sábado, 29 de dezembro de 2007

Breve Retrospectiva

Bem, chega o fim do ano e a gente começa a fazer planos e planos para o ano que vem. Alguns realizamos, outros não e também tem aqueles que se perdem no caminho, deixam de ter sentido com o passar dos dias, no desenrolar do filme. Pessoas vem e vão, algumas deixam em nós algo de bonito, especial que mesmo elas nos deixando pelo caminho serão lembradas por bons tempos. Outras revelam tantos defeitos que chegamos a pensar: Nossa senhora, como foi possivel a nossa amizade por tanto tempo?!
Mas a vida é assim, o mundo quer se revelar em várias situações. Nem sempre percebemos, mas nossa vida vai ganhando formas diferentes do que a gente pensou.
Sobre isso tem 2007, entre dor e delícia tive um ano bom. Lágrimas lavaram mágoas e demonstraram dor. Carinhos mostraram grandes amigos e nem tantos assim. Polêmicas opinativas e grandes admirados como fontes. Pode ser besteira para você, caro leitor que não comenta, mas para mim teve uma importancia incrível ter o Nando Reis ligando para a minha casa, o Moska conversando comigo no show, o Paulinho Pedra Azul agradecendo uma matéria no Teatro Arthur Azevedo lotado ( infelizmente, eu não estava lá). Sem esquecer dos meus autores Ignácio Loyola de Brandão, Affonso Romano de Sant´Anna, Moacir Sclyar e o sempre simpático Ariano Suassuna.
Ah e o que dizer do Guinga e da minha bela conversa com o Francis Hime ( que delicadeza!)
Ah 2007 também foi importante para a minha carreira de repórter espacial, meu foguete finalmente foi lançado. Sim, depois de um mês de envolvimento o foguete passou a ser meu também. Descobri tanta coisa do Centro de Lançamento que me fez tomar paixão pelo Programa Espacial e isso só aumentou meu interesse.
Vi bons shows: Moska, Caetano, Nando Reis, Jorge Vercilo, Roberto Carlos, Marina Lima, Claudio Lima e Bruno Batista, Nando Cordel...nossa tanta gente.
Conheci vozes novas como Simona Talma, Benzeno
Tanta coisa que nao caberá em um post

domingo, 23 de dezembro de 2007

Pedidos...

Que ninguém venha me cheirar só porque é Natal e que eu possa celebrar com meus amigos de todo dia. Aqueles que estão distantes geograficamente mas que são realmente de amizades sinceras. Que quando a gente se encontrar será como se não existisse tal separação.
E que as pessoas que passaram o ano inteiro me chutando e falando demais, pedindo por um processo não me venham com carinhos...O Natal não é momento disso.
Que todas as pessoas especiais para mim sejam abençoadas por Deus

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

O Natal vem vindo

Desde que o mês de dezembro começa, é inevitável os planos para a festa de natal e todos os muitos planos para 2008, que de tantos, talvez fiquem até para 2009. Enfim, o mês vai passando e na correria dos dias você se surpreende que mesmo com tantos planos deixou tudo para cima da hora.
Eu tenho alguns eventos de fim de ano que para mim são as prévias natalinas. O Prêmio Universidade FM e o show de Roberto Carlos na televisão não podem deixar de existir. Senão não é Natal. Fora isso, sempre tem uma formatura, um aniversário, um casamento. Minha irmã se casou dia 21 de dezembro e eu acho que casar em dezembro é desperdício de festa. Não casaria em dezembro, mas adoro ir às festas.
Ah, o tempo nublado é tão triste e tão bonito, mas hoje vi algo bem capitalista natalino, mas eu achei fantástico. Uma carreata de caminhões vermelhos e luminosos da Coca- Cola e na frente o papai noel acenando. " O natal vem vindo, vem vindo o natal..."

Capitalismo ou não, a magia natalina está em pequenas coisas até no desfile vermelho dos refrigerantes

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O sol nosso de cada dia

O ano foi de sol e chuva, em alguns momentos, percebi que os raios solares traziam um pouco de alegria mesmo com a força de uma tempestade muito ruim. O mês de janeiro foi assim, notícias boas e ruins e, ao mesmo tempo. Precisei administrar para que os pingos não me magoassem tanto, mas logo essa chuva secou.
Temporal que eu não irei esquecer foi aquele no fim do mês de maio que levou no vento meu querido tio. Era uma chuva esperada, desde que eu era criança ele seguia em direção a tempestade. Não sei se a morte dele ´foi do alcoolismo ou a falta de amor...Não cabe a mim avaliar. O mês de junho, as coisas melhoraram. Aliás, o sol voltou a brilhar tão bonito na segunda metade do ano e isso só me faz ter mais expectativa ao que vai entrar. Que vai chegar sorrateiro, cheio de chuvas, sol, ventanias e muitas surpresas. Não queria dizer que estou ansiosa, mas estou e muito...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Explicação de não-amizade ou...

... Não enche que eu não sou igual a você. Mala!


Eu não sou da sua rua,
Eu não sou o seu vizinho,
Eu moro muito longe, sozinho.
Estou aqui de passagem.
Eu não sou da sua rua,
Eu não falo a sua língua,
Minha vida é diferente da sua.
Estou aqui de passagem.
Esse mundo não é meu,
Esse mundo não é seu.


Eu Não Sou da Sua Rua
(Arnaldo Antunes / Branco Mello)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Músicas para ouvir ( antes mesmo de nascer)

Já pararam para pensar como é linda a música popular brasileira. Hoje, assim de memória, fiz uma listinha de músicas que não podemos passar a vida sem conhecer. Alguns compositores são indispensáveis, fazem um bem ...
Bem, na minha listinha, algumas canções já são previsivéis para quem me conhece. Na verdade, são tantas...
Antes de começar a escrever eu tinha uma lista enorme pra postar no blog. Penso mesmo em escrever sobre cada uma que eu gosto tanto, mas antes preciso organizá-las...
Por hora, vou colocar a letra de Catavento e Girassol. Essa música é primorosa, gosto desde os meus 16 anos...lembro que escrevi a letra em uma agenda rosa ( sim, eu sou rídicula). Enfim, a letra do Blanc eu gostaria de ter escrito e a melodia do Guinga e a interpretação de Leila Pinheiro ( versão mais conhecida), ficou perfeita!
Essa letra do Aldir foi feita para o Guinga para ilustrar a relação dele com a esposa. O Guinga me disse em entrevista, eu sempre quis saber o que motivou uma letra tão bonita. Perguntei para matar minha curiosidade mesmo

Catavento e girassol
(Guinga e Aldir Blanc)
Meu catavento tem dentro
O que há do lado de fora do teu girassol
Entre o escancaro e o contido
Eu te pedi sustenido
E você riu bemol
Você só pensa no espaço
Eu exigi duração
Eu sou um gato de subúrbio
Você é litorânea
Quando eu respeito os sinais
Vejo você de patins
Vindo na contra-mão
Mas, quando ataco de macho
Você se faz de capacho
E não quer confusão
Nenhum dos dois se entrega
Nós não ouvimos conselho:Eu sou você que se vai
No sumidouro do espelho
Eu sou do Engenho de Dentro
E você vive no vento do Arpoador
Eu tenho um jeito arredio
E você é expansiva(o inseto e a flor)
Um torce pra Mia Farrow
O outro é Woody Allen...
Quando assovio uma seresta
Você dança, havaiana
Eu vou de tênis e jeans
Encontro você demais:Scarpin, soirée
Quando o pau quebra na esquina
Você ataca de fina
E me ofende em inglês:É fuck you, bate-bronha
E ninguém mete o bedelho:Você sou eu que me vou
No sumidouro do espelho
A paz é feita no motel
De alma lavada e passada
Pra descobrir logo depois
Que não serviu pra nada
Nos dias de carnaval
Aumentam os desenganos:Você vai pra Parati
E eu pro Cacique de Ramos
Meu catavento tem dentro
O vento escancarado do Arpoador
Teu girassol tem de fora
O escondido do Engenho de Dentro da flor
Eu sinto muita saudade
Você é contemporânea
Eu penso em tudo quanto faço
Você é tão espontânea!
Sei que um depende do outro
Só pra ser diferente
Pra se completar
Sei que um se afasta do outro
No sufoco somente pra se aproximar
Cê tem um jeito verde de ser
E eu sou mais vermelho
Mas os dois juntos se vão
No sumidouro do espelho

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Músicas e lembranças

Para quem tem uma vida de trilha sonora, " as paixões passam, as canções ficam..." Resta mesmo é saber como elas seguem depois de um fim de uma etapa, qual o significado dos poemas, das canções que registram uma vida cheia de ilusões, amores em vão.
A vida é assim, cheia de músicas e histórias. Lembro que quando era criança eu gostava de ouvir minha vó cantando. Eu cresci, minha vó não está mais neste plano, mas as canções ficaram e, vez ou outra, me vejo cantarolando. Lembrando da minha meninice, daquele cheiro de terra molhada nas regadas intermináveis das plantas naqueles finais da tarde com o céu rosa...tudo antes de apontar a primeira estrela, quando eu ia fazer um pedido ( Geralmente, para não crescer), e minha´vó Braunizia, cansava de assistir as três pirralhas histéricas que passavam a tarde correndo e ia deitar. Às seis da tarde " quando a lancha apitou e deu um sinal de partida, quando meu bem viajou"...
Tinha também músicas para quem queria sair por cima de um relacionamento, minha vó cantava sempre para mim ( fiquei meio vingativa por isso, rsrs). Não lembro toda e não tenho a mínima idéia de quem seja, mas escrevo um trecho:
Aquelas cartas que te dei tremendo
Aquelas cartas que te dei, enfim..
Despedaçadas quero elas todas
PorDeus te peço, esqueças de mim
Oh anjo ingrato, vivo iludida
Por outra amante queres me deixar
Ainda espero ver-te arrependido
Chorando, em prantos, sem poder me amar

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Sem você

(Arnaldo Antunes / Carlinhos Brown - 1998)

pra onde eu vou agora livre mas sem você?
pra onde ir o que fazer como eu vou viver?
eu gosto de ficar sómas gosto mais de você
eu gosto da luz do sol, mas chove sempre agora
sem você
sem você sem você sem você
às vezes acredito em mim, mas às vezes não
às vezes tiro o meu destino da minha mão
talvez eu corte o cabelo talvez eu fique feliz
talvez eu perca a cabeça
talvez esqueça e cresça
sem você
sem você sem você sem você
talvez precise de colchão,
talvez baste o chão
talvez no vigésimo andar,
talvez no porão
talvez eu mate o que fui
talvez imite o que sou
talvez eu tema o que vem
talvez te ame ainda
sem você
sem você sem você sem você

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

saudades

Outro dia li um e-mail que escrevi tem uns três anos sobre saudades. Na época escrevi que o tal sentimento era a dor de não saber, não era só está ausente era deixar de incomodar...de fazer efeito para alguém. Enfim, o lance de deixar de existir, morrer para alguém.
É, pode ser, mas acho que fiz um bocado de drama ou, hoje em dia, estou menos radical.
Saudade para mim também se traduz em boas lembranças.
O cheiro de terra molhada, aquele perfume que você usava quando entrou na faculdade aquela música que você não parava de ouvir na época do resultado do vestibular( " Tenho que pegar, tenho que pegar essa criatura...").
Enfim, saudade não é só dor, mesmo que alguém tenha partido serão bonitas as lembranças, só se sente falta quando alguma coisa foi especial. Elas podem ir, mas sempre deixam com você alguma coisa, um conselho, um costume, algo que vai ficar contigo...talvez para sempre ou se vá na próxima esquina. A vida é feita de detalhes e alguns sempre ficam na lembrança, espero que eu esteja conseguindo deixar bons detalhes pelo caminho

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Opiniões em blog

De vez em quando é importante ler o texto, ver a novela ou assistir ao filme antes de colocar a opinião. Falo isso, apesar de meter o bedelho em muitos assuntos que não conheço em sua completude, mas admito que sou uma moça muito esforçada para não ser incoerente e nem preconceituosa ( tudo bem que alguns temas eu não conheço, não quero conhecer e não gosto...que o diga os pagodes), mas é tão bom para o autor ouvir críticas sobre aquilo que escreveu, falou, cantou...enfim, coisas boas ou ruins.
Estou falando isso, caros amigos, para pedir a gentileza que os comentários sejam relacionados ao que eu escrevi neste blog. Adoro comentários, mas os prefiro quando dá pra saber que a pessoa parou por aqui e ficou o mínimo de cinco minutos lendo as minhas baboseiras e não só clicou nos comentários para escrever sobre outros assuntos que aqui não estou minimizando a importância.
Pois bem...era isto

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Quem cuida da gente??

