sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Então é natal...

Antes de Simone começar a me questionar o que eu fiz porque o ano termina e nasce outra vez, e eu tento equilibrar minhas sacolas, bolsa, óculos para enfrentar uma multidão nas compras de última hora, vou me adiantar em responder. Se 2010 não foi um ano excelente, foi pelo menos um ano cheio de movimentos. Se eu comparar com 2009, acho que não consigo lembrar nem metade do ano, por isso, este que se vai já leva vantagem e boas histórias para contar.


Em janeiro, quase passo meu aniversário no aeroporto. Vôo cancelado no dia anterior me fez chegar correndo para abraçar meus queridos que sempre estão aqui em reuniões que a cada ano tornam-se mais seletivas.
Faltava animar meu coração, batendo parado em uma estação tinha tempo. Um dia resolvi pegá-lo no colo e levá-lo para passear. Foi o bastante para que dali a uma semana ele tinha se encantado por uns olhos verdes, peixe tatuado no braço e tinha se machucado. Juntar o que sobrou e se recolher por um ano? Não, em 2010, tive a sensação de ser imortal. Dizem que as pessoas feridas são perigosas, pois sabem que podem sobreviver e deve ser mesmo. Um coração partido, no meu caso, hoje dói, mas não mata. Segui minha vida, com meus amigos, festas divertidas, braço arranhado sem saber nem o motivo, até aquela tarde de fim de julho, quando vi o pôr-do-sol da sacada do apartamento do meu amigo Roberto (paisagem que ainda irei contemplar por várias vezes), resolvemos sair e lá se foi meu coração se animar e se perder.
Vi daqui ele abraçado, ainda com medo de cair, de capacete na cabeça, sentindo o vento na cara, acenando para mim e dizendo que era pra eu ir também. Tentei correr atrás e dizer que era perigoso, ele podia cair, mas desisti. Era a primeira vez que percebia meu coração estava tão bonito, tão feliz, tão independente e intenso.
Deu vontade de saudá-lo pela entrada na vida adulta, deu vontade de pesquisar todos os detalhes, de saber se essa felicidade iria durar por muito tempo. Eu não queria que meu coração se partisse de novo, mas ele não me consultou, antes de pegar aquela carona. Se tivesse me perguntado, com certeza eu não deixaria, minha mãe sempre disse que é perigoso.
Diante de tanto entusiasmo, segurei no braço do meu coração e saímos juntos correndo e felizes por aí, eu nem me importei com os pingos de chuva. A velocidade vem de vez em quando e vai sem explicação, mas e daí? Meu coração aprendeu a lidar com isso e para 2011, deseja outras emoções...Quem sabe, ele pule de pára-quedas e me olhe sorrindo, me convidando para o samba. Em 2011, “quero a vida sempre assim....”
 

0 sobrou pra você!: