segunda-feira, 15 de março de 2010

Quando a vida desiste



Com o brega e equivocado título em português de Direito de Amar, o filme A Single Man, trazendo bons nomes como Colin Firth  e Julianne Moore constrói a história em um emaranhando de clichês, mas nem por isso deixa de ser um filme denso, com direção e argumentos sofisticados para narrar uma desilusão amorosa, expondo dores que ultrapassa a relação com a tela.
Na sinopse, George (Colin Firth) é um professor de inglês, que repentinamente perde seu companheiro de 16 anos. Sentindo-se perdido e sem conseguir levar adiante sua vida, ele resolve se matar. Para tanto passa a planejar cada passo do suicídio, mas neste processo alguns pequenos momentos lhe mostram que a vida ainda pode valer a pena.
E a direção mostra bem a oscilação de humor do protagonista, por exemplo, as lembranças são dotadas de uma cor mais viva, mais vibrante, enquanto o presente é marcado por uma penumbra e alguns lapsos de colorido. Alias, vale lembrar uma cena em especial, quando George conhece um garoto espanhol que foi para os Estados Unidos tentar a vida como ator ou modelo. As cores são as melhores que o cinema me proporcionou nos ultimos tempos...também gosto dos closes em olhares, bocas. Ressalto ainda a pequena, mas magnifica participação de Julianne Moore. Desequilibrada na medida certa de uma mulher apaixonada e frustrada com o que a vida proporcionou
O filme, possivelmente, é ambientado na década de 70, a julgar pelos figurinos, mas essa cronologia não fica bem clara na película. Vale completamente o tempo de 1h41 mn (muito pequeno, eu diria). Vale pela dor de Colin Firth na pelo de George, pela paixão da frívola personagem de Julianne Moore. Excelente pedida!

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