quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Morte Anunciada (outras nem tanto assim)

" Morreu na contramão atrapalhando o tráfego..."
Não consegui tirar da minha cabeça o trecho de Construção (Chico Buarque), quando vi em um site a morte do Laurixto, envolvido em pistolagem, há mais de dez anos e cumprindo pena em regime semi-aberto pela morte do delegado Stênio Mendonça na Avenida Litoranêa em um domingo de 1997.
Pois bem, a avenida e o horário escolhidos para os assassinos realmente faz parte de um momento ousado. Dia claro, movimento de pernas para todos os lados, brancas, pretas e amarelas, buzinas, ônibus, semáforos e, claro, guardas de trânsito. Nada impediu que o assassino descesse do carro e lascasse sete tiros no carro que a vítima dirigia até o local onde trabalhava ( uma construtora da família). Além da morte, que por si só, já iria degringolar o tráfego, na tentativa de fugir, a vítima acuada, ainda bateu o carro em uma carreta. Sangue, cheiro de morte , acidente, assassinato e trânsito lento.

MORTE 2

A morte desceu a ladeira e com bicicletas sem freios, só foi parada em um meio-fio, arremessado a uma distância e colidindo com o muro, um cidadão que acabara de votar. Não consegui entender, como é descer em uma bicicleta com grande velocidade em uma ladeira tão boba? Ele fez uma escolha no voto e não ficou para esperar o resultado. Enquanto isso, curiosos com desejos mórbidos, fotografavam e faziam vídeos em celular. Eu vi o corpo ( estava trabalhando em local próximo do acidente), era estranho aquele sangue todo que tinha uma cor tão viva, tão intensa representar algo tão trágico. Era triste, mas virou um espetáculo que só foi ofuscado com a chegada de um candidato para votar. O corpo ficou lá esquecido por algumas horas a espera do IML, já não fazia mais parte da agitação do dia da eleição, mas despertava ainda vários olhares

domingo, 26 de outubro de 2008

Ensaio sobre a traição

Há uns dez anos, meus conceitos de traição de um casal eram bem mais relacionados a contato físico. Eu achava que era imperdoável descobrir uma pulada de cerca de um namorado também adolescente, com os hormônios a flor da pele e querendo provar para todos os amigos imbecis o quanto era macho.
Hoje em dia não consigo mais ver a traição nos relacionamentos apenas pelo lado de um "sarro" rápido. Até acredito que essas coisas podem acontecer se o relacionamento está se desgastando e nem sempre tem ligação direta com a ausência de amor, mas com um fogo novo e etc. Antes que alguém se empolgue, não sou adepta do amor livre e nem acho que a vida tem que ser "todo mundo nu", mas eu acho que uma traição apenas física é mais explicável e talvez mais fácil de perdoar.
Agora pra mim, a maior traição é quando se percebe que não existe mais lealdade e a tal da fidelidade não no sentido de beijar outra pessoa, mas de dar apoio, está do lado e defender quando for necessário. Esse é o tipo de fidelidade que eu preciso e que eu acho confortável nos meus relacionamentos.
Até mesmo na amizade, eu tento ser fiel, defendo meus amigos e se alguém por um acaso faz algo de ruim, tipo humilhar, caluniar e outras coisas. Bem, ela até tem os direitos dela, não tento fazer com que mude de opinião, mas eu sei bem de que lado irei ficar. Isso pra mim é fidelidade, isso é respeito e zelo

sábado, 25 de outubro de 2008

Amor Mais Que Discreto

Talvez haja entre nós o mais total interdito
Mas você é bonito o bastante
Complexo o bastante
Bom o bastante
Pra tornar-se ao menos por um instante
O amante do amante
Que antes de te conhecer
Eu não cheguei a ser
Eu sou um velho
Mas somos dois meninos
Nossos destinos são mutuamente interessantes
Um instante, alguns instantes
O grande espelho
E aí a minha vida ia fazer mais sentido
E a sua talvez mais que a minha,
Talvez bem mais que a minha
Os livros, filmes, filhos ganhariam colorido
Se um dia afinal eu chegasse a ver que você vinha
E isso é tanto que pinta no meu canto
Mas pode dispensar a fantasia
O sonho em branco e preto
Amor mais que discreto
Que é já uma alegria
Até mesmo sem ter o seu passado, seu tempo
O seu agora, seu antes, seu depois
Sem ser remotamente
Se quer imaginado
Se quer imaginado
Se quer
Por qualquer de nós dois

sábado, 18 de outubro de 2008

Vida besta

Quando eu era pequena, eu tinha um cinzeiro grande para me defender e a desculpa de que eu era pequena e podia ameaçar as pessoas ainda que não as machucassem de verdade. Para evitar acidentes me tiraram o cinzeiro e o tempo implacável me fez crescer. E agora? Eu cresci e não tenho mais meu escudo, as ameaças se tornaram reais, mas não são mais feitas por mim.
Às vezes ainda me sinto a garota pequena de cabelos rebeldes e que o medo de alguma coisa se resolvia quando se escondia debaixo das cobertas da mãe, os inimigos eram temporários e duravam até a próxima temporada no colégio, quando outras pessoas se tornavam protagonistas.
Eu não posso mais acordar meu pai e minha mãe e pedir para dormir no meio da cama, eu cresci e minha presença ia realmente incomodar. Eu cresci, mas os fantasmas ainda me perseguem. Por que a gente cresce?

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Opções sexuais e eleições

Um assunto que está acontecendo por aqui nas eleições de São Luís e em São Paulo também e que me deixou realmente embasbacada. Agora para provar que o cara pode administrar, não basta apresentar boas propostas, ter um bom nome na política, enfim, essas baboseiras que as pessoas sempre dizem que estudam na hora de votar ( mas parece que nem sempre dá muito certo), pois bem...agora o candidato tem que mostrar e comprovar com quem anda dormindo e, de preferência, ele precisa dormir com o sexo oposto. Meu Deus, o que é isso?
Ok que o espaço público está se confundindo cada vez mais com o privado, mas estamos em 2008, acho que ninguém precisa provar nada para ninguém. Ou agora para ser aceita como boa profissional, eu tenho que dizer como anda minha vida na cama. Se pretendo casar, ter filhos e ter uma bela família convencional. Quando comecei minha vida sexual ou se eu tenho certeza que não vou mudar de time. Isso importa pra quem mesmo? Não seria só a mim e a minha cama, ainda que eu não seja amiga do rei.
Honestamente eu não vejo motivos da imprensa debater a sexualidade de quem quer que seja, mas o que me chocou foi o babado de SP. Dona Marta Suplicy, sexóloga...quem diria!
Sem comentários né!

sábado, 4 de outubro de 2008

As horas..

Enquanto o barulho da máquina domina o ambiente, eu tento me concentrar no vazio, na página em branco, nos sites de frivolidade, resumos de novela, livros que deveria comprar. Devia ter trazido alguma coisa para ler, mas quem iria imaginar que esse silêncio entrecortado pela máquina seria tão cruel?
Putz, a hora não passa, eu não tenho mais paciência

sábado, 20 de setembro de 2008

O encanto de Cirnansck




Não sou especialista em moda e nem ouso pensar assim, mas não podia de mencionar o encanto que está a coleção primavera/verão 2009 do estilista Samuel Cirnansck que apresentou os modelitos aqui em São Luís, no SLZ Fashion.