Hoje vi no noticiário dois casos de violência sexual contra crianças. Ontem vi no jornal que aumento em São Luís agressões contra homossexuais, travestis, as mulheres continuam sendo agredidas e reprimidas, mesmo com a Lei Maria da Penha que já pode ser considerada uma grande conquista. Outro dia ouvi uma música que dizia que " bater em mulher é onda de otário, não gosta do artigo, sái logo do armário", quem dera que as coisas fossem tão simples, que o problema estivesse ligado apenas a questão de preferências sexuais.
A violência é geral e não só um problema de falha de segurança. Os seres humanos realmente embruteceram e pegar alguém na marra e forçar a fazer sexo, pode ser justificada com a frase de que estava sob efeito de álcool e a vítima uma criança de seis anos, pareceu provocar. É díficil ouvir isso sem sentir um soco no estômago. Os religiosos são criminosos e algumas vítimas se apoiam em distúrbios como pedofilia para extorquir quem se submete a isso por causa de um desejo proibido como no caso do Pe. Lancelotti. Aliás, esse assunto ainda não desceu bem na minha cabeça, realmente não sei mesmo de quem é a culpa e nem posso afirmar que houve o ato sexual, mas houve chantagem e, possivelmente, muitas ameaças.
Não pode ser aceitável uma mulher ser espancada na rua porque a confundiram com uma prostituta. O que faz das prostitutas menos mulheres ou menos humanas que as outras pessoas? Por que a porra das diferenças sociais serve ainda paradefinir graus de humanidade das pessoas. E depois dizem que considerar pessoas sem alma pela cor da pele é coisa do passado. Não é não. Vivemos isso todos os dias, de forma mais velada. Nem todo mundo percebe, mas o problema está aí.
Não quero aqui levantar bandeira do " Cansei", mas acho que tá na hora de fazer alguma coisa

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Felicidade


É isso mesmo! Acho válido planejar o futuro, mas não creio nessa fórmula perfeita da felicidade. Não é porquê casarei, terei filhos e uma vida confortável serei feliz no futuro. No futuro? Alguém me explica o motivo de esperar tanto, na vida me ensinaram que a felicidade está nas pequenas coisas, nos momentos de prazer e blá blá blá.
Toda lição de vida clichê prega esses príncipios de que a felicidade é agora, não entendo essa contradição, planos de felicidade futura. Acho que não devemos perder tempo nem planejando a felicidade e nem criando conflitos para que a vida se torne mais interessante.
Não entendo mesmo que motivos leva um ser humano a planejar confusões e desencontros amorosos. É, tem gente que gosta de sofrer por amor, acha bonito, poético. Bem, talvez renda boas canções ou bons poemas, mas eu prefiro mesmo a praticidade. Está tudo bem?! Então, beleza!
Desde os doze anos, parei de ver a vida como um romance de banca de revista ou como a novela das seis, ou ainda como as séries norte-americanas. Apesar de achar que alguns episódios da minha vida, bem que poderiam ser divididos em temporadas...
Mas é isso, a vida tá aí, quem sabe no sorriso de uma criança ou no cheiro dos cabelos da mulher que te atrai esteja escondida a tal felicidade. Viva a minha esperança clichê

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O Anônimo (Ignácio de Loyola Brandão)

Se alguém me matasse. Se eu fosse abatido a tiros por uma amante, pelo marido de uma de minhas amantes, por um neurótico pela fama, por um serial killer americano que tivesse vindo ao Brasil, pelo engano de um traficante, por um assaltante num cruzamento, por uma das milhares de balas perdidas que cruzam a cidade, por uma dessas motos enraivecidas que alucinam o transito, por um colega de profissão inconformado com a minha fama. Se morresse em uma inundação, atingido por um raio ou por um arvore derrubada por um vendaval. Por um remédio com data vencida, por uma comida estragada. Uma tragédia noticiada por toda a mídia, alimentada e realimentada, provocando manchetes vorazes, devoradas com prazer pelo publico e construindo a minha legenda. Melhor que fosse algo misterioso. O noticiário duraria mais tempo, o caso seria revisto por curiosos dispostos a desvendar enigmas. Provocar a necessidade de uma autopsia, de exumação. Ser o enigma do século seria a minha gloria. Se eu tivesse essa certeza, não me incomodaria de estar morto.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Sintomas de uma paixão

Comigo é assim:
Ficar olhando não basta. Vou logo precipitando borrasca e estrela.
Que se cuide o olhar alheio quando olho com o corpo inteiro, porque alojo fácil, peço café e pijama, e fico pastando com esse olhar de boi manso no breve espaço da cama

( Limitações do Flerte- Affonso Romano de Sant´anna)

Como quase todo mundo sabe, estou fazendo a cobertura da 1ª Feira do Livro de São Luís, o trabalho aumentou, mas estou adorando o ambiente. Sinto-me em casa naquele cenário de livros imensos...me delicio entre estandes e vendo palestras. Gosto de literatura talvez pela minha timidez na infância os livros começaram a preencher as minhas estantes e por causa deles, consigo me virar bem com vários assuntos, talvez por isso gostei tanto de fazer a cobertura do evento. Ninguém aqui em casa vai falar que estou charlando na Feira do Livro, estou lá a trabalho que inclui também o meu lazer.
Sábado estava cansada. Era plantão, dia de aula e na minha pauta tinha a palestra do Affonso Romano de Sant´anna. Conhecia suas crônicas, mas pouco da poesia.
Cheguei lá e logo necessitei comprar um livro do autor de poesia. Pois bem, a palestra começou e eu atenta para a matéria e de repente me chapei...Gente, onde eu estava que não lia as poesias do cara?
Hoje vi o Scliar e também me precipitei a comprar um livro que não conhecia, mas fui barrada pelo bolso...tinha esquecido o dinheiro em casa. Daqui para sábado, dia do encerramento, terei comprado o que eu puder, estarei cansada...mas com certeza feliz e com a certeza de que aprendi muito...muito mais.

sábado, 20 de outubro de 2007

Olhos

Ah esse olhos que confundem que não me deixa perceber se esse olhar é de indiferença, raiva ou desejo.
Negros olhos, grandes olhos que não sei se olham para mim, mas nos quais percebo meu reflexo . Não sei se é bom ou ruim, me vejo turva e brilhante.
Como se mesmo com uma tristeza fina eu pudesse me posicionar.
Nesse meio termo, nesse furacão dos olhos vibrantes e sem desmaios
Os olhos sempre dizem
Mesmo o que a gente insiste em não dizer

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A loucura...

Todos os dias passamos por lá, quase todo mundo sempre passa por ali no Anel Viário e olha aquele homem sob o sol quente vestido de fiscal de ônibus e como se trabalhasse, fiscaliza...até faz multas imaginárias.
A gente sabe que ele precisa de ajuda, mas ninguém faz nada. Nunca alguém quis saber o porquê dessa fixação por empresas de ônibus. Será que já trabalhou em alguma antes do transtorno mental?
Ele não é ator, não tá ali para ganhar um trocado no sinal. Ele leva a sério aquela situação, está esquecido lá, preso nas obrigações do universo que criou, não se importa com os sorrisos a sua volta, nem com a grana que não chega no final do mês...
Bem, não acho que seja um assunto engraçadinho, realmente me entristece ao ouvir gargalhadas de adultos. Não tem graça nenhuma, aquele homem precisa de ajuda. Se não pudemos ajudar, não podemos esquecer que ninguém está livre de um transtorno mental. Se enlouquece por tudo, por dinheiro, por amor, por bebida, falta de sexo, excesso de drogas, encosto...Cada qual tem seu motivo e ninguém está livre de suas perseguições...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Estrelas ( Adriana Calcanhotto)

Estrelas
Para mim
Para mim
Estrelas
São para mim
Estrelas para mim
Estrelas
Estrelas
Para quê?
Para quê?
Para quê?
Estrelas para mim
Só para mim
Para mim
Para mim
Para mim
E a treva entre as estrelas
Só para mim

Música para embalar minha dor de dente

domingo, 7 de outubro de 2007

De Mais Ninguém

( Arnaldo Antunes e Marisa Monte)


Se ela me deixou, a dor,
É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dó
Eu tenho a minha dor
Se ela preferiu ficar sozinha,
Ou já tem um outro bem
Se ela me deixou,
A dor é minha,
A dor é de quem tem

O meu trofeu foi o que restou
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor
A sala, o quarto,
A casa está vazia.
A cozinha, o corredor.
Se nos meus braços,
Ela não se aninha,
A dor é minha, a dor.

Se ela me deixou, a dor,
É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dó
Eu tenho a minha dor
Se ela preferiu ficar sozinha,
Ou já tem um outro bem
Se ela me deixou,
A dor é minha,
A dor é de quem tem

É o meu lençol, é o cobertor
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor
A sala, o quarto,
A casa está vazia.
A cozinha, o corredor.
Se nos meus braços,
Ela não se aninha,
A dor é minha, a dor.

sábado, 6 de outubro de 2007

Amigos estão em toda a parte


Acordei hoje com a grata surpresa. Enfim, chegou o CD da Benzeno. Desde que o Bruno falou que tinha mandado, a minha vida foi esperar pelo carteiro e aí a greve atrapalhou um bocado, mas chegou e qual foi a minha surpresa, um trabalho bonito e de muita qualidade, com a arte gráfica assinada pelo fotógrafo e designer Antonio Cesar. Prometo escrever depois com mais detalhes sobre a obra em si, mas hoje quero falar sobreo Bruno.
A gente se conhece tem tempos...na era dourada do Mirc e desde então não nos largamos mais, trocamos telefones, mas pouco ligamos. O fato é que lembro quando o Bruno entrou para a Benzeno, na fase de masterização e finalização do CD.
Ele também sabe muito de mim, não sabe tudo, mas,às vezes parece que sim. Quando vi o pacote, poxa foi algo tão significativo. É sinal de que para ser amigo, para confiar em alguém ele não precisa está perto, não é preciso ligar todo dia para que uma amizade seja sólida e caiba no coração.

PS: Aproveitando esse clima de amizade e de CD, Zema obrigada pelo CD do Bruno Batista. Amei tb!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Sentidos

Outro dia estava pensando sobre o sentido em ter um blog, hoje em dia virou a sensação. Bem, eu cultivo o hábito de postar desde quando a prática era febre de adolescentes. Já tive incontáveis experiências com servidores e agora acho que vou parar no blogspot. Assim espero.
Não pretendo remanejar meus poucos leitores para um novo espaço e o que me resta talvez não restará nada..Certa vez aqui já disse que nunca tive a intenção de ser a polêmica e nem me revelar com um ego maior que a minha barriga, fazer críticas mal fundamentadas a tradições, políticas...enfim. Nada disso passa na minha cabeça na hora de escrever aqui.
Sou de escrita simples, de assuntos cotidianos e, as vezes, infantis ou engraçados. Sou daquelas que observa as pessoas na rua, sente-se feliz com o sorriso de uma criança e se estressa com tarados urbanos que insistem em frequentar ônibus lotado para se esfregar em moças indefesas. Não quero provar nada para ninguém,nem quero viver minha vida para isso, escrevo sobre mim, você e a vida que vamos levando, com situações que encontramos a cada esquina. Cada dia um fato me revela, me mostra e me faz chegar mais perto de quem me ler...eu só acho isso bacana

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A meu bem

sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor
pois se eu me comovia vendo você pois se eu acordava
no meio da noite só pra ver você dormindo meu deus
como você me doía vezenquando eu vou ficar esperando
você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma
praça então os meus braços não vão ser suficientes para
abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta coisa
que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você
sem dizer nada só olhando olhando e pensando meu deus
ah meu deus como você me dói vezenquando
( Harriett- Caio Fernando Abreu)

Tirando a minha paixão declarada pela obra de Caio Fernando Abreu, esse post é para falar especialmente sobre as dores do mundo, sobre como algumas pessoas são doídas para a gente ou como doemos para alguém. Todo mundo já sentiu uma dor fina por alguém, seja por desprezo ao amor ou por desconfiança ( essa parte dói bastante). Acontece em todas as relações nesse mundo tão complexo. Até os mais lindos e sólidos casos de amor parecem desmanchar feito confeite de bolo...o que não podemos é deixar que o recheio se perca, que acabe o colorido da festa, dos balões do aniversário infantil.
Cores sempre lembram a minha infância, onde tudo doía menos, onde tudo era com cheiro bom de terra molhada e também do material emborrachado das minhas barbies...eu ficava ali guardando na memória cada perfume para lembrar no futuro. Hoje não sei se a cor é um detalhe, mas tudo que eu quero e vou fazer é te esperar em um banco de praça e não me importar se os dias a nossa volta teimam em ser cinzentos

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

AGENDA

Emílio Santiago hoje, 20 h no Centro de Convenções Pedro Neiva ( Sebrae- Jaracati) vamos?

Verdade Chinesa
Gilson / Carlos Colla

Era só isso que eu queria da vida

Uma cerveja, uma ilusão atrevida

Que me dissesse uma verdade chinesa
Com uma intenção de um beijo doce na boca
A tarde cai, noite levanta a magia
Quem sabe a gente vai se ver outro dia
Quem sabe o sonho vai ficar na conversa
Quem sabe até a vida pague essa promessa
Muita coisa a gente faz
Seguindo o caminho que o mundo traçou
Seguindo a cartilha que alguém ensinou
Seguindo a receita da vida normal
Mas o que é vida afinal?
Será que é fazer o que o mestre mandou?
É comer o pão que o diabo amassou
Perdendo da vida o que tem de melhor
Senta, se acomoda, à vontade, tá em casa
Toma um copo, dá um tempo, que a tristeza vai passar
Deixa, pra amanhã tem muito tempo
O que vale é o sentimento,
E o amor que a gente tem no coração

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Festa do Teatro Nordestino



Matéria Publicada em O Estado do Maranhão edição de 18/09/2007


Teatro agita Guaramiranga
Festival Nordestino de Teatro acontece até sábado, no Ceará, reunindo grupos de toda a região


Bruna Castelo Branco

enviada especial


Guaramiranga - Com tradição de teatro popular, a cidade de Guaramiranga, no Ceará, desde sexta-feira última transformou-se na capital da arte com a realização do Festival Nordestino de Teatro, que prossegue até sábado, 22. O evento, que este ano completa 14 edições, já se transformou em uma referência para apreciadores das artes cênicas. Durante os dias do festival, a cidade que tem um pouco mais de cinco mil habitantes, atrai um público que chega a mais de 10 mil pessoas. No evento, o Maranhão está representado pela Cia. Tapete Criações Cênicas.

A partir deste ano, o festival não tem caráter competitivo. Todos recebem prêmio de participação e a única votação mantida foi a de júri popular. Dos 27 grupos que se apresentam, 12 serão escolhidos para participar da Mostra Nordeste do ano que vem. Mesmo não sendo competitivo, os espetáculos são avaliados em ciclos de debates, coordenados pela secretária de Cultura e Turismo de Sobral, Rejane Reinaldo, com participação do ator e diretor Luiz Carlos Vasconcelos; da professora de teatro da Universidade Federal da Bahia, Hebe Alves; e do membro do Conselho Estadual, Augusto Pontes.

Os espetáculos foram escolhidos a partir de seleções feitas por curadores em cada estado nordestino. Cada curador indicou três peças que foram avaliadas pela organização do espetáculo. O Maranhão está representado pela Cia. Tapete Criações Cênicas, que apresenta hoje, em duas sessões, o espetáculo Medeia In Mortal. Além disso, o diretor da peça, Urias de Oliveira e a atriz Claudiana Cotrim são responsáveis pela oficina Corpo, Expressão e Movimento que será realizada quinta-feira.


Cortejo

Além das oficinas, espetáculos e laboratório para crianças, adolescentes e jovens que integram grupos de arte mantidos pela Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga (Agua), um dos pontos altos do festival é o cortejo teatral que acontece nas ruas de Guaramiranga e é realizado sempre no segundo dia do evento.

O cortejo é organizado pelos moradores da cidade e reúne, principalmente, os grupos de teatro local que aproveitam o momento para fazer pequenas performances durante o desfile que é embalado pela percussão do Grupo Batuqueiros, que integra o projeto Caravana Cultural, e cujo repertório é uma pesquisa de várias manifestações culturais e reúne elementos do maracatu cearense, balancê e afoxé.

Do Maranhão os ritmos do bumba-meu-boi de zabumba, matraca, orquestra e costa de mão, o tambor de crioula e o cacuriá foram escolhidos para representar as manifestações culturais do estado. Durante o cortejo, um dos destaques foi quanto o grupo, ao som dos tambores, cantou a toada Urrou do Boi, do Boi de Pindaré, que foi composta cantador Bartolomeu dos Santos, o Coxinho. A toada de 1972 é, desde 1991, o Hino Cultural e Folclórico do Maranhão. O fim do cortejo é com uma grande ciranda feita na praça principal da cidade.

O Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga conta com o patrocínio da Oi e será encerrado sábado com o show, no Teatro Municipal Rachel de Queiroz, do grupo paulista Teatro Mágico.
Iniciativa que rendeu frutos


Criado em um momento em que a economia da cidade estava estagnada por causa do declínio do ciclo de café que movimentava a economia local, o Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga foi uma saída encontrada para atrair turismo para a região aproveitando uma das tradições populares que era o teatro de rua, os chamados dramas, organizados pelas trabalhadoras rurais. O sucesso do festival, além de estimular a rede hoteleira da cidade, abriu caminho para outros eventos culturais, como o Festival de Blues e Jazz, que acontece durante o período carnavalesco, ou o Festival de Gastronomia.

“A nossa primeira atração foi o Festival de Teatro por causa desse traço cultural muito forte que era o teatro de drama e potencializamos o desenvolvimento da cultura local”, explica Luciano Bezerra, presidente da Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga (Agua), entidade que idealizou o evento.

Para os representantes do teatro popular, o crescimento e o reconhecimento das artes cênicas em Guaramiranga é motivo de felicidade e orgulho. Como é o caso de Dona Zilda Eduardo, 84 anos, que começou a criar os dramas aos 16. “Eu tenho umas 75 peças escritas em um caderno, mas eu vou mudando as cantigas a cada apresentação e acho muito bonito o festival. Eu gosto muito”, conta.

Hoje, os dramas que ela escreveu foram catalogados e devem ser lançados ainda este ano. A intenção é que os espetáculos não se percam da história das manifestações teatrais da cidade. A pesquisa demorou três anos para ser concluída e reúne os dramas escritos por quatro senhoras da região.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Marina Lima


Ela não tem mais uma voz rouca tão sexy...parece que o tempo transformou esse charme em um filete que mesmo fraco ainda consegue chamar atenção, pelo menos a minha. Pois bem, dia 22 a moça que foi ícone do rock na década de 80, apresenta aqui o show Topo Todas que mescla sucessos mais recentes com músicas que marcaram a sua carreira. Aqueles antigos como Nosso Estranho Amor, À Francesa e outros. A apresentação vai ser no Centro de Convenções, ali no Multicenter Sebrae
Já critiquei muito Marina Lima na minha vida, mas confesso que adoooro e quase com toda certeza antes das 22 horas do dia 22, horário previsto para o início do show, estarei lá, colocando minha calça apertada e pintando olhos com sombra preta ( elementos indispensáveis na minha produção noturna)
Tive uma infância boa musicalmente. Sempre gostei muito de rádio e sou filha mais nova e sempre fuçava os vinis dos meus irmãos e Marina fazia parte do meu repertório obrigatório. Lembro que quando eu tinha 14 anos, eu ouvia um CD coletânea que depois sumiu sem deixar pistas aqui de casa. Ela me traz boas lembranças e tem gravações primorosas compostas em parceria com o irmão Antônio Cícero. Ela é bem mais que a música da novela talvez seja realmente uma Gata todo dia

Gata todo dia
(Léo Jaime, Tavinho Paes e Marina Lima)

Eu sou uma gata
E não gosto de água fria
Pega logo no meu pêlo
Seu carinho me arrepia
Não quero água
Tomo banho é de lambida
Tiro o gosto desse corpo
E ainda tenho sete vidas
Então se toque
Porque o amor não é
Só distração
A vida arranha
E se eu faço rock
Eu faço manha
Meu bem me dê sua atenção
Não faço nada
E ainda morro de preguiça
Tenho sono o dia inteiro
Madrugada é que me atiça
Não tenho dono
Mando na minha cabeça
Um dia desses eu me mando
Enquanto isso não se esqueça
Tome cuidado
Porque o amor não é
Só distração
A vida arranha
E se eu faço rock
Eu faço manha
Meu bem me dê sua atenção

sábado, 8 de setembro de 2007

A margarida enlatada

(...)


Margarida já era, amizade.
Saca esta transa,
O barato é avenca.

Não demorou muito para que tudo desmoronasse. A margarida foi desmoralizada. Tripudiada. Desprestigiada. Não houve grandes problemas. Para ele, pelo menos. Mesmo os empregados tiveram apenas o trabalho de mudar de firma passando-se para a concorrente. O quente era a avenca. Ele já havia assegurado o seu futuro, comprara sítios, apartamentos, fazendas, tinha depósitos bancários na Suíça. Arrasou com napalm as plantações deficitárias e precisou liquidar todo o estoque do produto a preços baixíssimos e, como ninguém comprasse, retirou-o de circulação e incinerou-o. Só depois da incineração total é que lembrou que havia comprado todas as sementes de todas as margaridas. E que margarida era uma flor extinta. Foi no mesmo dia que pegou a mania de caminhar a pé pelo aterro, as mãos para trás, rugas na testa. Uma manhã, bem de repente, uma manhã bem cedo, tão de repente quanto aquela outra vez, divisou um vulto em meio ao verde. O vulto veio se aproximando. Quando chegou bem perto ele reconheceu sua ex- esposa.
Ele perguntou:
- Procura margaridas?
Ela respondeu:
- Já era.
Ele perguntou:
- Avencas?
Ela respondeu:
- Falou.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Eu preciso te dizer quê


Quando completei 18 anos entrei em contato tardio com a obra de Caio Fernando Abreu, apesar de já ter visto o curta Sargento Garcia não ligava o autor a obra, mas aí li o conto Aqueles Dois que é uma história delicada de uma relação de amor entre dois homens. É simplesmente lindo.
Anos depois tive contato com outros contos do autor e dos que eu conheço. A grande maioria é perfeita, mas quero destacar Para uma Avenca Partindo que eu me apaixonei na primeira leitura. É quase um roteiro perfeito de um filme ( e já foi adaptado para um curta). Simplesmente magnífico!
Transcrevo um trecho abaixo

[...] deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso [...]

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Notícias

Hoje estava vendo a novela Paraíso Tropical, não tenho nada contra novelas e assisto mesmo, principalmente, quando a gêmea má vai morrer...Enfim, deixando de lado minhas opiniões novelescas, achei interessante uma frase dita pela Vera Holtz, no caso, a Marion. Ao ser questionada se já tinha visto o jornal ela disse: "Eu estou de dieta, evito manteiga e más notícias pela manhã"
Fiquei pensando, como seria bom evitar as notícias ruins, cortando do cardápio, mas é impossível. Elas chegam, sempre chegam.Seja por uma desilusão amorosa, ao estarrecimento diante de um crime bárbaro contra uma criança indefesa, ou pelos constantes assaltos na cidade com suas agressões e constrangimentos às vítimas
Não estamos livres de ser uma notícia ruim e de sentir uma notícia que nem sempre vem embalada nas páginas de um jornal ou no noticiário da televisão

sábado, 25 de agosto de 2007

Ela queria acreditar que dessa vez seria diferente. Ele ia parar de beber, de sair de bater e quem sabe ensinar a ela como é o sexo com prazer.
Pelo menos foi isso que pensei, quando ouvi aquela mulher falar para amiga em um ônibus lotado que o marido estava mais carinhoso, depois que ela tinha saído de casa. Olhei para ela e vi um olhar de sofrimento junto com o suor de um coletivo lotado de manhã. Tentei identificar a tal felicidade e a certeza de que o casamento estava tomando outro rumo. Não encontrei.
Assim como também não encontrei no rosto da amiga ouvinte um pouco de crédito naquele papo. Também não acreditei em nada que ouvia. Tentei traçar o perfil. Casou cedo, estudou pouco, tem que chacoalhar no ônibus todos os dias para trabalhar como doméstica ganhar um salário de merda, mas que ajuda a pagar o aluguel,ou o fiado no mercardinho do bairro. Isso quando o " homem" da casa não leva o dinheiro para o bar
Qual seria seu nome? Maria? Carla? Raimunda? Será que já tinha mais de trinta...rosto envelhecido, mas nunca se sabe
Senti raiva daquela mulher, mas depois preferi não julgar. Talvez pelos filhos? Condições financeiras ruins ou mesmo por dependência emocional do parceiro...ela preferia perdoar em cada deslize...Assim, quando a noite chega, as casas se fecham ninguém sabe o que acontece.Só espero que ela tenha coragem de ganhar o mundo e deixar de acreditar em uma mudança que talvez nunca venha

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Sudoeste ( Adriana Calcanhotto)

..tenho por princípios
Nunca fechar portas
Mas como mantê-las abertas
O tempo todo
Se em certos dias o vento
Quer derrubar tudo?...

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Ismália

(Alphonsus de Guimaraens)


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


Alphonsus de Guimaraens (Afonso Henriques da Costa Guimaraens), nasceu em Ouro Preto (MG), em 1870 e faleceu em Mariana (MG), em 1921. Bacharelou-se em Direito, em 1894, em sua terra natal.Considerado um dos grandes nomes do Simbolismo, e por vezes o mais místico dos poetas brasileiros, Alphonsus de Guimaraens tratou em seus versos de amor, morte e religiosidade. A morte de sua noiva Constança, em 1888, marcou profundamente sua vida e sua obra, cujos versos, melancólicos e musicais, são repletos de anjos, serafins, cores roxas e virgens mortas ( FONTE: Itaú Cultural)

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

encontros

Procurei no teu olhar, algo que justificasse aquele momento...
Tudo que encontrei foi a intranquilidade dos mares agitados em noites de tempestades
Eu que não sou do mar e pouco entendo dele
Tive ânsia e vontade de sair, tentei resistir mas não deu
De repente, tudo girava, confundindo meus pensamentos e minhas ações
Tive medo e recuei, sem muitas alternativas
Você só me ofereceu o olhar que me confundia e um sorriso pouco sincero
Afasto-me e aceito a covardia dos dias ensolarados
Sem tristeza, sem noites, sem ninguém

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Transformação

( Para Caio Fernando Abreu)

De uns tempos para cá ficou difícil ser de outra cor, bem que foram esperadas as azuis, as verdes, as brancas...não teve jeito, as borboletas que saem da sua cabeça sempre são negras, das enormes e com aparência meio sinistra. No começo era assustador, de fazer doer o coração, situação frustrante. Dava mesmo vontade de fazer igual o conto de Caio Fernando Abreu que ela não deu importância quando leu, mas subir pelos telhados para levar a ameaça de asas para bem longe parecia uma alternativa interessante. Tentou, mas logo percebeu que não adianta...elas sempre voltam em grande quantidade e com aparência mais sombria,cada vez maiores. O jeito era mesmo se acostumar.
Assim o fez, com o tempo aqueles seres tornaram-se comuns naquele quarto, o ambiente era apenas de ruídos das asas batendo. Apesar de sentir pena, nada podia ser feito para ajudar...ele também deixou de aparentar incômodo com as borboletas negras tão temidas em outras épocas. Sem remédio...
E tudo se fez sombra, asas e silêncio...

sábado, 11 de agosto de 2007

O Cheiro do Ralo


Não é bonito ser Lourenço ( Selton Mello, mas aos poucos a gente consegue ter uma certa identificação com ele, seja pelas tiradas ríspidas ou pela solidão.Quem sabe até pelos desejos estranhos, ou pela obssessão do ralo ( nunca se sabe né)
O fato é que O Cheiro do Ralo te envolve completamente e, por mais estranho que possa parecer, conseguimos torcer por aquele homem chato, detestável que submete pessoas necessitadas a algumas situações constrangedoras.
O roteiro do filme( Marçal Aquino e Heitor Dhalia, baseado em livro de Lourenço Mutarelli)é perfeitinho. O filme possui diálogos excelentes e tiradas sensacionais como a clássica: " Mulher é tudo igual, se bobear os convites vão para a gráfica".
Além disso, Selton Mello, como sempre com atuação primorosa. Enfim, o filme é uma excelente opção para quem não está afim de sair de casa para ver mais uma comédia com final previsível.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Viva o Rei!

Sua Estupidez

(Roberto Carlos/Erasmo Carlos)

Meu bem, meu bem
Voc tem que acreditar em mim
Ninguém pode destruir assim
Um grande amor
No dê ouvidos maldade alheia
E creia:
Sua estupidez não lhe deixa ver
Que eu te amo

Meu bem, meu bem
Use a inteligência uma vez só
Quantos idiotas vivem só?
Sem ter amor
E voc vai ficar também sozinha
E eu sei porquê
Sua estupidez no lhe deixa ver
Que eu te amo

Quantas vezes eu tentei falar
Que no mundo no há mais lugar
Pra quem toma decisões na vida
Sem pensar
Conte ao menos até três
Se precisar conte outra vez
Mas pense outra vez
Meu bem, meu bem, meu bem
Eu te amo

Meu bem, meu bem
Sua incompreensão já demais
Nunca vi algum tão incapaz
De compreender
Que o meu amor bem maior
Que tudo que existe
Mas, sua estupidez não lhe deixa ver
Que eu te amo


Podem falar o que quiser de Roberto Carlos, menos que ele não consegue emocionar e com muita habilidade. Categoria de poucos...essa composição é belissima e ficou realmente muito bonita nas diferentes interpretações. Gosto muito da Gal Costa, preconceito nenhum com a voz do Rei. Até gosto, foi uma das vozes mais marcantes da minha infância, dias chuvosos, mariposas voando e o disco de vinil rolando Caminhoneiro. Diante de mim, a foto de Roberto de jeans e um cinto...que era escândalo! ( acho que na época eu achava lindo, mas sempre achei tosca aquela outra capa que ele estava com uma pena na orelha, muito mal gosto)
Depois eu cresci vendo o especial de Natal ( confesso, vejo até hoje). É para mim, o símbolo quase máximo que o ano está chegando ao fim, ele lá " vivendo esse momento lindo" e eu me achando rídicula, pronta para sair de casa...mas, esperando o Especial do Rei acabar..

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Eu sou o caso deles ( Novos Baianos)

Minha velha é louca por mim
Só porque eu sou assim
Meu pai, por sua vez
Se liga na minha
E nos "butecos" onde passa
Não dá outro papo

Eu sou o caso deles
Sou eu que esquento a vida deles
No fundo, no fundo
Coloco os velhos no mundo
Boto na realidade
Mostro a eternidade
Senão eles pensavam
Que tudo era "divino maravilhoso"
Levavam tudo na esportiva
Ficavam contanto com a sorte
E não se conformariam com a morte

Minha velha é louca por mim
Só porque eu sou assim

Não sei a data da música, mas creio que foi antes de eu nascer. Se foi depois eu era um girino e sem possibilidades de entender muita coisa, mas a considero tão atual. Acho interessante como a música e outras expressões como a literatura, as artes plásticas possuem uma capacidade de se tornarem eternas e despertarem certas emoções ou sentidos em diferentes gerações. Por exemplo, adoro Torturas de Amor de Waldick Soriano que é da juventude do meu pai. Tambem gosto de uma que minha avó cantava para mim, nunca soube o nome mas falava sobre um relacionamento que acabava e a pessoa sofrida pedia as cartas de volta ao " anjo ingrato". Música sofrida e que tenho certeza que com novos arranjos ia se tornar um grande clássico da mpb.É só apostar nisso, como creio que Tapas e Beijos, uma bregueira da minha infância que explodiu nos sucessos, pode ocupar de novo os espaços nas rádios e se desvencilhar da voz de Leonardo.
Bem, o que estou querendo dizer com esse blá, blá, blá todo é que não se pode ignoraro repertório do passado. É importante conhecer, eles também são responsáveis pela construção dos nossos cenários, embalaram protestos e situações que resultaram em novas imbricações políticas, sociais, afetivas e bla bla bla. Assim como as músicas de hoje, bestinhas que sejam, podem a se transformar o hit da vida do meu filho. É só esperar

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Sentimentos de blog

Tá eu admito, sou romântica, das duronas é verdade, mas sou. Já me emocionei vendo filmes românticos e já chorei vendo um filme que era para ser comédia ( abafa o caso né. Gosto de escrever sobre motivos bestas e sentimentalóides, meu blog não tem pretensões de ser o site mais visitado do mundo, do Brasil, da minha cidade e nem da minha rua. Escrevo para mim, não quero me tornar referência de porcaria nenhuma ao escrever nesse espaço. Bem, estou escrevendo isso porque hoje ao comentar sobre blogs polêmicos e comentaristas inconvenientes, um amigo perguntou se esse inoportuno já havia aportado nessas bandas.
Respondi que não e é verdade...meu blog não agride ninguém. Diferente do flog que já fui chamada de tantos nomes em um vocabulário nada requintado, nunca causei polêmica " blogal", exceto quando me chamaram de medíocre, mas isso é outra história e que nem vale a pena ocupar esse espaço.
Bem, pra falar a verdade prefiro assim..não preciso encarnar nenhum tipo de personagem para postar. Falo de música, cinema, livros e da minha vida sem essa preocupação prévia. Acho que assim é tão bom!!!


DICA: Gente, vamos ver O Cheiro do Ralo, depois de um longo e tenebroso inverno chegou aos cinemas de São Luís ( já era sem tempo né). Ouvi ótimas referências, mas ainda não tive tempo de ir ver...Assim que eu assistir, prometo escrever alguma coisa aqui
beijinhos!

domingo, 5 de agosto de 2007

Meu Plano

(Lenine/dudu Falcão)
Meu plano era deixar você pensar o que quiser
Meu plano era deixar você pensar
Meu plano era deixar você falar o que quiser
Meu plano era deixar você falar
Coisas sem sentido
Sem motivo, sem querer
Andei fazendo planos pra você
Engano seu, achar que fosse brincadeira
Engano seu
Aconteceu de ser assim dessa maneira, e o plano é meu
Mesmo sem motivo
Sem sentido, sem saber
Andei fazendo planos pra você
Pra você eu faço tudo e um pouco mais
Pra você ficar comigo e ninguém mais
Largo os compromissos
Deixo tudo ao largo
Você tenta em vão me convencer
Que é melhor não fazer planos pra você

Meu plano era deixar você fugir quando quiser
Meu plano era esperar você voltar
Engano seu, achar que o plano é passageiro
Engano meu
Acho que o destino, antes de nos conhecer
Fez um plano pra juntar eu e você
Pra você eu faço tudo e um pouco mais
Pra você ficar comigo e ninguém mais
Largo os compromissos
Deixo tudo ao largo
Você tenta em vão me convencer
Que é melhor não fazer planos pra você

Ouvi essa música tem algum tempo na voz de Daniela Mercury, acho até que só ela que gravou. Poxa, mas ela é linda demais. Não que eu tenha vivido algo parecido ou que esteja triste..mas gosto de imaginar algumas situações.
Vivo sabendo de histórias de casais que ficam sem compromissos e isso é definido em comum acordo. Ambos estão livres para ficar com quem quiser...Honestamente, acho muito moderno. Não condeno ninguém, mas acho que aceitar essa empreitada é criar uma situação pra ficar perto de quem se gosta e marcar algum encontro, sair com o carinha e mesmo não tendo a fidelidade já é uma forma de compromisso, é uma forma de planejar um relacionamento. Quem vai me dizer que de alguma forma não existe paixão nisso? Tudo que tem entrega tem paixão ( seja lá qual a medida disso) e não existe nada nessa vida sem planejar. Senão vira bagunça...até nesses namoros despretensiosos

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Uns versos(Adriana Calcanhoto)

Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo
Sou seu fado, sou seu bardo
Se você quiser ouvir
O seu eunuco, o seu soprano
Um seu arauto
Eu sou o sol da sua noite em claro,
Um rádio
Eu sou pelo avesso sua pele,
O seu casaco
Se você vai sair
O seu asfalto
Se você vai sair
Eu chovo
Sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
Sou eu o sou paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo
E depois rasgo

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Por Pouco ( Mundo Livre S/A)

Estamos quase sempre otimistas
Tudo vai dar quase certo
Pois o ano esta quase acabando
Depois de termos quase certeza
Que dento em breve teremos um quase
Alegre carnaval
Por pouco não trouxemos o penta
Quase acertamos na loto
Quase compramos a casa
Quase ganhamos o carro
A moça da banheira ficou quase nua
A gostosa da praia quase dá, não dá
Quase dá, não dá mole, não
Pro pouco não ganhamos o Oscar
Quase ficamos no emprego
Quase pagamos a dívida
Quase evitamos a falência
A moça da banheira ficou quase nua
A gostosa da praia quase dá, não dá
Quase dá, não dá mole, não
Contribuintes não contam
Torturadores não sentem
Esculturas de lama não morrem
Jornalistas mortos não mentem
Votamos no quase honesto, pois quase confiamos nele
Acabamos de entrar pelo cano
Por pouco não reagimos, quase nos revoltamos
Mas quase confiamos na justiça e na sorte

Um quase post para uma noite quase feliz, quase calorenta, quase tranquila e quase com criatividade

Vercilo e eu


Bem, Terça-Feira fui ao show do Vercilo... que eu gostava na época que estudava para o vestibular e nos primeiros anos de faculdade...mas aí começei a analisar as letras e decidi que era melhor parar por aí. Pois bem, nesse nosso último encontro posso dizer que a gente quase fez as pazes. O show é honesto ( como a definição que eu ouvi outro dia), eu confesso que me senti bem, ele é agradável aos olhos e aos ouvidos.
Dizem que o show era reprodução do DVD, para mim não tem problema nenhum, pois eu não vi e nem gosto muito de assistir a shows pela televisão ( exceto os que não vão mais acontecer nunca mais, por morte de alguém ou esfacelamento de uma banda). Além disso, acho que nunca vai acontecer show igual. Se eu fosse no dia da gravação, tenho certeza que a minha recepção seria diferente ao do Teatro Arthur Azevedo. É, vou fazer aquele discurso de que ninguém entra no mesmo rio duas vezes e blá, blá, blá, mas é verdade.Gostar de um espetáculo, de um filme, uma novela ou um livro é algo complexo e individual. É a mesma coisa que amar uma pessoa. Certas palavras só vão fazer efeito para você, por causa do repertório cultural, sentimentos, problemas...Tenho certeza que para a senhora que estava atrás de mim, ora cutucando minha cadeira...o show não foi de igual significado para mim. Acho que a cada movimento meu, ela pensava em me matar, pq eu estava empatando a visão dela..Ela saiu de lá cheias de histórias para contar...eu também. Estávamos no mesmo lugar, mas tivemos visões e impressões diferentes. Isso que torna a vida tão interessante

terça-feira, 31 de julho de 2007

Máquina de Escrever ( Pedro Luís)




Meu coração é uma máquina de escrever
As paixões passam
As canções ficam
Os poemas respiram nas prisões
Pra ler um verso, ouvir, escutar
Meu coração falar
Até se calar a pulsação
Meu coração é uma máquina de escrever
No papel da solidão
Meu coração é
Da era de Guttemberg
Meu coração se ergue
Meu coração é
Uma impressão
Meu coração
Já era
Quando ainda não era
A palavra emoção
Mas há palavras no meu coração
Letras e sons
Brinquedos e diversões
Que passem as paixões
Que fiquem as canções
Nos poemas, nos batimentos
Das teclas da máquina de escrever
Meu coração é uma máquina de escrever
Ilusões
Meu coração é uma máquina de escrever
É só você bater
Pra entrar na minha história

domingo, 29 de julho de 2007

Mini Perfil

Dizem que os aquarianos são seres complicados, não admitem ter sua liberdade privada, são criativos e meio porra louca. Eu nasci dia 23 de janeiro, contrariando as expectativas da casa,de ter mais uma capricorniana, foi por pouco, mas driblei o zodíaco.
Na verdade, já nasci contrariando...primeiro foi o médico que disse que era melhor que eu não nascesse ( mamãe tinha um problema de vesícula e a gravidez naquele momento era muito arriscada). Ela, falando mais alto o amor de mãe, decidiu arriscar e, nove meses depois. Nascia eu, uma menina de olhos de promessa ( daqueles que parecem te oferecer algo misterioso que tanto pode ser bom ou ruim) e sadia. Nem tanto assim, aos sete anos tive um problema renal que me fez internar e passar um mês na agulha de uma vizinha...e que remédio dolorido! Eu também tinha constantes inflamações na garganta. Na verdade, adoecia quase todos os meses. Cientificamente não comprovo, mas cresci magricela e atribuo a todos os vômitos e febres que eu tinha na meninice
Passei por mais essa e segui contrariando. Aos 14 anos, decidi pegar um garoto do colégio, ele nem era bonito, nem tão inteligente, mas era disputado e, no fundo ( bem no fundo) era gente boa. Pois bem, foi meu primeiro namorado. Um tempo depois o relacionamento acabou e surpreendendo até o zodíaco que diz que todo aquariano é livre e de amor indefinido senti falta da prisão.
Mesmo assim, não fiquei presa ao passado e hoje tenho certeza que foi uma etapa importante, sinto-me bem resolvida com relacionamentos maduros e intensos, sem indefinições, mas pensando cá comigo, tenho características do signo sim. Por causa dessa tal liberdade já deixei alguns corações partidos. Meus olhos refletem a minha curiosidade, a ânsia por novidades me faz ser atenta a tantas coisas...Enfim, mas tem uma coisa que nem o zodíaco nem a minha experiência da minha vida adulta ( eu sei, ainda não é tanta assim) conseguiram resolver: Nunca aprendi a disfarçar minhas emoções e nem quero que isso aconteça. Sou triste, apaixonada, angustiada...talvez tudo isso ao mesmo tempo, faz parte da vida.As contradições não estão escritas no mapa astral de ninguém

sábado, 28 de julho de 2007

Confissões de um pai

" se for ladrão eu denuncio para a polícia. Sou trabalhador e aceito ter um assassino dentro de casa, mas um filho ladrão não admito". A declaração atrás de mim, logo me chamou atenção. Eu que vinha tão cansada com a cabeça recostada no ombro do namorado e, em vão tentava folhear um livro no balançar do ônibus que com os buracos da camada asfáltica torna a viagem a caminho de casa bem mais estressante.Mesmo assim, consigo observar as pessoas, tentar planejar o que vou fazer no resto do dia...só não faço mentalmente a lista do supermercado, pq eu não sou responsável por isso em casa.
Bem, ao ouvir a declaração, o meu primeiro impulso foi de virar para trás e ver de quem eram essas palavras, mas o bom senso e a vergonha de ouvir a conversa alheia me impediram de fazer isso logo. Enquanto isso, a voz meio revoltada continuava a falar. Percebi uma revolta ao anunciar o que seria apenas uma desconfiança de um filho. Esse relato era feito a uma ouvinte muda que não usava nem o bom e velho artificío do: " É verdade", que eu gosto tanto.
Depois de uns cinco minutos consigo, disfarçadamente, olhar para o denunciante/pai. Era um homem negro que não tinha uma mão ( fato logo relatado, perda em acidente de trabalho, mas não consegui saber qual). A confissão era para uma desconhecida que contava os segundos para o fim da viagem ( a dela ou a dele). Ele chegou primeiro ao destino, ao caminhar para a porta continuava a entoar feito uma ladainha de domingo, algumas palavras de sua opinião sobre o filho ladrão que talvez fosse imaginário. Nesse momento, percebi que talvez não tivesse filho, nem uma família sustentada com tanto sacrifício e dignidade. Talvez aquele homem enchesse a cara, chegasse em casa e descesse porrada na companheira e nos filhos. A realidade é o que não está em questão neste momento.
O que ele queria era ser ouvido, demonstrar uma opinião que talvez nem fosse verdade, mas era a imagem que se gostaria de demonstrar naquele momento. O homem buscava atenção nem que fosse de desconhecidos, incomodados com aquele barulho em um ônibus lotado. Confesso que no início também fiquei incomodada com aquela conversa alta. Eu estava com fome e nem percebi que aquele papo era um reflexo de solidão. Não fui atrás dele, segui com meus pensamentos e ele com a sua dor...

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Traição feminina???

Outro dia estava lendo Mulheres de A a Z, de Otto Sievert para fazer uma matéria do lançamento. É um livro de contos sobre vinte e seis mulheres diferentes é muito bem escrito, mas um conto em especial me chamou atenção. Era sobre uma mulher que traía o marido com o ex marido, pai dos filhos etc. Pelo conto, o relacionamento estava frio e sustentado apenas pelas condições financeiras confortáveis que aquela união oferecia. Conversando com o autor, citei esse conto e ele explicou o argumento da teoria do calor para justificar a traição. É até divertido no conto, mas fiquei pensando. Será que é fácil justificar uma traição feminina?
Não falo pelo marido/namorado traído, ninguém merece entender uma traição, é uma coisa que dói pra cacete e por respeito não é algo que se peça para perdoar, seja lá quais foram os motivos...mas o que será que o tal do amante pensa? Seria justificável para ele, a mulher buscar outra satisfação pq o relacionamento atual está ruim? Acho que não!
Não quero aqui levantar bandeira de feminismo, mas acho que no universo masculino uma traição da mulher só é justificada para o amante, quando ele está nessa condição. Fica do lado do outro...sei lá, parece até uma rivalidade de machos onde a fêmea é apenas um detalhe.
Outra coisa que me intriga é que quando um relacionamento termina e se começa outro. O homem pode, perfeitamente, contar para a nova parceira que traiu por momento de crise ( se tiver traído com a mulher atual, melhor ainda). Agora para a mulher é quase impublicável a confissão de que traiu um dia ( mesmo que seja para ficar com o atual, isso mexe com relação de confiança e outras coisas, o namoro vai ser instável e fadado ao fim breve).
Bem, o livro me fez pensar sobre esse tema que dificilmente estaria no meu pensamento cotidiano, apesar de ser polêmico ainda. É ainda não é fácil olhar uma mulher traiu sem chamá-la ou pensá-la como vadia. Preconceito? Pode ser...

terça-feira, 24 de julho de 2007

Músicas...

Minha vida sempre foi pautada em trilha sonora. Desde a infância sofria com dores de amor imaginárias, ouvindo " Mas dói demais sentir...". Fui apresentada a Cazuza muito cedo, até acompanhei um pouco da sua doença ( é verdade que lembro pouco dessa épooca, eu era muito novinha). Tive um relacionamento intenso com Legião Urbana e passei, sem cerimônias pelos bregas de Perla, Roberto Carlos, Waldick Soriano e me apaixonei pelos olhos verdes de Chico Buarque, pela doidice de Caetano Veloso
Essa é uma das vantagens de ser a filha mais nova de uma família numerosa, a gente vai herdando coisas de um, de outro e começa a ter gosto por buscar coisas novas...Percebo aqui mesmo quando coloco as minhas músicas para tocar. Coisas tão diferentes e cada um com seus significados ( pelo menos para mim)
Aceito o convite de " passear de guarda-chuva" com Pedro Luís...tenho piedade dos " Pecadinhos" de Zeca Baleiro, cantados por Ceumar. Sou " A Noiva da Cidade"...Ouço Drexler, Nando Reis, Macy Gray, Lenine, Mombojó, Numismata, Marisa, Carlinhos Veloz. Tanta gente!
Enfim, ouço sem cerimônias coisas recém-lançadas ou talvez ainda novas para mim. Não tenho resistências e reconheço humildemente que ainda tenho muito que aprender.
Bem, mas nesse arquivo musical, algo recente me chama atenção são as bandas novas. Estava ouvindo a Benzeno, uma banda carioca. Tive o prazer de conhecer, de muitas e virtuais datas, o baterista Bruno. Um amigo bom, distante mas de muita estima.
Também não posso esquecer da maranhense Pedra Polida que, talvez seja a trilha sonora do momento aqui em São Luis. Eu os conheço pessoalmente e realmente estão em busca de um som de qualidade. Lembro que quando fiz a entrevista com eles. Um dos integrantes falou que a banda não tem medo de se expor aos erros. Bem, isso é verdade...talvez por isso eles são capazes de ousar, o resultado está sendo bom.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Notícia de Jornal

( Chico Buarque)

Tentou contra a existencia num humilde barracao
Joana de tal por causa de um tal joao
Depois de medicada retirou-se pro seu lar
Ai a noticia carece de exaltidao
O lar nao existe
Ninguem volta o que acabou
Joana e mais uma mulata triste que errou
Errou na dose,errou no amor
Joana errou de joao
Ninguem notou,ninguem morou
Na dor que era o seu mal
A dor que nao sai no jornal

Tentou contra a existencia num humilde barracao
Joana de tal por causa de um tal joao
Depois de medicada retirou-se pro seu lar
Ai a noticia carece de exaltidao
O lar nao existe
Ninguem volta o que acabou
Joana e mais uma mulata triste que errou
Errou na dose,errou no amor
Joana errou de joao
Ninguem notou,ninguem morou
Na dor que era o seu mal
A dor que nao sai no jornal

sábado, 21 de julho de 2007

Fim de caso

Era uma lacuna entre eles... que por mais que se vissem, não mais conseguiam se olhar, algo fazia com que ele baixasse os olhos e ela procurasse um ponto no horizonte, talvez para fingir que não notava a presença dele. Orgulho feminino? Talvez!

Acho mesmo que ela queria respeitar o espaço dele, depois de tantas brigas e de tantos pedidos para pensar...não tinha mais como agir de outra maneira.

Ele estava incomodado, falou em meio a um aceno desconcertado. Assustou-se quando a viu, tentou cumprimentá-la, mas seria melhor que não falasse, não esboçasse qualquer reação. Não naquele momento.
Naquele dia, o coração dela queimava em expectativa, mas o encontro foi tão sem estilo, diante de tantas testemunhas...
Tudo ficou mais estranho, mais vazio, bem mais sem sentido para aqueles que há poucos se envolveram tanto. Seguir em frente e, quem sabe, se reencontrar no tempo da delicadeza, onde " nada aconteceu".

Baleiro em coletânea





Comemorando 10 anos de carreira, contados a partir do primeiro CD, Por Onde Andará Stephen Fry?, o maranhense Zeca Baleiro lançou o álbum Lado Z, coletânea que reúne parcerias e homenagens a outros compositores. As gravações fazem parte de trabalhos paralelos do artista, feitas ao longo de uma década, incluindo participações especiais em discos de outros artistas.

A idéia de juntar em um mesmo álbum algumas parcerias musicais e reverências surgiu ano passado, mas o lançamento coincidiu com os 10 anos de estrada. “Desde o ano passado estamos recolhendo essas participações, que totalizam mais de 70. Acabou por coincidir com este “aniversário”, o que nos estimulou a lançá-lo agora”, disse Zeca Baleiro em entrevista, por e-mail, a O Estado.

Lançado pela MZA Music, o álbum traz 13 faixas. Dentre as músicas do CD, a inédita Menina Jesus, composta por Tom Zé. A música era para ser gravada no álbum Pet Shop Mundo Cão (2002), mas acabou ficando de fora do projeto. O álbum reúne também interpretações surpreendentes de Zeca Baleiro, perpassando por diversos estilos musicais como os clássicos bregas Eu, você e a praça, de Odair José, que integra o CD Eu vou tirar você desse lugar, em homenagem ao ícone brega, gravado em 2005, e Meu coração está de luto, de Waldick Soriano, interpretada por Baleiro no DVD Baladas do asfalto e outros blues, ao vivo (2006).

Zeca Baleiro passeia pelo samba na música Salve a Mulatada Brasileira, com Martinho da Vila, e o pós-brega Radiografia, parceria com Vanessa Bumagny. Além disso, tem Forró no Malagueta, com a banda Forróçacana, e a parceria bem humorada com o também maranhense Tião Carvalho, na música De Teresina a São Luís, uma homenagem a João do Vale. Dentre outros, registros da parceria com Lobão, Raimundo Fagner, Jards Macalé e Rolando Boldrin.

A diversidade de estilos musicais em um mesmo álbum foi intencional. “Existiu a intenção de que a coletânea fosse o mais abrangente possível, mostrando uma fração considerável do que fiz nesses 10 anos, além do que está nos meus próprios discos, claro”, frisa.

Na avaliação de Zeca Baleiro, a parceria com Tião Carvalho é um dos destaques no disco. A música foi gravada no álbum Tião Canta João (2006), projeto em homenagem a João do Vale. “Gosto muito do dueto com Tião Carvalho na canção. Admiro muito o Tião e nunca havia gravado nenhuma música do João do Vale, que é para mim um dos maiores gênios da música brasileira. Mas gosto de tudo no disco, afinal ajudei a escolher o repertório, e é uma honra dividir vocais com gente que admiro, como Boldrin, Martinho, Lobão e Jards Macalé”, ressalta.

Experiências com parceiros musicais já é uma das características marcantes da carreira do artista. “Tenho uma parceria ensaiada com Ednardo, que ainda não rolou. Neste último ano, aumentei consideravelmente meu ‘magote’ de parceiros. Fiz música com Frejat, Zélia Duncan, Odair José e Márcio Greyck. Gosto muito dessa ‘promiscuidade’ criativa”, frisa.

Para o artista, comemorar uma década bem-sucedida é um resultado de muito esforço pessoal. “São muitas as dificuldades que um artista novo enfrenta hoje para conquistar audiência para seu trabalho. Vejo por aí muita gente talentosa sem o espaço merecido. Por outro lado, a falência do mercado do disco, e a evolução de mídias, como a internet, abriram outras picadas, coisa que acho muito salutar. O artista não pode nem deve viver à mercê de gravadoras e marqueteiros, tem que criar seu próprio caminho. Não me pergunte como pois não tenho a receita, mas trabalhar incansavelmente é um bom começo”, observa.


PROjetos

Lado Z, a princípio, não terá divulgação com shows, por opção do artista. “Não me agrada a idéia de ‘trabalhar’ uma coletânea. Trabalhar um disco é algo que dispende muita energia, melhor guardá-la para quando eu fizer um novo, de inéditas”, enfatiza.

O álbum faz parte de um projeto único, pois não é projeto do artista lançar outra coletânea. Ao contrário, Baleiro já planeja três álbuns que devem ser lançados nos próximos dois anos. “Senão vão pensar que a minha fonte secou, o que não é verdade. Tenho na gaveta (da cabeça) vários discos de inéditas. Nos próximos dois anos penso em fazer um de samba, outro de reggae, um dedicado ao brega, além de um infantil, que já comecei a fazer sem muita pressa”, adiantou.

Além dos álbuns de inéditas, o artista prepara ainda uma homenagem póstuma ao compositor maranhense Lopes Bogéa, intitulado Balançou no Congá. O álbum deve reunir participações especiais de Alcione, Beth Carvalho, Genival Lacerda, César Teixeira, Josias Sobrinho, Chico Saldanha, dentre outros. “Lopes era um craque, um compositor bastante versátil e espirituoso, com uma verve incrível. Mas gravou muito pouco. Esse disco vem fazer justiça ao seu grande talento. Para este ano também, há o projeto de relançar, pelo meu selo, O Samba é Bom, CD do Antônio Vieira que produzi e que foi lançado há uns seis anos”, adianta.


Serviço


>>cd/lançamento

Lado Z, de Zeca Baleiro


>>gravadora

MZA Music


>>preço

R$ 25,00 (em média)


( Publicado em O Estado do Maranhão 15/07/2007)

quinta-feira, 19 de julho de 2007

sobe foguete!!





E ele subiu, às 12h12 de uma quinta-feira, último dia da missão. Para muitos que acompanharam na televisão é mais um experimento distante da realidade e até sem importância, mas para mim marca tantas coisas. Esse foi meu primeiro lançamento e isso oficializa minha estréia no Programa Espacial que foi acontecendo desde 2005. Depois, eu estava completamente integrada à missão...Passei cinco dias indo e vindo de Alcântara, acompanhando as contagens e sofrendo a cada parada para a sondagem do tempo. Hoje, passar da temida 1h10 ( tempo considerado definitivo para o lançamento), era como se os esforços estavam valendo a pena. Não coloquei um parafuso nesse foguete, mas, de forma inexplicável, me sinto responsável por ele.
Nos trinta segundos finais, foi de uma expectativa única.
O lançamento propriamente dito, é lindo de se vê, é emocionante. Imagino, quao felizes devem ter ficado os técnicos da missão que, apesar da não recuperação da carga útil, pode ser considerada bem-sucedida
Valeu o cansaço, valeu os dramins...foi uma experiencia única. Nunca vou me esquecer

sábado, 14 de julho de 2007

Você sabe ouvir não?

Certo dia, assistindo aula da pós e um dos exemplos foi de um candidato a vaga de trabalho que disse que não sabia lidar com as frustrações. A justificativa por não aprender a lidar com tal problema é que o jovem rapaz nunca tinha experimentado essa sensação em sua vida.
Cá pensei com meus botões...em que planeta ele vive?. Nossas vidas são carregadas de pequenas frustrações, inevitáveis durante o dia. Quem nunca acordou super tarde para um compromisso, enfrentou a maior chuva, pegou todos os sinais fechados ( a cada sinal vermelho é como se eu recebesse um não). Essas pequenas coisas é que fazem a vida ser boa. Que graça teria se tudo fosse tranquilo, se teu marido/namorado fizesse exatamente o que você quer? As pessoas e a vida precisam te negar de quando em vez...Hoje mesmo,viajei em vão porque o vento atrapalhou o meu trabalho...força da natureza, força da negação
Sinceramente, essas negações/frustrações também são formas de impor limites, de ter respeito. Eu me frusto e já frustrei muita gente...mas faz parte da vida

quinta-feira, 5 de julho de 2007

" Vestígios de estranhas civilizações..."

Outro dia ao som de Chico fiquei pensando sobre astrologia, futuro e muitas outras bobagens e comecei a especular sobre essa frase.O que eu deixaria para os outros, sei lá, será que minha monografia ou minhas matérias servirão de referências futuras?
Será que quando eu já não tiver mais vontade, lembrarei de algo que não fiz por achar " que nada é pra já". Ás vezes, esse pensamento me deixa com uma certa angústia e quero fazer tudo ao mesmo tempo...com ansiedade.
Hoje, acho que tudo é pra já e o amor tem pressa sim. Só pode ser devagar na conversa de malandro que pode muito bem ir adiando, levando com a barriga até onde for possível.
Adoro "Futuros Amantes", é uma das minhas preferidas, mas deixei de concordar tem tempo
Eu prefiro a urgência dos beijos lascivos que a espera morna de algo que talvez nem chegue...Que nos vestígios eu deixe fragmentos de carta, poemas, retratos...mas que eles sejam vividos de todas as maneiras. Seja com dor, amor, prazer...

domingo, 1 de julho de 2007

Alguém conhece?


No sorteio mensal de livros e cds da editoria em que trabalho...sempre ganho algumas coisas interessantes que valem à pena ler e ouvir...nem sempre dou sorte com tudo, mas tenho bons exemplos...Kléber Albuquerque ganhei assim, gostei de ouvir...mas admito não é um CD pra todos os dias da minha vida...
Bem, semana passada ganhei vários cds, muitos evangélicos..outro ainda não ouvi...mas um me chamou atenção pela capa ( sim, eu gosto de capas de livros e cds...elas atraem bem). Uma moça Maria De La Riva, uma brasileira com pai cubano que mistura ritmos latinos com um bom samba e a tão boa bossa nova....Uma das faixa a Ojos Malignos, tem a participação de ninguém menos que Chico Buarque e o trabalho foi produzido por Davi Moraes.
O álbum ainda não foi lançado...deve chegar às lojas essa semana e marca a estréia da cantora. O resultado é bom, voz doce e agradável...para ouvir em dias de descanso...dias de dor de cotovelo...enfim...é pra prestar atençao, lembrar de alguem e chorar um bocado...talvez

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Relacionamento...

ELA: Se a gente terminar, eu juro que a primeira coisa que faço é apagar o orkut!
ELE: Pq?
ELA: Ah, pq se a gente terminar pq vc me traiu, muita gente vai querer me consolar via orkut e eu nao vou me expor
ELE: Como assim?
ELA: Com toda certeza, os pseudos amigos vão querer consolar, oferecendo o ombro etc
ELE: Existe isso?
ELA ( Do alto do seu conhecimento orkutiano): Claro que sim
ELE ( Pensativo e achando aquele papo meio rídiculo): É mesmo?
ELA: Se vc trair, então que eu não saiba...melhor...que ninguém saiba pq senão meu orkut vira uma zorra
ELE: Toda traição é melhor ninguém saber...
ELA: O quê?
ELE: Senão não é traição ( sem perceber a merda que está falando)
ELA: é?
ELE: Sim ( pegando o controle remoto)
ELA: Pronto, já deletei!
ELE: O quê?
ELA: O orkut...agora vamos dormir!

domingo, 17 de junho de 2007

Um instante
( Ferreira Gullar)

Aqui me tenho
Como não me conheço
nem me quis
sem começo
nem fim
aqui me tenho
sem mim
nada lembro
nem sei
à luz presente
sou apenas um bicho transparente

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Não Identificado
( Caetano Veloso)
Eu vou fazer uma canção pra ela
Uma canção singela, brasileira
Para lançar depois do carnaval
Eu vou fazer um iê-iê-iê romântico
Um anticomputador sentimental
Eu vou fazer uma canção de amor
Para gravar num disco voador
Uma canção dizendo tudo a ela
Que ainda estou sozinho, apaixonado
Para lançar no espaço sideral
Minha paixão há de brilhar na noite
No céu de uma cidade do interior
Como um objeto não identificado
Como um objeto não identificado
Que ainda estou sozinho, apaixonado
Como um objeto não identificado
Para gravar num disco voador
Eu vou fazer uma canção de amor ...

sábado, 2 de junho de 2007

Criança

Criança

Dalton Trevisan

O pai telefona para casa:

— Alô?

— ...

Reconhece o silêncio da tipinha. Você liga? Quem fala é você.

— Alô, fofinha.

Nem um som. Criança não é, para ser chamada fofinha. Cinco anos, já viu.

— Oi, filha. Sabe que eu te amo?

— Eu também.

"Puxa, ela nunca disse que me amava".

— Também o quê?

— Eu também amo eu.


Textos extraídos do livreto "Crianças (seleção)", editado pelo próprio autor em Curitiba (PR), 2001, págs. 5, 15 e 31.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

ah...

"A saudade é um trem de metrô, subterrâneo obscuro escuro claro. É um trem de metrô
A saudade é prego parafuso quanto mais aperta tanto mais difícil arrancar...
A saudade é um filme sem cor que meu coração quer ver colorido" ( Brigitte Bardot- Zeca Baleiro)

Morrer faz parte da vida, mas é tão difícil lidar com a presença da morte. É como se fosse um confronto que a gente sempre tenta evitar, mas às vezes ela chega e não tem jeito, é implacável. Perdi meu tio para ela, mas ainda não consegui me acostumar com essa idéia.
Toda vez qdo estou almoçando tenho a impressão de ouvi-lo bater no portão, esse era o horário que ele sempre chegava e assistia ao Vídeo Show, sempre procurando alguma coisa pra arrumar. Ele dava um jeito em tudo: no ventilador, na lâmpada que não acendia, no quintal que sempre ficava sujo, no gás que faltou...sempre estava ele lá disposto.
Ele era um homem simples, andava desarrumado, e de um coração muito bom. Era boa praça, aceitava todos os apelidos de bom grado. O nome dele era Manuel de Jesus, apelido de infância: Jeso, mas podia ser Jesoca, Jeísa e outros variantes.
Ele me chamava de Brunica, roubava todos os dias os meus jornais, pra levar para a casa. A lembrança dele vai ficar sempre, meu coração hoje ainda está doendo, tudo está muito recente.
Acredito em Deus, espero que ele cuide bem dele

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Ah...os chatos!

Chato

Composição: Oswaldo Montenegro

Ah, todo chato é bonzinho
nunca nos faz nenhum mal
ah, todo chato é calminho
como se faltasse sal
Ah, todo chato te conta
aonde passou o Natal
E sempre te da um dica
de onde ir no carnaval
Ah, todo chato cutuca
pra você prestar atenção
chama cabeça de cuca
e arranha um violão
diz que inventou uma música
e toca as seiscentas que fez
e quando você abre a boca e boceja
ele toca tudinho outra vez
Ah, todo chato é gosmento
mas não há como evitar
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar

Quando eu era criança, ouvia a música do Oswaldo Montenegro falando de um chato. Essa música não me lembrava ninguém, mas era divertida, bem humorada. Cresci, conheci pessoas, fui para a faculdade, comecei a trabalhar... Virei adulta e hoje acredito que Montenegro não aumentou nadinha. Todos os chatos possuem pelo menos umas três características dessas. Algumas me deixam loucas, como cutucar meu braço, abraços apertados ( geralmente quando vc está ocupada com outra coisa) e o papo pseudo ( na época da composição isso deve se encaixar na utilização da palavra " cuca").
Nenhum chato assiste à novelas ( mesmo que seja a melhor de todos os tempos), só gosta de uma banda ou de um cantor alternativo até, tragicamente, essa paixão, exclusiva do universo chato, se popularizar muito...perde a graça ( Exemplo: Los Hermanos ganhou popularidade e perdeu alguns fãs). Só gosta de filmes alternativos
Às vezes me sinto perdida nesse universo...Eu que vejo novelas ( entendo até de características de alguns autores). Eu que vou a shows lotados e sou fiel aos meus compositores. Se todo mundo gosta, beleza, ele vai vender mais...só tem que tomar cuidado para não ficar lançando um trabalho atrás do outro, pq isso pode perder a qualidade. Eu vou ao shopping sem preconceito nenhum do mesmo jeito que posso ir a um bar modesto e beber cachaça sem nenhum problema (O único problema é que não bebo cachaça). Eu curto os filmes alternativos. Gosto muito dos antigos, mas também sou capaz de me emocionar com uma comédia romântica
Acho que o mundo dos chatos é complexo e, para mim, impenetrável. Por favor, esse texto não é endereçado a ninguém, apenas ouvi essa música e resolvi postar

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Filmes?!

Em um momento de ócio, resolvi dar um crédito para meu cunhado. Resolvi assistir a um filme locado por ele. O meu cunhado é uma pessoa que reclama de todos os filmes que eu já loquei ou pensei em fazê-lo. Para ele, eu finjo que os filmes franceses são bons, na verdade, eu durmo o filme inteiro e acordo fazendo pose de inteligente...( Essa é a opinião dele)
Pois bem, vi duas opções em cima da mesa...um era daqueles de um gordo tira, esperto/bonachão que faz muitas situações divertidas ( ???) rss O outro era com a Uma Thurman, uma comédia também, Minha Super Ex-Namorada. Pensei: "-Talvez seja bacaninha". Vamos lá
Play....
Nunca na minha vida vi tamanha tosquice. Acho que nem assistindo a Todo MUndo em Pânico todas as edições eu conseguiria tanta baboseira. Fiquei impressionada como foi que a Uma Thurman aceitou aquele papel...Meu Deus, nem a trilha se salva.
Eu persisti...vi até a última cena...mas pretendo não repetir a dose. Sem preconceito cinematográfico, mas gosto realmente não se discute

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Nando Reis- Parte 2

Com o Ginásio do Dom Bosco lotado, um total de 3.350 pessoas ( não sei como coube tanta gente), o ruivo se apresentou novamente em São Luís. Que bom que não demorou tanto tempo para ele retornar com a mesma energia e vontade de fazer um bom som. Uma pena que a acústica nao é das melhores, mas Nando Reis sempre é bom.
Eu lógico, fiz questão de acompanhar de perto com meus míopes olhos ( 2, 75 de cada lado, problema perfeitamente contornados com lentes corretivas ou óculos durante o dia). Enfim, não me arrependi, Nando faz parte daquela categoria de artista não enjoáveis, por mim ele pode cantar trezentas vezes No Recreio que tá tudo certo.
Antes de acabar o texto, não posso esquecer de citar o grupo SomCatado de Brasília que fez uma primorosa apresentação percussiva com elementos reciclados...tonéis. Muito bom! Apesar da água usada em um dos momentos da apresentação ter respingado em mim e destruído minha chapinha, ficou tudo certo
abraços

quinta-feira, 3 de maio de 2007


Sempre preferi o Nando Reis aos Titãs. Para mim, ele tinha as melhores músicas e, mesmo com um jeito de cantar um pouco diferente daquilo que estamos acostumados a ouvir e classificar como uma boa voz. Tinha um toque na alma que nunca consegui explicar muito bem.

Quando ele deixou a banda, senti-me desobrigada a ouvir os moços, sem preconceito algum, sem ressentimentos, sem traumas, abandonei-os e direcionei meus olhares ao trabalho do ruivo, apesar de, no início acreditar que ele não ia se desvincular da imagem de ex-titãs. Pelo visto, estava muito enganada , o moço assumiu algumas de suas composições que foram sucesso na voz de outras pessoas, dando a elas, um toque muito Nando Reis, além de novas músicas. O novo trabalho Sim e Não, um tratado sobre o amor, de acordo com a definição do próprio Nando, mostra que ele sabe o que está fazendo. O álbum está seguro na sua propostas. São várias faces do amor, sendo o paterno, o carnal, o singelo...enfim, o sentimento está muito bem representado. Eu confesso que no início tive um pouco de resistência ao álbum, mas ouvindo melhor, percebi que é algo que precisa ser ouvido, apreciado e compreendido. Para mim, Espatódea, N, Sou Dela, Monóico, Para ela voltar, são muito boas. Santa Maria e Caneco 70 e Sim são médias, agora ainda tenho resistência a Ti Amo, mas Nando Reis vale a pena de qualquer jeito, o show é muito bom. Fui no último e não me arrependo. Nos vemos lá, então!

Show dia 5, Ginásio do Dom Bosco ( Renascença)

22 h

sábado, 28 de abril de 2007

Seria o fim?


Em uma nota sucinta divulgada no site oficial, a banda carioca Los Hermanos anunciou que estava " dando um tempo" para que cada um dos integrantes dessem prosseguimento a projetos pessoais. A nota também afirma que tudo foi na paz:"Não houve desentendimento ou discordância que tenha afetado nossa amizade tanto que continuamos jogando truco toda quinta-feira" afirma o comunicado que também não fecha as portas para um possível retorno. Afinal, ninguém falou em ponto final e sim em um tempo.
Bem, admiro a banda, eles são muito bons. Fico pensando nos fãs deles, inegavelmente fiéis, com certeza estão desamparados. Conheço muita gente que classifica a música brasileira como antes e depois de Los Hermanos e essa pausa realmente foi inesperada. Eles tinham alcançado uma maturidade poética excelente, muito além de Anna Júlia, o CD Quatro, o mais recente da banda, é a prova disso, embora eu goste mais do Ventura
Enfim, acho sempre triste quando esses fins são anunciados, eles fazem parte de uma categoria boa da música brasileira mais recente. Na minha opinião pouca coisa surgiu nos últimos dez anos que ainda estão fortes...Bem, nos resta aguardar

Confira a íntegra da nota:

A banda Los Hermanos comunica a decisão de entrar em recesso por tempo indeterminado. Por conta disso não há previsão de lançamento de um novo disco.

A pausa atende a necessidade dos integrantes de se dedicarem a outras atividades que vieram se acumulando ao longo desses dez anos de trabalho ininterrupto em conjunto. Não houve desentendimento ou discordância que tenha afetado nossa amizade tanto que continuamos jogando truco toda quinta-feira.

Por conta dessa decisão, mesmo após o término da turnê do "4", resolvemos fazer duas únicas apresentações no Rio de Janeiro, na Fundição Progresso nos dias 8 e 9 de junho. Até lá.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Breves Comentários





É sempre um prazer retornar, estava sem computador e acabei deixando eventos importantes sem os devidos comentários. Respondendo a pergunta sobre o Moska. O show foi muito bom, ele é sempre muito bom, até quando é ruim.
Compositor de primeira linha e de uma simpatia inabalável até nas situações mais complicadas. Porém, quem foi ao show viu algumas falhas que não deveriam acontecer como a pouca água para ele e o lance do guardanapo servindo como toalha...putz, sem comentários.
No saldo total, Moska conseguiu fazer um bom som, uma boa noite para todos, com destaque para minha participação especial rsrss( Para quem não sabe, eu fui citada por ele em tom de elogio profissional de matéria. Podem dizer, estou me sentindo mesmo)
Indo ao próximo show, com bela produção, diga-se de passagem. O de Caetano Veloso é realmente um belo espetáculo, excelentes músicos e Caetano continua batendo um bolão, mas percebi uma certa desatenção do público. Muita gente saiu chateada do local, tudo porque Caetano nao cantou coisas antigas. Sim, mas o show nao era do ? Então, qual era o problema gente?
Acho que as pessoas têm medo do novo...Eu admito, nao conheço muito bem o CD, mas não fiquei chocada. Gostei da experiência. Caetano é Caetano e está presente na execução de Desde que o samba é samba já vale muito a pena.

quinta-feira, 12 de abril de 2007



OUÇA: Tudo de Arnaldo Antunes, segue abaixo um exemplo

2 Perdidos

Arnaldo Antunes

Composição: Arnaldo Antunes / Dadi

Quando eu quis você
Você não me quis
Quando eu fui feliz
Você foi ruim
Quando foi afim
Não soube se dar
Eu estava lá mas você não viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim
Se eu já me perdi
Quando perdi você
Quando eu quis você
Você desprezou
Quando se acabou
Quis voltar atrás
Quando eu fui falar
Minha voz falhou
Tudo se apagou você não me viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim
Mas se eu já me perdi
Como vou me perder
Se eu já me perdi
Quando perdi você
Mas se eu já te perdi
Como vou me perder

sábado, 7 de abril de 2007

Letra e Música




E eu que sempre sou do contra, quase sempre torço o nariz para comédias românticas, dessa vez, tenho que reconhecer, fui arrebatada e cai de amores para a mais nova água com açúcar em cartaz. Falo de Letra e Música ( Music and Lyrics) estrelado pelo sedutor cara de nada Hugh Grant e a Drew Barrymore, o filme abusa com inteligência de vários os clichês das comédias românticas e traz um humor que só quem viveu a trilha sonora da década de 80 e tem uma certa desconfiança das moças sensuais e saracoteantes de hoje.
Um roteiro escrito por Marc Lawrence , o mesmo de Miss Simpatia, que promete doces momentos a quem for assistir. Para mim, valeu a pena