domingo, 25 de maio de 2008

Amores possíveis ( ou não)


"A paixão quer sangue e corações arruinados

E saudade é só mágoa por ter sido feito tanto estrago

E essa escravidão e essa dor não quero mais..."



Outro dia, ouvi uma história de uma moça na rua ( eu tenho mesmo que parar de ouvir a conversa alheia). Enfim, ela estava desiludida com um carinha que ela ficou. Pelo que entendi, o rapaz era gentil, bonitinho e inteligente. Pensava muito em sexo e a menina parecia mais conservadora. Eu ouvindo aquela conversa, o barulho de tudo atrapalhando mas me interessei.

Não foi somente a incompatibilidade na cama dos dois que os separou, a menina tinha um defeito. Era mais velha que o cara. Ela parece que tinha 25 e ele não sei qtos anos mais jovem, algo de dois ou três coisa assim.

Meu mundo desabou nesse momento. Quase viro pra trás e pergunto: Como assim, o caboco te acusa de conservadora e te dá uma justificativa tão babaca como essa? Ele não queria mulher mais velha pirando na batatinha ( foi essa a expressão que ela usou, contando para a amiga e pra falar a verdade, se ele usou essa expressão...ele faz parte do clube das gírias idosas). Ele acha um absurdo uma mulher da idade dela não ser um furacão na cama e pira com uma diferença de idade. Isso tudo é tão patético!

Pensei na minha vida. Meu namorado é mais novo que eu, podia ser mais velho, mas não é. O fato que eu me sinto atraída pela pessoa, pelo bom papo, pelo toque, pelo jeito que ele faz com que eu me sinta viva todos os dias e não pela certidão de nascimento dele. Qual é o sentido disso? Eu deixaria de amá-lo pq ele é dois anos mais novo que eu? Nunca.
Não faz para mim a maior importância e muito menos para ele. Eu não sou o tipo de mulher mais velha, experiente que o cara desfila para os amigos ( cá pra nós, a diferença é mínima). Por outro lado, ele não é o tipo de homem que procura uma mulher para exibir apenas. Enfim, ele é um homem, o que não deve mesmo ser o caso do carinha que deixou a anônima lá de coração partido.

Eu virei pra ela para investigar seus atributos físicos e perceber se ela tinha uma aparência tão velha assim...Nada disso, uma menina. Magra, quase da minha altura, morena cabelos levemente cacheados. Bonita até.

Queria ter visto o rapaz, mas não ia ser delicado perguntar o nome dele e depois pesquisar se ele tem orkut ( essas pós-modernidades).

A moça lamuriosa e eu pensando: Essa mulher é uma anta!

Desiludida a coitada saiu, despediu-se da amiga. Eu ainda observei um pouco de suas olheiras. Deve ter chorado por causa do cara super "modernex" que a discriminou por causa de dois anos a mais. Tomara que ela não demore muito a perceber, o belo babaca que ela andou se agarrando. Talvez, mais tarde ela terá vergonha disso e encontre alguém que leve em consideração todas as outras qualidades que não estão prescritas no ano de nascimento...

Quanto a ele, espero que esqueça o que falou, pois quando ele ficar mais velho ( talvez com esses dois anos a mais) vai ficar tão envergonhado. Isso se ele tiver um pouco de caráter, pois pelo que eu tentei imaginar...não foi muito bacana. Visualizei aqueles rapazes de filmecos norte-americanos, os super populares da escola, que tem um carrinho e pega todas. Achei que era melhor parar de imaginar e não me concentrar mais na história dos estranhos...Passei direto e nem olhei para trás.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ah...você não sabe o meu passar...