O estilista que assinou o chiquérrimo vestido de noiva de Juliana Paes (casamento mais badalado do momento, ofuscando até a virgindade de Sandy), buscou inspiração na coleção, a França do Século XVIII. Na entrevista, ele me contou que tinha se encantado com os retratos que o pintor Jean-Marc Nattier fazia das mulheres da época, com todos os detalhes da moda que ela usavam, os tecidos os cabelos e as maquiagens. O resultado não podia ser outro, figurinos românticos com um ar da aristocracia francesa, tecidos leves como musselines, muitos brocados, tafetá. Enfim, sofisticado e de ficar horas e horas babando com os tons de bege, rosa e azul lavanda que foram combinandos com tecidos mais duros como os utilizados para cobrir sofá e os que para mim são repulsivos tecidos de onça, mas que na coleção dele ficou perfeita.
As roupas são românticas com seus babados nas saias e a sensualidade dos corpetes justos. Mesmo com o tom do passado, podem ser usadas por moças modernas

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Os anos se passaram...

Eu não sei se atiro ou se espero a lâmina fria no meu pescoço. Já fui vítima ou considerada pilantra e por isso chorei horrores por uma culpa que eu não tinha, ou será que tinha e nem percebi.
Perdi amizades, ganhei outras que eu considero muito caras. Amigos de boas risadas, de ouvir segredos, de almoçar e ir ao cinema e tudo pela companhia. Sem nada em troca, apenas boas conversas. Recebo elogios e coleciono alguns desafetos, tudo por causa da minha cara de nojinho (?), que é bem verdade nunca tinha percebido que eu tinha, mas se alguns acham quem sou eu para desmentir.
Percebo que do ano passado para cá. De janeiro de 2007 para hoje, minha vida estava começando uma nova temporada. Eu não era mais uma jovem universitária, agora eu tinha uma profissão oficial e tinha que procurar cuidar da minha vida responsável. Não digo que mudou alguma coisa na época, mas com o tempo, tudo mudou sim. Vivi muita coisa, senti outras tantas, passei a dar valor para a eternidade de pequenos momentos que se tornam tão irresistíveis e para todo o sempre na memória e no caminhar de cada dia. Histórias que são minhas e que correspondem a minha vida, aos meus novos quilos no corpo, ao jeito que resolvi deixar meus cabelos, abandonando definitivamente as luzes e usando meio enrolado e meio qualquer coisa que não sei bem definir.
Posso até dizer que amadureci, devo isso a mim e aos outros, pessoas legais e outras nem tanto assim que fazem parte do nosso aprendizado diário. Quero conhecer mais, me conhecer sempre. Saber o que é bom para mim, onde anda a minha vontade, como não desagradar ao próximo, mas principalmente: " Não quero luxo e nem lixo, quero gozar no final...". Só sei que não sei quando estou no alvo ou aperto o gatilho...essa é a vida, só não quero que as coisas e pessoas passem e eu não tenha dado a mínima importância. Sem aproveitar ao máximo disso. Sem saber lidar com o novo.
Estou disposta...

domingo, 7 de setembro de 2008

...ou o cotidiano

Meu domingo tem caravelas, areia de praia, conversas no carro, elementos simbólicos do patriotismo nacional... Tem peixe na praia, pesquisa que não me fazem muito sentido. Muito cansaço, o desconforto de se sentir imbecil andando de jeans enquanto pernas e bundas cheias de celulites passeiam alegremente em busca de sol ( tá, tudo bem, nem todas estão com tantas celulites assim). Eu sei que dá vontade de dormir ou então de ficar ouvindo aquela música que você me mandou e que eu não consigo tirar da cabeça.
Acho´até que todo mundo aqui de casa já decorou. Amanhã é feriado...vou ficar em casa e ouvir e arrumar todas os livros que eu teimo em espalhar pela casa, amanhã é dia de jogar tanta coisa fora e vê mais uma vez meu passado passar por mim...
Que venham as músicas novas e os doces e agradáveis cheiros de setembro...o mês da boa nova, pois a lição sabemos de cor...só nos resta aprender.

Bem para terminar, a regravação do samba de Luiz Ayrão que o Zeca Baleiro regravou no CD O Coração do Homem Bomba, volume 1, depois volto aqui com comentários sobre o trabalho do moço

Bola Dividida

Será que essa gente percebeu
Que essa morena desse amigo meu
Tá dando bola tão descontraída
Só que eu não vou em bola dividida
Pois se eu ganho a moça
Eu tenho o meu castigo
Se ela faz com ele, vai fazer comigo
E vai fazer comigo exatamente igual
E ela é uma morena sensacional
Digna de um crime passional
E eu não quero ser manchete de jornal
Por isso é que eu pergunto ...
Será que essa gente percebeu
Que essa morena desse amigo meu
Tá me dando bola tão distraída
Só que não quero que essa gente diga
Esse camarada se androginou
A moça deu bola a ele e ele nem ligou

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Perigoso demais

Era o lugar que não se podia ir. Podia ser perigoso demais, durante o dia ou à noite.
A passagem era proibida. Eram apenas poucos degraus que separavam do paraíso, do perigo ou da morte. Bem mais fácil acreditar que era um paraíso sem dores...mas também podia doer e podia ser muito. Fechando os olhos, imaginava que tudo era perfeito
Um mundo de vento na cara, paisagens belas e boa inspiração. Mas não podia ir, era perigoso demais.
Era bom! Todos sabiam que era bom, talvez por isso que era proibido. Talvez se fosse, rompesse com tudo, se libertasse e nem voltasse mais. Ganharia asas, teria felicidade momentânea, lembraria de fatos de outrora. Lembraria sim ou viveria emoções novas.
Bons momentos, amores...sei lá. Tudo que estava na linha que separava a vida daquilo, aquilo que estava no lugar oculto de não sei o quê
Seria bom ou ruim? Quando a coragem fosse mais forte e conseguisse atravessar os perigos, poderia responder. Por enquanto, o jeito era fechar os olhos e imaginar. Um mundo sem barreiras, sem preconceito e, quem sabe, sem a ação do tempo corroendo tudo.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

As borboletas amarelas

E a gente seguia para casa, meio-dia, fome e muitos assuntos matinais para contar. No som, Ana Carolina tenta seduzir alguém " Aqui, eu nunca disse que ira ser a pessoa certa pra você, mas sou eu quem te adora..."
As irmãs falam sobre tudo. Namorados, internet, serviço, provas, peças de teatro e até do blog do Cafa. De repente, o caminho de casa ficou meio diferente, poético. A irmã mais nova que ainda não tem habilitação vira para a outra e diz: Você está vendo esse bando de borboletas amarelas?
A outra responde: Será que é boa sorte? Dizem que borboletas amarelas trazem dinheiro
Diante da observação: Bem, se for dinheiro pode ter certeza que a Mega Sena é nossa.
Foi assim, em um dia como outro qualquer que a natureza se fez poesia para amenizar corações partidos e trazer esperanças

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Dizer a verdade...

Sinceramente já cansei daquele discursos comuns a todas as pessoas que pedem dinheiro em ônibus, mãe doente, pai desempregado e vários irmaozinhos pra alimentar. Eu sei que é uma realidade comum, mas não acredito que todas as pessoas que me pedem dinheiro sofram iguais, os mesmos dilemas. Não, não é possível. Por não acreditar, acabo ignorando metade dos pedidos, sempre acho que eles vão fazer alguma outra coisa com meu dinheiro, outra coisa que não seja comprar pão ou uma caixa de bombons para vender...
Enfim, fiz essa introdução toda para falar de algo que me aconteceu. Sempre que posso, eu e uma amiga marcamos " passeio de meninas", almoçar no shopping, ir ao cinema e bater perna o máximo possível. Na fila para comprar a entrada, um garoto me abordou: " A senhora tem dois reais pra me dá?" Pensei: " Lá vem a historinha de sempre", mas antes que eu concluísse o pensamento ele completou a frase: " è que eu queria completar a entrada do cinema"
Virei para o garoto e percebi que ele não tinha grana, era humilde, mas tinha o sonho de todo pré-adolescente, ver um filme...quem sabe pela primeira vez.
Fiquei hesitante com tanta sinceridade...mas no final decidi dar o tal dinheiro. Ele super animado ainda trocou algumas palavras sobre o filme que eu ia assistir, preocupado com o preço e sumiu alegremente
Pensei se tinha feito certo ou não, mas acho que sim. Como dizem. " Ele poderia tá roubando, poderia tá matando...". mas não, ele só queria ir ao cinema

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

...

Antes do ônibus partir ( ou sei lá o quê) eu ainda tenho um monte de coisas para te dizer. Dessas que eu já te disse rotineiramente, dessas que eu digo só para você ou estampo no rosto, todos os dias. Preciso te dizer tudo que começou a fazer parte do meu vocabulário, desde o dia que eu te conheci, há quatro anos.
Parece que faz tanto tempo, parece que foi ontem e sempre parece que estamos no agora e no para sempre. Nem sei explicar como eu me sinto hoje. Só na possibilidade de te ver distante é uma coisa parecida com tortura e também uma piada. Sabe, nesse tempo todo eu não sei como é viver sozinha. Eu desaprendi a dormir sem antes falar contigo, eu não sei mais como é viver sem te ouvir reclamar de manhã, nem que fosse por telefone. Não sei mais fazer planos sem contar com você, não sei como eu vivi antes disso.
Meu bem, eu deveria incentivar ou encorajar, mas me desculpe...eu não estou conseguindo

domingo, 3 de agosto de 2008

Concluindo

Eu já arrastei todas as minhas correntes por aí, mas parece que quando eu penso que vou chegar ao fim, nada dá plenamente certo.
Sempre fica um vazio, sei lá, algo inexplicável. Muito que não foi feito, vários discursos que não foram ditos, textos ainda por fazer e livros acumulados a espera de serem lidos. Os olhos procuram e não acham
Aquele medinho de três minutos diários que é estimulante a todas as borboletas do mundo a voarem juntas no meu estômago. Eu sinto frio, mas nao sei exatamente o porquê

sábado, 19 de julho de 2008

Quantas Vidas Você Tem?

Meu amor
Vamos falar sobre o passado depois
Porque o futuro está esperando
Por nós dois.
Por favor
Deixe meu último pedido pra trás
E não volte pra ele nunca
Nunca mais.
Porque ao longo desses meses
Que eu estive sem você
Eu fiz de tudo pra tentar te esquecer
Eu já matei você mil vezes
E seu amor ainda me vem
Então me diga quantas vidas você tem?

( Moska)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Beijo, me liga!

Sabe o que me cansa nesta vida? Não. Não vou começar a desenrolar uma ladainha de queixumes cotidianos que vão desde a acordar cedo até não conseguir dormir direito por causa das pragas, do calor etc. Também não vou me queixar dos almoços ruins, dos meus gatinhos que morrem ou da falta de música boa na praça.
O que me cansa bem mais que a violência cotidiana que nos invade pelos meios de comunicação é a quantidade de egos absolutamente inflados que a gente encontra por aí. Auto-estima mega aguçada que obriga o pobre do interlocutor a abrir todas as portas e janelas para que não seja sufocado, esmagado ou destruído pelos " Eus". Não sei como muita gente acredita na constante perseguição e que os outros dormem e acordam pensando nelas, falando delas e suspirando pelos cantos.
Ouço muito por aí: "Fulano me detesta ou tá dizendo por aí que aconteceu isso e isso" Vá tomar banho! Todo mundo sabe que isso não passa de vontade de ser amado, de ser evidência, de ser o centro do universo. Será tão difícil perceber que " toda essa gente já está sofrendo normalmente". Ninguém tem tempo para grandes destaques para uma pessoa comum. Querer problemas, basta assistir às novelas. Como diz um amigo meu: " Não me venha com essa conversa dificil, pq eu já estou cheia de problemas". E tenho dito!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Já contei a vocês que estou lendo um best-seller???


Ok, antes dos queixos aí abrirem crateras no chão, esperem só um minuto que ainda não terminei de falar. Não é apenas um best-seller e sim um best-seller de literatura feminina ( ouço o barulho de cabeças batendo contra a tela do computador...só peço que todos fiquem calmo). Calma, não virei uma moçoila casadoura e com as preocupações girando em torno de shoppings e as roupas da última hora ( honestamente, nem tenho tempo pra isso, é certo que fiz uma promessa nada inteligente pra minhas amigas sobre meu corpo, mas isso é outra história), mas o livro me despertou curiosidade. Ouvi bons comentários e não aguentava mais ver a capa verde lá piscando e com holofotes apelativos ( muitas vezes cheguei a ouvi-lo gritando: Me leva, pelo amor de Deus, seria bom ir pra sua casa com meus irmãos). Então, vamos lá comprei, mas só um: Melancia da Marian Keyes, uma escritora irlandesa que escreve comédias divertidas sobre o universo feminino. Pensei que no mínimo fosse me sentir a pessoa mais bem resolvida do mundo por não passar pelos dramas superficiais da heroína do livro, mas devo admitir que fui enganada profundamente pela minha presunção.

O texto é leve, mas não é vulgar. A história é complicada como todos os relacionamentos, todos os ingredientes de clichês e sofrimento por amores, mas é uma delícia. Me vi várias vezes rindo horrores e sofrendo querendo matar o marido dela. Talvez porque a Claire ( sim, o nome da minha heroína é Claire) não é mais uma menina, conta com os 29 anos quando é abandonada pelo marido ( James, nome ridiculo), após o parto. Pior, como nas histórias reais, o safado não a largou por uma mulher mais jovem e gostosa, mas por uma mais velha. Sem saber como agir ela volta pra casa da família em Dublin ( Irlanda), deixa o apartamento em Londres e com a filha recém-nascida parte para o sofrimento. Sofrimento de pessoas reais, vontade de morrer, de matar, encher a cara de bebida, nem levantar da cama e, aos poucos, vai lá levantando, olhando a vida novamente...o resto não vou contar.

Bem, com o preconceito vencido só posso dizer que não é um livro só para mulheres. Sinceramente, gostaria que alguns homens pudessem dar uma folheada ( pode ser escondido no quarto. O livro só tem 500 páginas, é rapidinho) é um pouco de como as mulheres se sentem ( odeio admitir isso), mas a Marian Keyes consegue falar coisas que eu já pensei e até já fiz nesta vida. Enfim, sem preconceitos é uma ótima leitura

terça-feira, 24 de junho de 2008

Lembranças de adultos

O problema em encontrar velhos vizinhos ou amigos dos irmãos mais velhos ou dos pais que tinham contato com você na infância é sempre algo, digamos assim, constrangedor.
Entusiasmados com as mudanças físicas ou quem sabe por o guri que enchia a paciência dos adultos se transformou em um ser contido e até certo ponto bem-sucedido, o adulto da infância ( Hoje a diferença de idade nem parece tanta), faz questão de demonstrar o interesse pela sua vida e, pior de tudo, a tão temida intimidade. Pior mesmo, quando as "vítimas" são meninas ainda nos vinte anos e o "adulto" em questão que já te viu em trajes menores deve ser no máximo quarentão. Apesar dele não perceber que um comentário como : " Eu já vi essa menina de calcinha", pode ser a coisa mais impactante em se ouvir no meio do shopping ou em um ônibus lotado, porque todo mundo te olha e tenta te imaginar assim, não da forma como ele tá pensando, se é que vocês me entendem.
Sempre acontece comigo. Cada vez que eu escuto a frase ( acredite, quase sempre da mesma pessoa, acompanhado de outra que não tem nenhum interesse em saber onde e quando ele viu meu corpo), eu penso que vai ser seguida do complemento: " Esse corpo aí, eu conheço todinho", já começo a ficar trêmula.
Será que ninguém percebe que quando se tem menos de dez anos, qualquer coisa que você vista não pode ser descrito em detalhes. Uma calcinha, por exemplo, tem toda uma conotação de sensualidade e erotismo o que nunca foi meu caso e nem é o caso de roupas infantis. É bem verdade que cresci e fiquei mais ajeitadinha, mais cintura, mais vaidosa até comecei a pentear direito meus cabelos rebeldes, mas minha sensualidade é a mesma que a de um poste. Não me queixo disso e nem estou pedindo elogios, mesmo assim, sou uma mocinha crescida e esses comentários, apesar de carinhosos, são complicados, até porque a eu com menos de dez anos é muito diferente da eu de hoje. Nem sei se meu aspecto físico poderia ser comparado ao de uma pessoa. Era uma mistura de cabelos desgrenhados, magreza e calcinha correndo ( diga-se de passagem eram cheias de babados floridos. Bonita, não?). Eu era uma despudorada, não curtia roupa não. Nos tempos de hoje com tanta pedofilia, eu era um risco, ainda bem que os frequentadores da minha casa, realmente me viam como criança. E eu tenho uma sorte terrivel em confrontos com o passado, fui aluna de um amigo da minha irmã, meu pai tem amigos de longas datas que olhavam aquela criança e hoje fazem uma relação com a minha imagem atual ( volto a dizer, o et saiu deste corpo quando eu fiquei maiorzinha)
Nunca poderei explicar o meu caso de dupla identidade para os amigos dos meus pais e das minhas irmãs, o jeito é confirmar com um aceno de cabeça e um sorriso amarelo toda vez que alguém falar das minhas calcinhas infantis. É bem verdade que todas as vezes eu desejo matar alguém, mas o jeito é rir quando se prendem a riqueza dos detalhes da minha meninice, a única coisa que eu posso fazer é evitar trajes marcantes em casa, para evitar constrangimentos futuros.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

O que pode ser uma merda...mas é bom

Hoje estava pensando nas coisas que são boas e ao mesmo tempo são uma merda, elaborei uma listinha básica. Por exemplo, miojo é uma merda, mas é bom. Comidas saudáveis são boas, mas são umas merdas. Show lotado é bom para o artista, para empolgar mas é muito merda.
Aí pensei naquilo que se considera brega, mas que todo mundo tem um desejo íntimo, um gostar inconsciente. Por exemplo, não lembro de conhecer ninguém que tenha assumido gostar de Kleiton e Kledir, Tunai e afins e gente, pra mim eles são bons. Não lembro de maior erotismo musical que na música Paixão da dupla com K. Ah eu adoro, lembra a minha infância. Não entendia muito bem, mas já tinha uma noção de paixões avassaladoras.
Pra quem não conhece é uma dupla de Pelotas, RS e que começou na música na década de 70, hoje eles ainda fazem um som, mas desde a década de 80 não conseguem um sucesso estrondoso.
Por hora vou deixar a letra de Paixão
É brega, uma merda...mas tão boa


Paixão

Composição: Kleiton & Kledir
Amo tua voz e tua cor
E teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete
Suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar...
Ser feliz é tudo que se quer
Ah! Esse maldito fecheclair
De repente
A gente rasga a roupa
E uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar...
Depois do terceiro
Ou quarto copo
Tudo que vier eu topo
Tudo que vier, vem bem
Quando bebo perco o juízo
Não me responsabilizo
Nem por mim
Nem por ninguém...
Não quero ficar na tua vida
Como uma paixão mal resolvida
Dessas que a gente tem ciúme
E se encharca de perfume
Faz que tenta se matar...
Vou ficar até o fim do dia
Decorando tua geografia
E essa aventura
Em carne e osso
Deixa marcas no pescoço
Faz a gente levitar...
Tens um não sei que
De paraíso
E o corpo mais preciso
Que o mais lindo dos mortais
Tens uma beleza infinita
E a boca mais bonita
Que a minha já tocou...

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Amores para o Dia dos Namorados


" Deixa eu fotografar esse momento", dizia o personagem de Ethan Hawke para a lindissíma Julie Delpy em cenas finais do filme Antes do Amanhecer (1995). Depois da frase, ele fica um tempo lá parado só olhando para ela. Em uma cena perfeita! Sempre tive resistência ao filme e até fazia uma certa piada com o filme que foi sucedido pelo Antes do Pôr-do- Sol, filmado nove anos depois. Por ser quase uma unanimidade de corações açucarados eu era resistente, mas por recomendação e empréstimo eu resolvi assisti. Primeiro o mais antigo, cenas e diálogos interessantes apesar de um pouco longo e de um amadorismo triste de Hawke.

Mesmo assim, não pude negar que o filme era bom e no dia seguinte. Antes do Pôr-do-Sol, apenas 1h20 e quem assiste mergulha no universo do casal Jesse e Celine, busca explicações do primeiro encontro, coisas que não ficaram esclarecidas para mim, mas que pensei que tinham passados despercebidas.

O filme passa tão rápido que quando se vê está lá com um sorriso estranho teimando em aparecer. Manteiga derretida na sala. Para quem tem ou não tem namorado, é um filme que faz parte da vida. Quem não viu o primeiro até pode entender o segundo, mas para quem viu, tanta coisa passa a ter sentido. É um filme de amor, mas não é um conto de fadas. Alguns clichês, mas de roteiro inteligente

domingo, 25 de maio de 2008

Amores possíveis ( ou não)


"A paixão quer sangue e corações arruinados

E saudade é só mágoa por ter sido feito tanto estrago

E essa escravidão e essa dor não quero mais..."



Outro dia, ouvi uma história de uma moça na rua ( eu tenho mesmo que parar de ouvir a conversa alheia). Enfim, ela estava desiludida com um carinha que ela ficou. Pelo que entendi, o rapaz era gentil, bonitinho e inteligente. Pensava muito em sexo e a menina parecia mais conservadora. Eu ouvindo aquela conversa, o barulho de tudo atrapalhando mas me interessei.

Não foi somente a incompatibilidade na cama dos dois que os separou, a menina tinha um defeito. Era mais velha que o cara. Ela parece que tinha 25 e ele não sei qtos anos mais jovem, algo de dois ou três coisa assim.

Meu mundo desabou nesse momento. Quase viro pra trás e pergunto: Como assim, o caboco te acusa de conservadora e te dá uma justificativa tão babaca como essa? Ele não queria mulher mais velha pirando na batatinha ( foi essa a expressão que ela usou, contando para a amiga e pra falar a verdade, se ele usou essa expressão...ele faz parte do clube das gírias idosas). Ele acha um absurdo uma mulher da idade dela não ser um furacão na cama e pira com uma diferença de idade. Isso tudo é tão patético!

