domingo, 15 de agosto de 2010

Encontros e desencontros


Eu nem pensava em namoros quando li, pela primeira vez,  o poema de Carlos Drummond de Andrade que dizia: "Carlos, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe o que será" e já pensava o quanto dava trabalho essa insegurança, essa incerteza. Graças a Deus,  que na minha época de adolescente, o namoro ainda era tendência e meu primeiro amor beijava todos os dias e na segunda eu saberia sim como seria.
Depois de terminar o segundo namoro longo ( ok, que não estou contando os namoricos e amores platônicos que estiveram entre meu primeiro namorado e o último que durou quase cinco anos e não terminou de forma muito bonita), achei que era hora de tentar viver experiências novas e seguindo a idéia de Drummond de "amanhã não se sabe". Pois o que o sempre me incomodou nestes relacionamentos era a falta de compasso.Sem saber se a pesssoa queria se envolver, eu recuava e quando eu queria ser um pouco mais carinhosa aí quem recuava era o outro e ficava sempre um relacionamento fora do tom e sem melodia.
O que me incomoda não é o "ficar sem compromisso" e também não é o "não se envolver", o que me deixa  chateada é que a gente acaba sabendo tão pouco de quem já te fez companhias e te esquenta o corpo inteiro até quando te toca pouco.
 Logo eu que gostava de garotos de tipo esquisitos e estava lá me envolvendo com um cara que se enquadrava no padrão básico de perfeição das mulheres. Eu lá, traindo o movimento de gostar dos esquisitos ou dos pseudos intelectuais. Sempre gostei mais dos pseudos, pois esses nunca se incomodavam com meu jeito intelectualóide. Para eles era até bom roubar um pouco do conteúdo, pra depois tirar ondinha com outras meninas.  Sim, eles eram bons, gostava deles e até me divertia, até conhecer o lado enigmático dos que gostam de cuidar do corpo, são cheios de mistérios e com medo de se prender.
Prender? Eu? Justo eu, uma moça católica que nunca quis prender ninguém, pois logo este se transformaria em alguém e eu, a responsável por essa transformação. Vamos fazer um trato? Não vou te propor trato algum, nem de amizade colorida, pois há algum tempo já passei dessa fase. A única sugestão é que você já pode pegar as chaves das suas algemas imaginárias e se dirigir a porta que nunca existiu, pois já ficou aberta tem um tempão.
Pode sair se quiser...

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