relacionamento, mas nem sempre é possível. Enfim, para acalentar a alma de solteiras convictas e aquelas que estão na onda de "mulher solteira procura", indico para a semana o livro Dez (quase) amores de Cláudia Tajes que conheci por intermédio da minha amiga Natália (que não importa se eu esteja solteira ou com um namorado agarrado na minha cintura, é para todas as horas), mas voltando ao livro.
Bom, é bem aquela história que toda mulher conhece, pelo menos as da minha geração, dos grandes amores que começam na balada ou no shopping, no natal ou o socialista da faculdade. As dúvidas na hora de se vestir, apresentar para a família e os locais onde se frequentar...São dez pequenas histórias divertidissimas e que por mais ficção que sejam...não pude deixar de ter um sorrisinho nos lábios por lembrar das minhas próprias piadas ou as histórias das minhas amigas... Vale conhecer e quem sabe até dá uma coragem para apresentar os seus próprios quase amores

Encontros e desencontros


Eu nem pensava em namoros quando li, pela primeira vez,  o poema de Carlos Drummond de Andrade que dizia: "Carlos, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe o que será" e já pensava o quanto dava trabalho essa insegurança, essa incerteza. Graças a Deus,  que na minha época de adolescente, o namoro ainda era tendência e meu primeiro amor beijava todos os dias e na segunda eu saberia sim como seria.
Depois de terminar o segundo namoro longo ( ok, que não estou contando os namoricos e amores platônicos que estiveram entre meu primeiro namorado e o último que durou quase cinco anos e não terminou de forma muito bonita), achei que era hora de tentar viver experiências novas e seguindo a idéia de Drummond de "amanhã não se sabe". Pois o que o sempre me incomodou nestes relacionamentos era a falta de compasso.Sem saber se a pesssoa queria se envolver, eu recuava e quando eu queria ser um pouco mais carinhosa aí quem recuava era o outro e ficava sempre um relacionamento fora do tom e sem melodia.
O que me incomoda não é o "ficar sem compromisso" e também não é o "não se envolver", o que me deixa  chateada é que a gente acaba sabendo tão pouco de quem já te fez companhias e te esquenta o corpo inteiro até quando te toca pouco.
 Logo eu que gostava de garotos de tipo esquisitos e estava lá me envolvendo com um cara que se enquadrava no padrão básico de perfeição das mulheres. Eu lá, traindo o movimento de gostar dos esquisitos ou dos pseudos intelectuais. Sempre gostei mais dos pseudos, pois esses nunca se incomodavam com meu jeito intelectualóide. Para eles era até bom roubar um pouco do conteúdo, pra depois tirar ondinha com outras meninas.  Sim, eles eram bons, gostava deles e até me divertia, até conhecer o lado enigmático dos que gostam de cuidar do corpo, são cheios de mistérios e com medo de se prender.
Prender? Eu? Justo eu, uma moça católica que nunca quis prender ninguém, pois logo este se transformaria em alguém e eu, a responsável por essa transformação. Vamos fazer um trato? Não vou te propor trato algum, nem de amizade colorida, pois há algum tempo já passei dessa fase. A única sugestão é que você já pode pegar as chaves das suas algemas imaginárias e se dirigir a porta que nunca existiu, pois já ficou aberta tem um tempão.
Pode sair se quiser...

sábado, 14 de agosto de 2010

Era só isso que eu queria

A tarde cai
Noite levanta a magia
Quem sabe a gente
Vai se ver outro dia
Quem sabe o sonho
Vai ficar na conversa
Quem sabe até a vida
Pague essa promessa...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Não tem graça nenhuma

No dicionário "Palhaço" é:

s.m. Bufão, saltimbanco; arlequim. / Personagem cômica que provoca o riso. / Bras. Pessoa que só diz tolices ou faz papéis ridículos.

Na vida real essa história de palhaço está inserida no cotidiano. Vale lembrar um passeio, há alguns anos com a minha prima Peca. Estávamos na soverteria, eu, ela, Rosana e o meu namorado na época.Nno cadárpio, entre todos os tipos exóticos  tinha um tipo "sorvete palhaço" que era decorado exatamente como tal...colorido e, até com a "casquinha" formando o chapéu do fanfarrão, tinha muito morango e isso, possivelmente, deixava a coisa toda doce demais, enjoativa demais, como tudo que é muito doce na vida (sim, não estou falando apenas de opções gastronômicas)
Depois de analisar friamente a opção, sabiamente Peca diz: "Quero não, não tem graça nenhuma comer um palhaço"
Eu ri, mas passados alguns anos e com novas experiências, devo concordar com Peca. Os palhaços não têm graça nenhuma

domingo, 8 de agosto de 2010

Telefone



Depois de uma ligação que deixou um monte de interrogações, a amiga vira pra outra e pergunta: Tu já assistiu Pequeno Dicionário Amoroso?
A outra: Já...
Amiga 1: Então...ele disse "Oi Luísa" ou foi um "Ooooiii Luísa"
Amiga 2: Hum...acho que foi só "Oiii"

(....)
Amiga 2: Ah meu Deus, será que devo ligar ainda?

"Se quiser lembrar...se quiser jogar, me liga, me liga..."

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

É o quê?! Apenas o que me interessa!

Minha irmã namorou por uns três séculos ( talvez um pouquinho mais), depois noivou e casou. Tudo certinho, o cara veio aqui pedir a mão da moça em namoro, depois em noivado e enfim casaram há outros milhões de anos. As épocas eram diferentes, tudo era  protocolado e os ficas ainda não eram o sinônimo da liberdade dos relacionamentos. Liberdade? Vocês acham mesmo que a categoria "ficante" democratizou essas relações entre as pessoas? Sinceramente, eu acho que não!
Acredito que a gente continua sempre buscando termos para definir os relacionamento. Distinguindo as relações que vão virar namoro, casamento, ou os que serão os ficantes de fim de semana ou de balada, ou os dos dias de solidão. Há sempre uma regra imposta que não permite que as pessoas realmente consigam de fato se conhecer.
Por exemplo, somente o fato de chegar a pessoa e dizer que é cedo para pensar em um relacionamento já deixa a outra parte com a obrigação de acionar todos os mecanismos de defesa na alma e no corpo para que a relação não fuja ao controle.Dessa forma, acaba se criando uma proteção, um conceito, na minha modéstia opinião de moça católica, isso impede das pessoas se conhecerem de verdade, curtirem o que está acontecendo, seja de maneira intensa ou não. Regular as sensações, sentimentos, limitam o envolvimento, mas será que acaba limitando a relação? Será que não fica algo tão careta como no tempo da nossa mãe?
Agora me diz, qual é a liberdade em ter categorias definidas das pessoas que estarão na tua vida? Honestamente, prefiro viver...

"É um afeto tão novo (...) poderia simplesmente não se chamar, para não significar nada e dá sentido a tudo"

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Brilhos

E que me desculpem...mas meus olhos não deixam de brilhar

terça-feira, 27 de julho de 2010

Calminha

Como é que a alma

Entra nessa história
Afinal o amor
É tão carnal...

Eu bem que tento

Tento entender
Mas a minha alma
Não quer nem saber
Só quer entrar em você
Como tantas vezes
Já me viu fazer...

E eu digo

Calma alma minha
Calminha!
Você tem muito
Que aprender...

É aquela velha cena de te vê demais, de patins e vindo na contramão...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Jogos...


“Eu sei....jogos de amor são pra se jogar...”. Era década de 80, eu era uma simples pirralha e Herbert Viana usou de toda a sua influência na música pop para cantar os tais jogos de amor com suas regras e juízes (ou não) e também fez o favor de divulgar a expectativa da ligação . “Se quiser lembrar, se quiser jogar, me liga...”

E não é que as pessoas levaram mesmo a sério isso? Os relacionamentos são jogos tão complexos e que só se tornaram mais complicados com a quantidade de redes de relacionamentos virtuais. Você pode ficar com uma pessoa e o dilema não é mais só ligar no dia seguinte. Assim era no tempo da nossa mãe, hoje, temos que nos perguntar se fica chato adicionar no Orkut, seguir no Twitter ou MSN. Claro que esses mesmos espaços servem pra você dar uma checadinha nos gostos do cara, se ele escreve corretamente, como se o que estivessem ali também fossem determinantes para você ficar ou não.

Acontece, meu caro Herbert, que eu perdi todas as aulas que ensinavam como jogar com os nossos sentimentos e com os alheios, não tive essa aula na pré-escola, por isso que até a adolescência os garotos pisavam bastante no meu coração relativamente inexperiente. Tudo bem que tenho as minhas regras, mas geralmente não sei como agir. Se ligo ou se não ligo, se “vou ou se fico”...são tantas coisas para decidir ( figurinos, comportamento, demonstração de grau de interesse) que fico pensando como eram bons os tempos da minha avó.

Pelo que ela me contava ( um pouco antes dela partir), minha vó era do samba, adorava as festas e quando meu avô demonstrou interesse, ela demorou a se decidir pois afinal “existiam mil garotos a fim de passear com ela”, mas ele gostou, demonstrou interesse e a pequena de seios fartos e cabelos negros na cintura ( minha avó era uma mulher linda, sinceramente não sei pra quem eu puxei), decidiu que Adelino seria seu marido. Simples assim, tudo ali às claras e eu, aos 11 anos, achava que tudo era muito fácil, mas aí cresci e vi que as coisas nem sempre são tão simples para as moças. Antes se demonstrasse interesse demais era fácil, hoje em dia já é excessivamente carente. Se demonstra de menos, ganha fama de esquisita ou chata.

É, para resolver esse problema, eu sempre tenho teoremas banais e por isso vou terminar essa prosa do jeito que comecei, com música. O jeito é pedir apoio dos profissionais como Tom Jobim. Afinal “Pra quê dividir sem raciocionar? Na vida é sempre bom multiplicar e, por A+B eu quero demonstrar que gosto imensamente de você. Por uma fração infinitesimal, você criou um caso de cálculo integral e para resolver esse problema, eu tenho um teorema banal: Quando dois meios se encontram, desaparece a fração e se achamos a unidade está resolvida a questão...”

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Você precisa de alguém..

Bem mais que te dê segurança, mas que te respeite. Não te exponha ao máximo do rídiculo e que você possa até ficar triste ao lado dela, sem medo que ela lance no ar uma gargalhada estridente e idiota.
Você precisa de alguém que não te violente com papos bobos e nem te leve pra lugares que não parecem em nada com você.
Precisa de alguém que não te deixe constrangido por você preferir ficar em casa, lendo bons livros ( e também desejo profundamente que ela leia, nem que seja a gloss, pra aprender a citar os produtos de beleza com segurança). É isso!


Vamos fazer uma coisa:
escreva cartas doces e azedas
Abre a boca, deusa
Aquela solenidade destransando leve
Linhas cruzando: as mulheres gostam
de provocação
Saboreando o privilégio
seu livro solta as folhas
Aí então ela percebeu que seu olho corria
veloz pelo museu e só parava em três,
desprezando como uma ignorante os outros
grandes. E ficou feliz e muito certa com a
volúpia da sua ignorância. Só e sempre procura
essas frases soltas no seu livro que conta história
que não pode ser contada.
Só tem caprichos
É mais e mais diária
– e não se perde no meio de tanta e tamanha
companhia.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sobre Meninos e Lobos

É o título de um filme que eu gostei, apesar de falar de longas amizades e de violência sofridas na infância que podem modificar o resto da vida. Não vou contar o filme, pois eu prefiro deixar isso para Sean Penn, se você se interessar...acho que vale à pena, pelo bom roteiro,pelas boas atuações e talvez pela angústia que a história contada oferece a quem assiste, mas o que eu quero falar não está no filme, mas tem a mesma dor da ficção.
O que há de errado no mundo? Crianças violentadas, seduzidas, mantidas em cárcere privado pelo pai, aquele que devia proteger da queda e pegar nos braços para consolar das desilusões da rua, nos casos de hoje é o mesmo que faz chorar e sofrer.Não, não estou falando das "palmadas educativas", estou falando de espancamento, de estupro, de uma geração de crianças que não tem pai e sim um pai-avô.
Basta olhar os jornais todos os dias, daqui a pouco, na página policial terá uma seção para "Pedofilia". Sim, gente, no Maranhão acontece todos os dias. Um pescador teve oito filhos com a filha dele que ficou trancada por anos, isolada do mundo. Um pastor engravidou duas garotas alegando obra divina, idosos estupram crianças de sete anos e nos revelam detalhes sórdidos, dolorosos.
Sei que meu texto pode não mudar em nada, mas eu senti a necessidade de falar com vocês sobre isso...talvez seja apenas um desabafo que vai se perder por aqui mesmo, mas eu queria falar

