segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Felicidade


É isso mesmo! Acho válido planejar o futuro, mas não creio nessa fórmula perfeita da felicidade. Não é porquê casarei, terei filhos e uma vida confortável serei feliz no futuro. No futuro? Alguém me explica o motivo de esperar tanto, na vida me ensinaram que a felicidade está nas pequenas coisas, nos momentos de prazer e blá blá blá.
Toda lição de vida clichê prega esses príncipios de que a felicidade é agora, não entendo essa contradição, planos de felicidade futura. Acho que não devemos perder tempo nem planejando a felicidade e nem criando conflitos para que a vida se torne mais interessante.
Não entendo mesmo que motivos leva um ser humano a planejar confusões e desencontros amorosos. É, tem gente que gosta de sofrer por amor, acha bonito, poético. Bem, talvez renda boas canções ou bons poemas, mas eu prefiro mesmo a praticidade. Está tudo bem?! Então, beleza!
Desde os doze anos, parei de ver a vida como um romance de banca de revista ou como a novela das seis, ou ainda como as séries norte-americanas. Apesar de achar que alguns episódios da minha vida, bem que poderiam ser divididos em temporadas...
Mas é isso, a vida tá aí, quem sabe no sorriso de uma criança ou no cheiro dos cabelos da mulher que te atrai esteja escondida a tal felicidade. Viva a minha esperança clichê

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O Anônimo (Ignácio de Loyola Brandão)

Se alguém me matasse. Se eu fosse abatido a tiros por uma amante, pelo marido de uma de minhas amantes, por um neurótico pela fama, por um serial killer americano que tivesse vindo ao Brasil, pelo engano de um traficante, por um assaltante num cruzamento, por uma das milhares de balas perdidas que cruzam a cidade, por uma dessas motos enraivecidas que alucinam o transito, por um colega de profissão inconformado com a minha fama. Se morresse em uma inundação, atingido por um raio ou por um arvore derrubada por um vendaval. Por um remédio com data vencida, por uma comida estragada. Uma tragédia noticiada por toda a mídia, alimentada e realimentada, provocando manchetes vorazes, devoradas com prazer pelo publico e construindo a minha legenda. Melhor que fosse algo misterioso. O noticiário duraria mais tempo, o caso seria revisto por curiosos dispostos a desvendar enigmas. Provocar a necessidade de uma autopsia, de exumação. Ser o enigma do século seria a minha gloria. Se eu tivesse essa certeza, não me incomodaria de estar morto.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Sintomas de uma paixão

Comigo é assim:
Ficar olhando não basta. Vou logo precipitando borrasca e estrela.
Que se cuide o olhar alheio quando olho com o corpo inteiro, porque alojo fácil, peço café e pijama, e fico pastando com esse olhar de boi manso no breve espaço da cama

( Limitações do Flerte- Affonso Romano de Sant´anna)

Como quase todo mundo sabe, estou fazendo a cobertura da 1ª Feira do Livro de São Luís, o trabalho aumentou, mas estou adorando o ambiente. Sinto-me em casa naquele cenário de livros imensos...me delicio entre estandes e vendo palestras. Gosto de literatura talvez pela minha timidez na infância os livros começaram a preencher as minhas estantes e por causa deles, consigo me virar bem com vários assuntos, talvez por isso gostei tanto de fazer a cobertura do evento. Ninguém aqui em casa vai falar que estou charlando na Feira do Livro, estou lá a trabalho que inclui também o meu lazer.
Sábado estava cansada. Era plantão, dia de aula e na minha pauta tinha a palestra do Affonso Romano de Sant´anna. Conhecia suas crônicas, mas pouco da poesia.
Cheguei lá e logo necessitei comprar um livro do autor de poesia. Pois bem, a palestra começou e eu atenta para a matéria e de repente me chapei...Gente, onde eu estava que não lia as poesias do cara?
Hoje vi o Scliar e também me precipitei a comprar um livro que não conhecia, mas fui barrada pelo bolso...tinha esquecido o dinheiro em casa. Daqui para sábado, dia do encerramento, terei comprado o que eu puder, estarei cansada...mas com certeza feliz e com a certeza de que aprendi muito...muito mais.

sábado, 20 de outubro de 2007

Olhos

Ah esse olhos que confundem que não me deixa perceber se esse olhar é de indiferença, raiva ou desejo.
Negros olhos, grandes olhos que não sei se olham para mim, mas nos quais percebo meu reflexo . Não sei se é bom ou ruim, me vejo turva e brilhante.
Como se mesmo com uma tristeza fina eu pudesse me posicionar.
Nesse meio termo, nesse furacão dos olhos vibrantes e sem desmaios
Os olhos sempre dizem
Mesmo o que a gente insiste em não dizer

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A loucura...