Pensei na minha vida. Meu namorado é mais novo que eu, podia ser mais velho, mas não é. O fato que eu me sinto atraída pela pessoa, pelo bom papo, pelo toque, pelo jeito que ele faz com que eu me sinta viva todos os dias e não pela certidão de nascimento dele. Qual é o sentido disso? Eu deixaria de amá-lo pq ele é dois anos mais novo que eu? Nunca.
Não faz para mim a maior importância e muito menos para ele. Eu não sou o tipo de mulher mais velha, experiente que o cara desfila para os amigos ( cá pra nós, a diferença é mínima). Por outro lado, ele não é o tipo de homem que procura uma mulher para exibir apenas. Enfim, ele é um homem, o que não deve mesmo ser o caso do carinha que deixou a anônima lá de coração partido.

Eu virei pra ela para investigar seus atributos físicos e perceber se ela tinha uma aparência tão velha assim...Nada disso, uma menina. Magra, quase da minha altura, morena cabelos levemente cacheados. Bonita até.

Queria ter visto o rapaz, mas não ia ser delicado perguntar o nome dele e depois pesquisar se ele tem orkut ( essas pós-modernidades).

A moça lamuriosa e eu pensando: Essa mulher é uma anta!

Desiludida a coitada saiu, despediu-se da amiga. Eu ainda observei um pouco de suas olheiras. Deve ter chorado por causa do cara super "modernex" que a discriminou por causa de dois anos a mais. Tomara que ela não demore muito a perceber, o belo babaca que ela andou se agarrando. Talvez, mais tarde ela terá vergonha disso e encontre alguém que leve em consideração todas as outras qualidades que não estão prescritas no ano de nascimento...

Quanto a ele, espero que esqueça o que falou, pois quando ele ficar mais velho ( talvez com esses dois anos a mais) vai ficar tão envergonhado. Isso se ele tiver um pouco de caráter, pois pelo que eu tentei imaginar...não foi muito bacana. Visualizei aqueles rapazes de filmecos norte-americanos, os super populares da escola, que tem um carrinho e pega todas. Achei que era melhor parar de imaginar e não me concentrar mais na história dos estranhos...Passei direto e nem olhei para trás.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ah...você não sabe o meu passar...


Quando eu era pequena, sempre ouvia minha avó reclamar de uma agonia, uma tal de " farnizia" que a deixava meio cansada. Lembro bem, ela sentava na cadeira na porta e suspirava alto, reclamava do calor. De vez em quando, achava minha avó muito exagerada, mas hoje percebo que o ela sentia era falta de ar, um sintoma da doença, uma insufiência pulmonar que, aos poucos, foi a tirando do nosso convívio.
Em fevereiro de 93, ela sentiu uma dor forte no abdomen. Problemas no fígado? Talvez algo que ela tenha comido...vamos fazer um chá. Eu no papel de criança, não fazia nada. Ficava rodeando minha Braunizia, arrumando o pente em seus cabelos grisalhos, as vezes pegava nas mãos e via as duas alianças na mão esquerda. A dela e a do marido que morreu quando ela ainda era uma jovem. Não teve chá, não teve remédio. Ela foi ao hospital e, dias depois, foi internada. Era difícil ver a cadeira vazia, era díficil não ter com quem cortar rapaduras e misturar na farinha ( um costume do interior, eu gostava). Quando veio a notícia de que ela receberia alta, fiquei cheia de expectativas, fiz todas as festas dentro de mim. Afinal, tudo ia voltar ao normal, mas não foi assim. Braunizia voltou diferente, mal levantava os olhos, parecia não reconhecer os netos e não queria mais cantar comigo, todas as músicas que eram nossas. Foi uma terça-feira que ela nos deixou, um suspiro último. A agonia derradeira. Eu tinha dez anos, toda a cena ficou na minha cabeça. Era a primeira vez que a morte levava de mim, uma pessoa amada. Talvez foi nessa época, fiquei desiludida com a Igreja, tentei o espiritismo, mas depois me guardei na saudade.

O que aquela pequena mulher deixou para mim, nada vai mudar. Lembro do sorriso, das histórias engraçadas, da minha vontade de ter seios fartos e cabelos com cachos tão bonitos. Dela veio o meu gosto pelo roxo e o conhecimento de canções que talvez eu nunca descubra o nome dos verdadeiros autores.
Vai ser sempre a nossa canção. A canção dos fins da tarde, com o céu ficando rosado...
" Aquelas cartas que eu te dei tremendo.
Aquelas cartas que eu te dei enfim...
despedaçadas quero elas todas.
Por Deus te peço, esqueças de mim.
Oh anjo ingrato, vivo iludida
Por outra amante queres me deixar
Ainda espero ver-te arrependido
Chorando, em prantos, sem poder me amar..."
FOTO: Encontrada qse perdida na ação do tempo. Eu sou o bebê, nos braços da avó, as meninas são minhas irmãs

domingo, 11 de maio de 2008

" Não há lugar pra lamúrias, essas não caem bem..."

Não páro de ouvir Três que é da Marina e do Antônio Cícero e que foi regravada pela voz boa de sempre da Calcanhotto. Não considero esse o melhor trabalho dela, mas com certeza essa é uma das coisas mais bacanas que ouvi nos últimos tempos. Esse momento é quase único! Não sei se eu que ando exigindo demais ou aconteceu algum tipo de entrave criativo na música popular brasileira.
Não tenho saco pra ouvir Ana Carolina cantando o seu lesbianismo. Nada contra, mas acho que o que ela faz na cama não é da minha conta e para mim ela não vai ser mais talentosa se gritar por aí dizendo que gosta de mulher, mas também acha excelente um homem. Fico aqui me perguntando: " E daí? E daí?". Fora minha desilusão musical, me compenso em outras áreas. Ando lendo mais o que eu acho maravilhoso. Adoro ler, mas às vezes fico tão sem clima e literatura é conquista, é desejo. Se não rolar...fecha o livro.
Voltei a flertar com o cinema, voltei por causa do teatro, mas isso é outra história. Na televisão, meu xodó é a novela das seis. A história é boa, o figurino está cuidadoso e Ana Paula Arósio é absurdamente linda.
No mais, minha vida anda bem, boas surpresas. Me sinto segura com um monte de coisas, talvez deixei de ser medrosa como há um ano, pelo menos. Tenho carinho, tenho amor e paixão. Saúde, graças a Deus!
"Eu quero tudo que há. O mundo e seu amor. Não quero ter que optar, quero poder partir, quero poder ficar. Poder fantasiar sem nexo e em qualquer lugar ...."

terça-feira, 29 de abril de 2008

Compras no shopping

Loja de CD ( sim , eu ainda compro cd´s)

Eu: Olá boa tarde! Já chegou o novo da Adriana Calcanhotto?
Vendedora1: Sim, temos o da Ana Carolina, o novo
Eu: Certo, mas o Maré da Adriana já chegou?
Vendedora1: Você já tem o da Ana Carolina?
Eu ( pacientemente): Sim, já tenho. O da Adriana ainda nada. Tem previsão?
Vendedora1~: Não, não temos, mas temos várias coletâneas
Eu: ... ( enquanto me volto para a prateleira e pego um da Roberta Sá). Neste momento, penso alto e verbalizo em hora errada: Poxa, como é mesmo o nome daquela outra cantora que apareceu na mesma época que a Roberta?
Vendedora 1( super descolada); Marisa Monte? Luíza Possi?
Eu ( já me tremendo todinha): Não, Mariana Ayddar, mas vou levar o da Roberta. Obrigada
Vendedora1: Ah tá junto com os dvd´s do Chico?
Eu: Do Chico? Cadê? Não, acho que não, só o cd mesmo. É pra presente. Obrigada (Pensando: Eu peguei no Chico? Onde ele tá?)

