quarta-feira, 5 de maio de 2010

Lendas da família Castelo Branco

No post passado falei das lendas urbanas que contribuíram bastante para a minha relação pouco amistosa com estranhos. Sei que muitas pessoas que foram crianças nas décadas de 80 e 90 conhecem essas histórias do homem do saco, o fusca azul que levam as criancinhas para fazer sabão (?). Enfim, milhares de histórias criadas pelos adultos para segurar os filhos em casa. Nada mais justo, hoje em dia, com tantos casos de pedofilia todas as lendas urbanas são mais que aceitáveis. Porém, nada, mas nada mesmo se compara aos mitos exclusivos da família Castelo Branco.


Veja a seguinte situação: o lado materno tem raízes no interior do Maranhão e do lado paterno uma ligação com o espiritismo . Lógico que era um ambiente completamente fantástico para uma criança crescer. Por exemplo, meu irmão para proibir que eu tomasse banho no tanque do quintal ( ninguém rir, eu adorava fazer isso) criou a história que o quintal era povoado por Mães D´agua e que toda vez que eu ia tomar banho, elas tentavam me encantar e me levar para o fundo (bom, devia ser para o fundo do tanque). Resultado: neurótica que sou, nunca mais foi ao quintal sozinha no fim de tarde. Tinha também as histórias dos espíritos e dos meus amiguinhos imaginários...mas é melhor deixar para depois. Antes de me mostrar louca, preciso conquistar a confiança de vocês.

O melhor mesmo eram as lendas alimentares. Até os meus 18 anos, eu não comia goiaba à noite, a minha mãe diz que após as 18h faz um mal terrível. Nem preciso falar das combinações de manga com leite. Juçara (ou açaí) essa então, era alimento único, nada se podia comer depois de beber aquele líquido roxo e fatal. Como eu sempre gostava das “combinações fatais” e depois desistia do suicídio, dormia com a mão no coração. Caso ele parasse, eu mesma podia fazer a massagem (Ok, vocês leram isso).

As minhas preferidas, claro que são as relacionadas ao perigoso sexo oposto. Quando eu era criança minha avó fuxicando a vida alheia dizia: “Fulana, tão novinha, está com os peitos caídos de tanto os homens passarem a mão”. Ou quando a moça não era mais virgem, minha avó dizia que pelo olhar dava pra sacar que ela já. estava “escangalhada”. Quando hoje penso que tudo isso eram lendas...respiro tão aliviada

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