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Samba- Canção

Tantos poemas que perdi.
Tantos que ouvi, de graça, pelo telefone – taí,
eu fiz tudo pra você gostar,
fui mulher vulgar,
meia-bruxa,meia-fera,
risinho modernista arranhando na garganta,
malandra,bicha,
bem viada,vândala,talvez maquiavélica,
e um dia emburrei-me,vali-me de mesuras
(era comércio, avara, embora um pouco burra,
porque inteligente me punha logo rubra,
ou ao contrário,cara pálida que desconhece o
próprio cor-de-rosa, e tantas fiz,
talvez querendo a glória,
a outra cena à luz de spots,
talvez apenas teu carinho,
mas tantas, tantas fiz...


(Ana Cristina Cesar)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Delicadeza

Em dias tão atribulados e com muita rispidez deixo aqui uma das coisas mais bonitas que li recentemente. A delicadeza sutil da poesia de Roberto Sampaio. Beto, tu sabes que gosto de quase tudo que escreves, mas o post de hoje revela tanto e significa tanto nesses dias que vou te pedir emprestado para dizer o que sinto

Peixinhos

Tua estadia entre meus pedaços

É tão simples quanto a ilusão.


Roberto Sampaio
 
PS: Apesar de você já ter um, para ti...também dedico os meus peixinhos

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ronaldinho

Sabe quando você tem uma lesão muito séria que te obriga a ficar fora de combate, descansando e tentando se recuperar? Aí, como todo machucado sério vai recuperando aos poucos, com o tempo você já consegue fazer alguns movimentos, comer um pouco mais e ficar acordado até mais tarde.
Um belo dia te convidam para jogar uma partida e como, aparentemente, a ferida se fechou e não será o fim de um campeonato, mas apenas um jogo quase amistoso, ninguém vê nada de errado em te escalar como atacante do time.
A partida começa...você parece que  recuperou a forma, até marcou um gol e saiu pra comemorar com a galera, mas...de repente, como quem surge do nada, vem um jogador do time adversário e que joga na defesa. Ele te marca, tá na tua direção e te aplica um belo de um "carrinho". Meus amigos, vocês conhecem a sensação de levar uma nova rasteira? Pois é...

sábado, 10 de julho de 2010

Esquecimento

Eu preciso não lembrar que aquele dia foi bom e que em pouco tempo a sua voz meio rouca e meio tímida invadiu os meus ouvidos e conquistou uma parte de mim. Também é melhor esquecer das tintas no seu braço, aliás,para o meu bem, nem é bom lembrar que você tem braços,  nem entrar em detalhes da sua anatomia tão trabalhada, exaustivamente trabalhada...
Prefiro não detalhar o quanto tudo foi bom e também da minha sensação com pequenos gestos, como o jeito que você tocava a ponta do meu nariz.
 Quero esquecer sua cara de sono de manhã, com seus imensos olhos insuportavelmente verdes. Ah! Guardei aqueles sapatos vermelhos, não quis que eles estragassem, afinal, ninguém pode me ajudar, na minha distração, a desviar dos buracos.
Por esquecer de tudo, este texto tem o seu nome. Para você, por tudo vivido com pressa e aproveitado de menos. É para ti, mesmo que você nunca leia, mesmo que você nem mereça que mais de 23h eu esteja aqui tentando, sem sucesso, te escrever coisas bonitas. Quero te  guardar  em um lugar que por mim mesma não se perca. 
Não, eu não quero vê-lo  vestido de azul.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A gostosa do google


Querido, tudo bem que não estou namorando, mas não estou carente. Fico imensamente feliz que alguém queira saber um pouco mais sobre mim e procura sobre a Bruna Jornalista. Agora, onde você quer chegar  com  esse "gostosa"?
Lamento informar, mas eu nunca fiz um filme pornô e nem fotos sensuais, portanto, você realmente vai se cansar de fazer esse tipo de busca...não acho que vai encontrar nem fotos minhas de biquini...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A primeira vez...