Loja de sapato;

Eu ( estava insistente): Oi, eu queria ver esse sapato aqui, número 36
Vendedora 2: 36? Só lá em cima. Tenho que ir buscar. Não serve o 35?
Eu: Olha eu acho que não serve não. Eu queria ver o verde e o lílas
Vendedora2: Vai aprovando o 35, enquanto eu vou buscar ( grande má vontade)
Eu: tá....( com doido a gente não discute, até obedece)
Vendedora2: Olha tá aqui ( vejo só o verde, enquanto ela muda de assunto). Poxa, essa chuva terrível, estou doida pra ir embora ver como ficou a história da menininha;
Eu: Chuva mesmo...( enquanto brigo com o sapato 35) Que menininha? ( pra quê fui perguntar...)
Vendedora 2: A Isabella, a chave que quebrou a cabeça dela, os pais iam fugir para Portugal. Menina, o mundo tá perdido. Tu viu a história do pai que abusou a filha por anos e tem seis filhos com ela? Ronaldo se envolveu com travestis. Outro dia eu vi um caso do pai que tinha muitos anos que não via a filha. Quando viu se apaixonou por ela. Tu tem que ajustar melhor esse sapato. É só puxar para regular a alça (visível irritação).
Eu: O mundo tá perdido mesmo. Acho que não é problema de regulagem, o 35 que é pequeno demais mesmo. Vou ver o 36. Não tem mesmo o lílas?
Vendedora2: Não ( preguiça evidente)
Eu: Ok, vou levar. Obrigada!

Poderia também contar minhas aventuras comprando calças. Quando peço 36 e as vendedoras me trazem sempre uma 34 e uma 38 que não vai servir. Em uma não passa no quadril e na outra é plenamente horroroso...mas, deixa pra outra ocasião pra ninguém pensar que eu sou neurótica e acho que as vendedoras me perseguem. Será?

sábado, 26 de abril de 2008

Vida Noturna

Talvez eu já não tenha mais o pique adolescente para ser empurrada, pisoteada e ter o cabelo destruído por fumaça de cigarros legalmente vendidos e afins. Ou então, eu seja anormal e não viva eternamente feliz, em clima de festa fashion. Não acho que eu tenha que ir a um show para encher minha cara e dizer que foi demais. Pelo contrário, vou quando gosto, quero assistir, olhar os detalhes. Enfim, ser feliz ao meu modo, sem desrespeitar as pessoas.
Acho realmente que sou diferente, tenho cólicas em dias de festa e fico extremamente irritada com mulheres em cima dos ombros de namorados, ficantes ou amantes. Pode ser o que for, mas não empate minha visão e nem passe seus cabelos nojentos no meu rosto, na tentativa de me tirar do lugar. Ah que vontade de bater!
Porra, não adianta gritar o nome do Zeca daqui, ele não vai ouvir e eu também não vou ouvir nada que ele tá cantando. Só tua voz esganiçada, desafinando e errando a letra ao meu ouvido.
Ele canta " Versos Perdidos". Eu adoro, mas enquanto curto o pedaço " Meu grande amor, de versos perdidos...." O grito continua ao meu ouvido. Não sabe a letra que tal ouvir?
Enfim, estou ficando velha!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

SENSORIAL ( Adélia Prado)

Obturação, é da amarela que eu ponho.
Pimenta e cravo,mastigo à boca nua e me regalo.
Amor, tem que falar meu bem,
me dar caixa de música de presente,
conhecer vários tons pra uma palavra só.
Espírito, se for de Deus, eu adoro,
se for de homem, eu testo com meus seis instrumentos.
Fico gostando ou perdôo.
Procuro sol, porque sou bicho de corpo.
Sombra terei depois, a mais fria.

sábado, 5 de abril de 2008

A benzedura e o padre

Fui batizada bem tarde, acho que aos seis anos. Isso talvez nao significasse muito para mim na época, ao menos escolhi os meus padrinhos e também pude acompanhar boas histórias da cerimônia. Não sei dizer ao certo o motivo do Padre que realizou a cerimônia ter se afeiçoado tanto a nossa família, mas no início isso era visto como uma grande vantagem pela minha mãe, católica fervorosa. Ele se ofereceu para abençoar a casa e, ela, lógicamente e aceitavelmente envaidecida, tratou de contar a boa novidade para as amigas da escola que ela trabalhava.
Desde que resolveu contar...se estabeleceu o drama em minha casa. Alguém disse a ela que o padre, toda vez que benzia uma casa, morria um membro da família. Mamãe, assustada, acreditou na versão e na relação do padre com as mortes. Vários personagens e situações foram ditas a ela e isso mudou o rumo dos fatos.
Toda vez que o telefone tocava, o medo se instalava na minha mãe e em mim...uma criança assustada e com medo da morte. Podia não ser o padre, mas o susto que o tilintar do telefone fazia, causava um nervoso imenso. E ele ligava também e muito: "Oh senhora, quando marco minha visita a sua casa", perguntava ele, para o desespero da minha mãe que rezava todos os dias para o sacerdote esquecer o telefone lá de casa. As preces foram atendidas. Pouco tempo depois, ficamos sabendo que ele voltou a morar na Itália, mamãe finge que esqueceu a história e eu continuei a fantasiar sobre morte e religião.
Depois do Padre, alguém me disse que os grandes matadores eram os membros da marçonaria, eles faziam um contrato com o homem da casa e davam dinheiro e tudo mais, depois cobravam uma prenda. A vida de quem abrisse a porta para o cara qquando ele fazia a visita no prazo determinado. Eu era criança e a morte era coisa muito simples e mística

terça-feira, 25 de março de 2008

Sim!
Não só tive uma noite de sono como poucas, como fui acordada ao som de Mart´Nalia


Você sabe de mim
Quando eu não tô afim
Quando eu só quero brincar
Não! Sim!
Mesmo que eu diga não
Você não me desdiz
Mas me chama atenção...

Vamos lavar
Toda a roupa suja
E mergulhar de cabeça
Nos armários da ilusão
Riscos vem à tona
E eu pareço um otário
Como você que é uma pedra
Em meu caminho...

Minha pedra preciosa
Minha preciosidade
Minha preciosa idade
Minha presa
Minha fé silenciosa
Meu atalho, meu destino
Minha pretinhosidade
Minha festa!...

segunda-feira, 24 de março de 2008

Noites insones

Ando com uma insônia terrivel que se reflete nas manchas escuras embaixo dos olhos e na minha cara amassada todas as manhãs. Penso em tudo, me irrito com os insetos noturnos que zunem nos meus ouvidos como serra elétrica. O calor é grande, não tem janela aberta que dê jeito. O pior de tudo que acordo com o nariz dando sinais de resfriado, talvez de ficar tanto tempo de frente para o ventilador
Vou a partir de hoje abandonar o café noturno e também pretendo diminuir minhas presenças na internet no período da noite. Quero só voltar a dormir, ter uma aparência mais saudável e deixar de me preocupar quando o relógio toca de manhã e eu só ter tirado um cochilo

sábado, 22 de março de 2008

Páscoa

Época para refletir sobre questões da religião, mas também a hora de deixar uma tal hipocrisia de lado e olhar para os lados com mais ternura. Respeitar os outros, se respeitar. Amar até perder o ar. Ter boa convivência.
Ah eu quero tanto abraçar o mundo, sem ter que pedir perdão. Sem provar quem eu sou pra ninguém e sem querer ou precisar que alguém cuide de mim. Ah seria tão bom que os abraços não viessem só em datas comemorativas, como natal, aniversário e o Feliz Páscoa tivesse um reconhecimento do que verdadeiramente aquela época representa. Isso é pra todo mundo.
Em todo caso. Feliz Páscoa para todo mundo!

domingo, 16 de março de 2008

Queridos...muito queridos!


