sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Perigoso demais

Era o lugar que não se podia ir. Podia ser perigoso demais, durante o dia ou à noite.
A passagem era proibida. Eram apenas poucos degraus que separavam do paraíso, do perigo ou da morte. Bem mais fácil acreditar que era um paraíso sem dores...mas também podia doer e podia ser muito. Fechando os olhos, imaginava que tudo era perfeito
Um mundo de vento na cara, paisagens belas e boa inspiração. Mas não podia ir, era perigoso demais.
Era bom! Todos sabiam que era bom, talvez por isso que era proibido. Talvez se fosse, rompesse com tudo, se libertasse e nem voltasse mais. Ganharia asas, teria felicidade momentânea, lembraria de fatos de outrora. Lembraria sim ou viveria emoções novas.
Bons momentos, amores...sei lá. Tudo que estava na linha que separava a vida daquilo, aquilo que estava no lugar oculto de não sei o quê
Seria bom ou ruim? Quando a coragem fosse mais forte e conseguisse atravessar os perigos, poderia responder. Por enquanto, o jeito era fechar os olhos e imaginar. Um mundo sem barreiras, sem preconceito e, quem sabe, sem a ação do tempo corroendo tudo.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

As borboletas amarelas

E a gente seguia para casa, meio-dia, fome e muitos assuntos matinais para contar. No som, Ana Carolina tenta seduzir alguém " Aqui, eu nunca disse que ira ser a pessoa certa pra você, mas sou eu quem te adora..."
As irmãs falam sobre tudo. Namorados, internet, serviço, provas, peças de teatro e até do blog do Cafa. De repente, o caminho de casa ficou meio diferente, poético. A irmã mais nova que ainda não tem habilitação vira para a outra e diz: Você está vendo esse bando de borboletas amarelas?
A outra responde: Será que é boa sorte? Dizem que borboletas amarelas trazem dinheiro
Diante da observação: Bem, se for dinheiro pode ter certeza que a Mega Sena é nossa.
Foi assim, em um dia como outro qualquer que a natureza se fez poesia para amenizar corações partidos e trazer esperanças

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Dizer a verdade...

Sinceramente já cansei daquele discursos comuns a todas as pessoas que pedem dinheiro em ônibus, mãe doente, pai desempregado e vários irmaozinhos pra alimentar. Eu sei que é uma realidade comum, mas não acredito que todas as pessoas que me pedem dinheiro sofram iguais, os mesmos dilemas. Não, não é possível. Por não acreditar, acabo ignorando metade dos pedidos, sempre acho que eles vão fazer alguma outra coisa com meu dinheiro, outra coisa que não seja comprar pão ou uma caixa de bombons para vender...
Enfim, fiz essa introdução toda para falar de algo que me aconteceu. Sempre que posso, eu e uma amiga marcamos " passeio de meninas", almoçar no shopping, ir ao cinema e bater perna o máximo possível. Na fila para comprar a entrada, um garoto me abordou: " A senhora tem dois reais pra me dá?" Pensei: " Lá vem a historinha de sempre", mas antes que eu concluísse o pensamento ele completou a frase: " è que eu queria completar a entrada do cinema"
Virei para o garoto e percebi que ele não tinha grana, era humilde, mas tinha o sonho de todo pré-adolescente, ver um filme...quem sabe pela primeira vez.
Fiquei hesitante com tanta sinceridade...mas no final decidi dar o tal dinheiro. Ele super animado ainda trocou algumas palavras sobre o filme que eu ia assistir, preocupado com o preço e sumiu alegremente
Pensei se tinha feito certo ou não, mas acho que sim. Como dizem. " Ele poderia tá roubando, poderia tá matando...". mas não, ele só queria ir ao cinema

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

...

Antes do ônibus partir ( ou sei lá o quê) eu ainda tenho um monte de coisas para te dizer. Dessas que eu já te disse rotineiramente, dessas que eu digo só para você ou estampo no rosto, todos os dias. Preciso te dizer tudo que começou a fazer parte do meu vocabulário, desde o dia que eu te conheci, há quatro anos.
Parece que faz tanto tempo, parece que foi ontem e sempre parece que estamos no agora e no para sempre. Nem sei explicar como eu me sinto hoje. Só na possibilidade de te ver distante é uma coisa parecida com tortura e também uma piada. Sabe, nesse tempo todo eu não sei como é viver sozinha. Eu desaprendi a dormir sem antes falar contigo, eu não sei mais como é viver sem te ouvir reclamar de manhã, nem que fosse por telefone. Não sei mais fazer planos sem contar com você, não sei como eu vivi antes disso.
Meu bem, eu deveria incentivar ou encorajar, mas me desculpe...eu não estou conseguindo

domingo, 3 de agosto de 2008

Concluindo

Eu já arrastei todas as minhas correntes por aí, mas parece que quando eu penso que vou chegar ao fim, nada dá plenamente certo.
Sempre fica um vazio, sei lá, algo inexplicável. Muito que não foi feito, vários discursos que não foram ditos, textos ainda por fazer e livros acumulados a espera de serem lidos. Os olhos procuram e não acham
Aquele medinho de três minutos diários que é estimulante a todas as borboletas do mundo a voarem juntas no meu estômago. Eu sinto frio, mas nao sei exatamente o porquê