Poucas vezes usei meu blog pra falar sobre sexo, não é que eu não goste do tema, mas por ter tido uma criação conservadora tinha um certo receio de tratar sobre o tema. No entanto, uma adolescente veio perguntar para mim se eu achava que estava na hora dela transar. Já tem um namoradinho e talz, mas não sabe se está preparada. Não soube o que responder, pois não acho que o início da vida sexual tem uma data para acontecer, mas também não acho que tenha que ser uma decisão motivada apenas por tesão.
Tenho mais de vinte anos e talvez isso justifique um certo romantismo na hora de tratar do assunto. Sexo para mim é entrega, é confiança e não necessita ter um prazo para rolar. Não tenho vergonha de dizer que minha primeira experiência sexual, já estava na faculdade e em um relacionamento que eu julgava que ia ser para a vida toda.
E como foi bom! Não estou falando do sexo em si, mas do vínculo, da intimidade que se gerou a partir daí, foram bons os anos de convivência e depois que o namoro acabou, parte importante do meu afeto foi com ele e também ficou em mim. Nas minhas lembranças...mas o que eu quero dizer é que tudo foi sendo construído com a convivência e isso que para mim significa ficar pronta para o sexo. Afinal, compartilhar o prazer com outra pessoa exige  um pouco de maturidade, mesmo você tendo 16, 18 ou 21 anos.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Como é que faz pra chegar?

Perguntaram como me encontrar, eu disse que não sabia, talvez por não me sentir sumida ou desencontrada.
Não tem caminho, nem estrada...tá tudo bem. Não existe mapa, porque chegar a mim nunca foi e nunca será uma aventura selvagem. Odeio admitir, mas é um caminho delicado e cheio de armadilhas que, ouso dizer, são inteligentes.
Pode esquecer o mapa, às vezes, existe mesmo uma imensa vontade de sumir, só para conseguir ficar a sós...

Meu amor

E eu tenho esperança...


Eu tenho muita esperança....


Que um dia eu o encontre

num dia qualquer

de chuva ou não

talvez num dia nublado

Atravessando a rua com seu andar inconfundível

entre as buzinas dos carros

E um ônibus imenso o atropele

Bem na minha frente.

Cairá uma gota de sangue no meu rosto

E eu, calmo limparei

Depois

cuspirei de nojo

(Edgar Zimber- extraído do blog www.fisionomia.blogspot.com ,do meu amigo Roberto Sampaio)

sábado, 3 de julho de 2010

Aproveite o seu silêncio

Cada dia tenho mais certeza que as pessoas deixam passar boas oportunidades de valorizar o silêncio, de cantadinhas baratas que já ouvi a coisas que eu podia ter silenciado para não estragar boas relações, acabei descobrindo que o carinha que gosta de malhar e tem nome composto estava certo em ficar calado só observando (sim, a possibilidade da gente se ferrar e se perder pela língua quando a outra pessoa fica mais tempo em silêncio é potencializada e assim que eu me ferrei).
Eu não queria ter falado tanto e dado pouca importância a seu silêncio que nem de longe significa falta de conteúdo para conversar, é apenas o seu jeito de ficar mais perto de lembranças que talvez outras pessoas preferem esquecer. É, eu sempre troco os móveis e as lembranças de lugar...e fico falando para me distanciar de um monte de coisas. Enfim, hoje eu só queria aproveitar um pouco do não ouvir tua voz, afinal, a "voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas". Neste caso só me resta dizer, com toda a minha sinceridade. Te cuida!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Minha felicidade


"Pelo tempo que eu quisesse, é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. (...) As vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo"

(Felicidade Clandestina, Clarice Lispector)

Por que ter um livro valioso  é igual a ter  uma amizade verdadeira, por mais que se finja não lembrar, ela estará sempre lá, latente e bonita.