Sempre achei as séries muito melhores que as novelas, mas quase nunca acompanho com grande intensidade. Acordo cedo, a exibição é tarde...mas não deixo de tentar. Várias boas produções estão na minha lista, para citar vamos de Anos Rebeldes, Hilda Furacão, Desejos...temos outras, mas minha memória fraqueja.

Pois bem, quando anunciou a nova série global Queridos Amigos, logo me chamou atenção a boa trilha sonora exibida nos comerciais. Aquelas pequenas entradas na programação, de certa forma, prendiam e despertavam curiosidade, principalmente, naqueles que gostam de música e tem uma pegada noveleira. Ok, eu admito!

Quando veio a estréia, nem pensei no bom elenco, minha justificativa estava mesmo na boa música e uma curiosidade grande sobre a década que eu nasci e ainda na meninice admirava ombreiras, brincos de acrílico e não entendia muito bem a tabela da Sunab, mas achava divertido a corrida por produtos nos supermercados, mas as canções era mesmo o que eu queria ouvir, lembrar e elas ainda mexem comigo, mas se tornaram pano de fundo para a minissérie. Logo no primeiro capítulo fui fisgada pela loucura do Léo ( Dan Sturbach) que está no fim e quer viver intensamente, em uma angústia de como se a vida estivesse escapando entre os dedos.

Denise Fraga nunca foi uma das minhas atrizes preferidas, mas está perfeita dando vida a torturada Bia. O tormento das lembranças da ditadura não deixam ninguém sair ileso em cada cena em que ela contracena com a mãe Iraci ( Fernanda Montenegro), mas o que dizer do Beni (Guilherme Weber), cínico e vadio, ele é ótimo. Não tem como não simpatizar.

Fora isso tem tantos outros bons atores que fica complicado citar um a um, mas posso dizer que estou entregue e não deixo de assistir por nada desse mundo. " Eu já estou com o pé nessa estrada, qualquer dia a gente se vê. Sei que nada será como antes..."

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

amor de Madalena

Oh! Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu...Fique certa
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra...Oh! MadalenaO que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide...
Até a lua
Se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco
Alegre ou triste...
Oh! Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu...
Fique certa
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra...
Oh! Madalena
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide...
Até a lua
Se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fracoAlegre ou triste...
Oh! Madalena!Oh! Madalena!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Leôncio, aquele cachorro!

Hoje quando passava os olhos pelos sites de notícia vi que o ator Rubens de Falco tinha falecido. Embora, ele tenha feito milhares de novelas só consigo lembrar da primeira versão de Escrava Isaura.
A primeira vez que a trama do " Lerê, Lerê" passou, foi no final da década de 70 e eu nem existia, mas ainda bem pequena vi reprises, acho que umas duas vezes. O Rubens de Falco fazia o vilão que maltratava a doce Isaura, vivida pela "atriz" Lucélia Santos. Lógico que eu morria de raiva dele, não pelo sofrimento da mocinha, mas estava tomando partido da minha avó Braunizia que creio que assistiu todas as reprises da novela desejando todo o mal do mundo para " O cachorro do Leôncio que fica maltratando a pobrezinha".
Essas frases eram ditas com tanta emoção, misturando ódio e pesar que não tinha como não criar uma pontinha de raiva do maldito também. A novela acabou, o ator fez outros papéis, Lucélia Santos continuou atuando pessimamente ( acho que agora ela desistiu), mas o Leôncio ficou para minha avó. Toda vez que o ator aparecia na televisão ou algum outro com as mesmas características ela dizia: " O que esse cachorro faz aí?"
Com o tempo, ele foi atuando menos, minha vó passou a ver menos televisão, a vista cansada e a vontade de dormir mais cedo a afastou das novelas, mas posso dizer que até os meus 11 anos de idade, o tempo que ela permaneceu aqui, presente em matéria ( sei que espiritualmente, esses laços não se encerram), se fosse questionada sobre quem era malvado. Certamente, na lista ela iria lembrar de " Leôncio, aquele cachorro!"

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Cheiro de postar...

Quando eu era criança diziam que era para eu tomar suco de carambola para curar meu mal dos rins, depois descobri que a tal fruta não faz tão bem assim, pelo contrário...dizem que faz um mal danado. Fazendo bem ou mal, o fato é que enjoei o sabor da bendita fruta.
Aos sete anos tive uma infecção nos rins meio grave e tomava o suco todas as horas de minha vida. Não me fez mal só não sinto mais o cheiro da carambola na minha vida que eu lembro de injeções, febres....
Acho que os momentos da nossa vida têm um cheiro especial. Minha infância, além da carambola, tinha cheiro de terra molhada, de queda (todo mundo já sentiu isso), óleo Johnson ( eu passava nos cabelos...uma rídicula). A adolescência, cheiro de descobertas e shampoo da Natura Símbios, os cabelos ficavam uma merda, mas era Natura. Ah tinha também o perfume Essencial ( não ouso usar hoje em dia). Alguém lembra do Kriska??
Hoje, cheiro de corrida com prazos, cansaço, Crazy, Thaty, Carolina Herrera, produtos da Kerastase nos cabelos, cheiro dos mil e um produtos para a pele. Cheiro de ansiedade, móveis novos, mofo de papéis antigos, cheiro do ar condicionado sujo...Tantos cheiros com cada lembrança ali cravada na memória. Só espero ter memória seletiva e esquecer os cheiros ruins e não enjoar dos ainda agradáveis

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Bem...

Sempre gostei muito de observar as pessoas, principalmente, os argumentos utilizados para justificar algo que deu errado. É rotineiro culpar alguém, simular supostas armações, perseguições. Por exemplo, as coisas não deram errado por falha ou incompetência, foi fulano que te entregou e beltrano te passou a perna. Muito simples delegar funções de culpa.
Tem também os de pessoas protetoras, daquelas que acham que o vizinho, o amigo, o namorado, o cachorro, o papagaio são seres muito fragéis e que precisam de carinho, zelo e apoio emocional. A vida de fulana é uma merda porque ela não sabe ou não consegue se defender sozinha. Fala sério, ninguém precisa de um Super Homem para defender a humanidade.
Da mesma forma, a vida não é uma novela com super vilões daqueles que maltratam as mocinhas ou roubam todo o dinheiro delas que ficam na pior, mas conseguem se reerguer depois de vender muito sanduíche na praia. Não, as coisas não funcionam assim.
Fracassos e vitórias são reflexos das suas ações e ninguém é tão covarde que não consegue viver. Ninguém é bonzinho, ninguém é de todo ruim, tudo na vida tem interesse. Se eu gosto de alguém, vou ser legal com ele, mas se eu não gostar ou não conhecer direito meu comportamento será diferente. Assim a gente vai vivendo, cada qual no seu cada qual. Eu não tenho a culpa exclusiva dos seus problemas e muito menos os meus problemas são só da culpa alheia. É só isso...