Quando eu era pequena, sempre ouvia minha avó reclamar de uma agonia, uma tal de " farnizia" que a deixava meio cansada. Lembro bem, ela sentava na cadeira na porta e suspirava alto, reclamava do calor. De vez em quando, achava minha avó muito exagerada, mas hoje percebo que o ela sentia era falta de ar, um sintoma da doença, uma insufiência pulmonar que, aos poucos, foi a tirando do nosso convívio.
Em fevereiro de 93, ela sentiu uma dor forte no abdomen. Problemas no fígado? Talvez algo que ela tenha comido...vamos fazer um chá. Eu no papel de criança, não fazia nada. Ficava rodeando minha Braunizia, arrumando o pente em seus cabelos grisalhos, as vezes pegava nas mãos e via as duas alianças na mão esquerda. A dela e a do marido que morreu quando ela ainda era uma jovem. Não teve chá, não teve remédio. Ela foi ao hospital e, dias depois, foi internada. Era difícil ver a cadeira vazia, era díficil não ter com quem cortar rapaduras e misturar na farinha ( um costume do interior, eu gostava). Quando veio a notícia de que ela receberia alta, fiquei cheia de expectativas, fiz todas as festas dentro de mim. Afinal, tudo ia voltar ao normal, mas não foi assim. Braunizia voltou diferente, mal levantava os olhos, parecia não reconhecer os netos e não queria mais cantar comigo, todas as músicas que eram nossas. Foi uma terça-feira que ela nos deixou, um suspiro último. A agonia derradeira. Eu tinha dez anos, toda a cena ficou na minha cabeça. Era a primeira vez que a morte levava de mim, uma pessoa amada. Talvez foi nessa época, fiquei desiludida com a Igreja, tentei o espiritismo, mas depois me guardei na saudade.

O que aquela pequena mulher deixou para mim, nada vai mudar. Lembro do sorriso, das histórias engraçadas, da minha vontade de ter seios fartos e cabelos com cachos tão bonitos. Dela veio o meu gosto pelo roxo e o conhecimento de canções que talvez eu nunca descubra o nome dos verdadeiros autores.
Vai ser sempre a nossa canção. A canção dos fins da tarde, com o céu ficando rosado...
" Aquelas cartas que eu te dei tremendo.
Aquelas cartas que eu te dei enfim...
despedaçadas quero elas todas.
Por Deus te peço, esqueças de mim.
Oh anjo ingrato, vivo iludida
Por outra amante queres me deixar
Ainda espero ver-te arrependido
Chorando, em prantos, sem poder me amar..."
FOTO: Encontrada qse perdida na ação do tempo. Eu sou o bebê, nos braços da avó, as meninas são minhas irmãs

domingo, 11 de maio de 2008

" Não há lugar pra lamúrias, essas não caem bem..."

Não páro de ouvir Três que é da Marina e do Antônio Cícero e que foi regravada pela voz boa de sempre da Calcanhotto. Não considero esse o melhor trabalho dela, mas com certeza essa é uma das coisas mais bacanas que ouvi nos últimos tempos. Esse momento é quase único! Não sei se eu que ando exigindo demais ou aconteceu algum tipo de entrave criativo na música popular brasileira.
Não tenho saco pra ouvir Ana Carolina cantando o seu lesbianismo. Nada contra, mas acho que o que ela faz na cama não é da minha conta e para mim ela não vai ser mais talentosa se gritar por aí dizendo que gosta de mulher, mas também acha excelente um homem. Fico aqui me perguntando: " E daí? E daí?". Fora minha desilusão musical, me compenso em outras áreas. Ando lendo mais o que eu acho maravilhoso. Adoro ler, mas às vezes fico tão sem clima e literatura é conquista, é desejo. Se não rolar...fecha o livro.
Voltei a flertar com o cinema, voltei por causa do teatro, mas isso é outra história. Na televisão, meu xodó é a novela das seis. A história é boa, o figurino está cuidadoso e Ana Paula Arósio é absurdamente linda.
No mais, minha vida anda bem, boas surpresas. Me sinto segura com um monte de coisas, talvez deixei de ser medrosa como há um ano, pelo menos. Tenho carinho, tenho amor e paixão. Saúde, graças a Deus!
"Eu quero tudo que há. O mundo e seu amor. Não quero ter que optar, quero poder partir, quero poder ficar. Poder fantasiar sem nexo e em qualquer lugar ...."