quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A Voz dos Teus Olhos


"Nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além fe qualquer experiência. Teus olhos tem o seu silêncio no teu gesto mais frágil Há coisas que me encerram ou que eu não ouso tocar, orque estão demasiado perto. Teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra, embora eu tenha me fechado como dedos. Nalgum lugar..."
Sempre gostei muito de literatura e de música. Nunca procurei autores e compositores por pseudo-intelectualismo e nem para agradar alguém, mas por aquela poesia ou canção trazer algum significado a mim. Acho que, independente do autor, se o texto não emociona, não provoca raiva, posso dizer taxativa: para mim, não serve!
Mesma coisa para as pessoas, se elas não conseguem despertar em mim a mais pequena sensação, não servem nem como inimigas. É, acho melhor voltar para as canções, compromete menos.
Há alguns dias resolvi revisitar Zeca Baleiro. Na verdade, comecei ouvindo o mais recente trabalho O Coraçaõ do Homem-Bomba Volume 1 e 2, lançado ano passado e transformado em DVD Ao Vivo para virar presente de amigo oculto no fim de ano. Esteticamente, a produção é perfeita ainda que as letras deixarem um pouco a desejar, mas eu aceito calada porque acredito que ele já deu ao público grandes canções. A sua obra-prima já foi apresentada aos poucos e creio, sinceramente, ainda não está completa. Aí ouvindo as antigas, dei de cara com Líricas, um álbum bonito, com alguns hits, , mas o que mais me chamou atenção são as pouco tocadas. Na minha opinião, deste álbum, não há nada mais lindo que "Nalgum Lugar", o poema de E.E. Cummings, musicado por Baleiro.
Quem me conhece sabe que não sou dada a sentimentalismos, nem lágrimas nos olhos sem uma dor latente, daquelas desgraçadas mesmo ( pode ser física ou emocional), mas confesso que senti uma emoção inexplicável (assim como a minha paixão por esse álbum). Uma mistura de desejo, alegria, tristeza, paixão e perda. É como aqueles amores que acabaram, mas ainda permanecem vivos no acordar, no deitar e no ciúme cotidiano. O poema é perfeito e só de musicá-lo com a sensibilidade de uma voz rouca, ele já merece meu respeito.
"Não sei dizer o que há em ti que fecha e abre. Só uma parte de mim compreende que a voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas..."

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