Dom de iludir
(Caetano Veloso)
Não me venha falar na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é
Não me olhe como se a polícia
Andasse atrás de mim
Cale a boca e não cale na boca
Notícia ruim
Você sabe explicar, você sabe entender
Tudo bem
Você está
Você é
Você faz
Você quer
Você tem
Você diz a verdade
A verdade é seu dom de iludir
Como pode querer que a mulher
Vá viver sem mentir

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Carnaval

Como meu hoje é ontem e meu amanhã é hoje ( quem trabalha em impresso, entende o que estou falando) meio que acelerei a semana e, praticamente, atropelei o carnaval. Aproveito os dias com filmes, livros e tá um frio tão bom que dá vontade de dormir.
Meio que perdi o pique de carnaval no circuito de rua, fiquei velha e maizena pouco me agrada...uso lentes de contato e só quem sabe como é doído aquilo nos olhos, entende o que estou falando. Fora isso, meu bem vai trabalhar e sem ele eu não vou sozinha. Não tem sentido, a aventura sozinha
Pelo fato de não curtir bebidas, fico apreensiva com multidões. Nunca se sabe qual é o momento que vou ter que correr e talvez eu ainda não tenha escolhido direito qual é a direção. Tenho medo da ( falta) de segurança e esse lance de carnaval da maranhensidade já encheu ( Pronto, falei!)
Para resolver o meu problema e acalentar meu descanso, resolvi locar uns filmes. Logo na entrada, um choque:
Cadê os filmes??
Justo a minha locadora da Cohab, filmes baratos e muita variedade resolveu se converter a indústria gospel??? Tenho nada contra a religião dos outros, mas ocupar mais da metade do acervo com Aline Barros e seus amigos é quase enlouquecedor.
Quem gostava de um terror bestinha à noite, pode desistir...Contra os príncipios da religião
Mesmo assim, loquei alguns
O Iluminado ( Tá bom, eu nunca tinha visto)
A Menina Santa ( religião e sexualidade, tenho certeza que enganou os donos da locadora com o nome angelical)
Toda Nudez Será Castigada ( adoro! Acredito que o nome também enrolou legal)
Machuca ( amizade no filme chileno-espanhol, Chile vive uma situação conturbada, em pleno governo de Salvador Alende)
Turistas( Ah, esse eu loquei por dois motivos. O primeiro porque é um suspense e nojentissimo e ainda estava lá nas prateleiras. Foi um protesto. Bem, o motivo dois era entender os motivos da polêmica do filme, rodado no Brasil e que tem trilha nacional, mas que nos trata como bandidos e nativos. Devo dizer que é uma merda...sem mais detalhes).
Entrego os filmes na quinta, vai dar pra trabalhar e ver nos outros dias de folga
abraços a todos e bom carnaval
Eu sei que é discurso bobo, mas vamos com calma. A violência atual exige cautela

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Grande Hotel (Wilson das Neves/Chico Buarque)

Vens ao meu quarto de hotel
Sem te anunciares sequer
Com certeza esqueceste que és
Que és uma senhora
Vejo-te andar de tailleur
Atravessando a novela
Sentes prazer em falar
De sentimentos de outrora

Deito-me no canapé
Não sem antes abrir a janela
E ver tuas palavras ao léu
Jogas conversa fora
Sabes que estive a teus pés
Sei que serás sempre aquela
Pretendes me complicar
Mas passou a nossa hora

Não me incomodo que fumes
Podes mesmo te servir à vontade do meu frigobar
Ou levar um um souvenir
Dispõe do meu telefone
Desejando, liga o interurbano pra qualquer lugar
E apaga a luz ao sair

Quando eu pensava em dormir
Tu chegas vestida de negro
Vens decidida a bulir
Com quem está posto em sossego
Entras com ares de atriz
Sabes que sou da platéia
Deves pensar que ando louco
Louco pra mudar de idéia, não?
Pensas que não sou feliz
Entras com roupa de estréia
Deves saber que ando louco
Louco pra mudar de idéia

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Da janela...

E outro dia estava indo para o trabalho. Acredito que era uma segunda-feira, desses dias que a gente acorda sem querer observar ninguém, mas passando ali pelo turbulento bairro do João Paulo meus olhos pararam em um vendedor de siriguelas. Não o observei como Ana fez ao avistar o cego no conte de Clarice, mas ele me chamou atenção.
Não era um simples vendedor de siriguelas que chegou a uma certa idade com um emprego informal. Infelizmente, uma realidade de nosso país.
Ele era triste, tinha ombros caídos e olhos tão melancólicos que não levantavam nem com os poucos clientes. Era como se ele estivesse recortado naquele cenário de cofos, caixas e café da manhã no tal "bike lanche" ou naquelas banquinhas de café, bolo ou cuscuz baiano na passagem de estudantes, vendedores, profissionais do comércio com suas inconfundiveis fardas amarelas, aquela confusão de frutas do conde, maçãs, pivetes roubando e guardas de trânsito estagiários causando engarrafamento. Nada daquilo era importante para ele, nem sei se algo ainda tinha lá sua importância.
Tentei comentar com a pessoa do lado, mas desisti. Cada um seguia com suas preocupações e tristezas pessoais, para quê fazer conspirações com problemas alheios? Para nada né
Sei que meus olhos acompanharam até um certo ponto quando não pude mais vê-lo e, com a confusão do dia, esqueci dessa imagem. Ela ficou aqui,guardada em algum ponto da minha cabeça e veio agora quando loguei oblog
Na verdade, ia escrever sobre aniversário e da minha fase pré-madura...mas fica para outra vez

sábado, 19 de janeiro de 2008

Sábado na tevê

Assistindo Altas Horas:
Bruna Lombardi, Bruna Surfistinha e Paulinho Vilhena (???)
Ok, a Lombardi foi lá falar do filme que parece ser bom, quando eu assistir, juro que comento. Ando meio sem tempo, tanta coisa acontecendo e eu sem dizer nadinha...Bem, o Vilhena foi sei lá fazer o quê, mas arriscava e, até se saiu bem, em algumas opiniões sobre cinema
Agora a Raquel Pacheco que colocou na cabeça que Bruna seria um bom nome para prostituta...eu não sei responder o motivo da sua participação
Gente, sem preconceitos, mas o que é Bruna Surfistinha sendo entrevistadas? Depois de três livros ( sim, ela finaliza o terceiro) e aposentada da profissão que diabos essa mulher ainda tem para contar? Acho que todas as dúvidas sobre as opções dessa moça e a história triste de bebida e de drogas, e muitos clientes, todo mundo sabe e não precisa ter lido todos os livros. Ninguém é ingênuo e informações fofocas a gente bem sabe onde encontrar, mas o que me chamou atenção é que parece que a história dela vai virar filme.
Alguém me explica qual relevância social disso? Já sei vão me falar das meninas de classe média que possuem um monte de coisa, mas por problemas de criação acabam entrando em um caminho sem volta e blá blá bla
Sinceramente, eu li algumas páginas do primeiro livro, não entendi as motivações dela para o sexo pago. Parecia mesmo fetiche e, sem falso moralismo, deu a impressão que, em muitos momentos, ela adiciona aos rituais de programas muitas pitadas de glamour, a grande maioria dos clientes eram limpinhos e delicados. Sexo é bom, pago e carinhoso parece legal...mas pura fantasia, essa moça nunca chorou arrependida? Essa profissão nunca foi cruel? A única coisa que fez ela largar a vida foi a paixão pelo rapaz lá? Eu duvido!
Será que a história da moça nas telas não terá o efeito contrário? Ao invés de levantar um assunto de alerta as famílias de classe média, estimular o diálogo com os filhos esse filme não dará a profissão, que não deve ser fácil, um tom de idolatria, maestria e se tornará a síndrome da cinderela burguesa pós-moderna?
Por favor, o assunto em livro já é mais que suficiente.