Todos os dias passamos por lá, quase todo mundo sempre passa por ali no Anel Viário e olha aquele homem sob o sol quente vestido de fiscal de ônibus e como se trabalhasse, fiscaliza...até faz multas imaginárias.
A gente sabe que ele precisa de ajuda, mas ninguém faz nada. Nunca alguém quis saber o porquê dessa fixação por empresas de ônibus. Será que já trabalhou em alguma antes do transtorno mental?
Ele não é ator, não tá ali para ganhar um trocado no sinal. Ele leva a sério aquela situação, está esquecido lá, preso nas obrigações do universo que criou, não se importa com os sorrisos a sua volta, nem com a grana que não chega no final do mês...
Bem, não acho que seja um assunto engraçadinho, realmente me entristece ao ouvir gargalhadas de adultos. Não tem graça nenhuma, aquele homem precisa de ajuda. Se não pudemos ajudar, não podemos esquecer que ninguém está livre de um transtorno mental. Se enlouquece por tudo, por dinheiro, por amor, por bebida, falta de sexo, excesso de drogas, encosto...Cada qual tem seu motivo e ninguém está livre de suas perseguições...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Estrelas ( Adriana Calcanhotto)

Estrelas
Para mim
Para mim
Estrelas
São para mim
Estrelas para mim
Estrelas
Estrelas
Para quê?
Para quê?
Para quê?
Estrelas para mim
Só para mim
Para mim
Para mim
Para mim
E a treva entre as estrelas
Só para mim

Música para embalar minha dor de dente

domingo, 7 de outubro de 2007

De Mais Ninguém

( Arnaldo Antunes e Marisa Monte)


Se ela me deixou, a dor,
É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dó
Eu tenho a minha dor
Se ela preferiu ficar sozinha,
Ou já tem um outro bem
Se ela me deixou,
A dor é minha,
A dor é de quem tem

O meu trofeu foi o que restou
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor
A sala, o quarto,
A casa está vazia.
A cozinha, o corredor.
Se nos meus braços,
Ela não se aninha,
A dor é minha, a dor.

Se ela me deixou, a dor,
É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dó
Eu tenho a minha dor
Se ela preferiu ficar sozinha,
Ou já tem um outro bem
Se ela me deixou,
A dor é minha,
A dor é de quem tem

É o meu lençol, é o cobertor
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor
A sala, o quarto,
A casa está vazia.
A cozinha, o corredor.
Se nos meus braços,
Ela não se aninha,
A dor é minha, a dor.

sábado, 6 de outubro de 2007

Amigos estão em toda a parte


Acordei hoje com a grata surpresa. Enfim, chegou o CD da Benzeno. Desde que o Bruno falou que tinha mandado, a minha vida foi esperar pelo carteiro e aí a greve atrapalhou um bocado, mas chegou e qual foi a minha surpresa, um trabalho bonito e de muita qualidade, com a arte gráfica assinada pelo fotógrafo e designer Antonio Cesar. Prometo escrever depois com mais detalhes sobre a obra em si, mas hoje quero falar sobreo Bruno.
A gente se conhece tem tempos...na era dourada do Mirc e desde então não nos largamos mais, trocamos telefones, mas pouco ligamos. O fato é que lembro quando o Bruno entrou para a Benzeno, na fase de masterização e finalização do CD.
Ele também sabe muito de mim, não sabe tudo, mas,às vezes parece que sim. Quando vi o pacote, poxa foi algo tão significativo. É sinal de que para ser amigo, para confiar em alguém ele não precisa está perto, não é preciso ligar todo dia para que uma amizade seja sólida e caiba no coração.

PS: Aproveitando esse clima de amizade e de CD, Zema obrigada pelo CD do Bruno Batista. Amei tb!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Sentidos

Outro dia estava pensando sobre o sentido em ter um blog, hoje em dia virou a sensação. Bem, eu cultivo o hábito de postar desde quando a prática era febre de adolescentes. Já tive incontáveis experiências com servidores e agora acho que vou parar no blogspot. Assim espero.
Não pretendo remanejar meus poucos leitores para um novo espaço e o que me resta talvez não restará nada..Certa vez aqui já disse que nunca tive a intenção de ser a polêmica e nem me revelar com um ego maior que a minha barriga, fazer críticas mal fundamentadas a tradições, políticas...enfim. Nada disso passa na minha cabeça na hora de escrever aqui.
Sou de escrita simples, de assuntos cotidianos e, as vezes, infantis ou engraçados. Sou daquelas que observa as pessoas na rua, sente-se feliz com o sorriso de uma criança e se estressa com tarados urbanos que insistem em frequentar ônibus lotado para se esfregar em moças indefesas. Não quero provar nada para ninguém,nem quero viver minha vida para isso, escrevo sobre mim, você e a vida que vamos levando, com situações que encontramos a cada esquina. Cada dia um fato me revela, me mostra e me faz chegar mais perto de quem me ler...eu só acho isso bacana

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A meu bem

sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor
pois se eu me comovia vendo você pois se eu acordava
no meio da noite só pra ver você dormindo meu deus
como você me doía vezenquando eu vou ficar esperando
você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma
praça então os meus braços não vão ser suficientes para
abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta coisa
que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você
sem dizer nada só olhando olhando e pensando meu deus
ah meu deus como você me dói vezenquando
( Harriett- Caio Fernando Abreu)

Tirando a minha paixão declarada pela obra de Caio Fernando Abreu, esse post é para falar especialmente sobre as dores do mundo, sobre como algumas pessoas são doídas para a gente ou como doemos para alguém. Todo mundo já sentiu uma dor fina por alguém, seja por desprezo ao amor ou por desconfiança ( essa parte dói bastante). Acontece em todas as relações nesse mundo tão complexo. Até os mais lindos e sólidos casos de amor parecem desmanchar feito confeite de bolo...o que não podemos é deixar que o recheio se perca, que acabe o colorido da festa, dos balões do aniversário infantil.
Cores sempre lembram a minha infância, onde tudo doía menos, onde tudo era com cheiro bom de terra molhada e também do material emborrachado das minhas barbies...eu ficava ali guardando na memória cada perfume para lembrar no futuro. Hoje não sei se a cor é um detalhe, mas tudo que eu quero e vou fazer é te esperar em um banco de praça e não me importar se os dias a nossa volta teimam em ser cinzentos